Desafios Para Atividade De Inteligencia No Sec XXI
Ensaios: Desafios Para Atividade De Inteligencia No Sec XXI. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wesleilucas • 16/2/2014 • 8.459 Palavras (34 Páginas) • 735 Visualizações
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL
SECRETARIA DE ACOMPANHAMENTO E ESTUDOS INSTITUCIONAIS
III ENCONTRO DE ESTUDOS
DESAFIOS PARA A ATIVIDADE DE
INTELIGÊNCIA NO SÉCULO XXI
Brasília
Setembro - 2004
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL
Ministro: Jorge Armando Felix
SECRETARIA DE ACOMPANHAMENTO E ESTUDOS INSTITUCIONAIS
Secretário: José Alberto Cunha Couto
Edição: Secretaria de Acompanhamento e Estudos Institucionais
Endereço para correspondência:
Praça dos Três Poderes
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Brasília - DF
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
E56 Encontro de Estudos: Desafios para a Atividade de Inteligência no
Século XXI (Brasília : 3. : 2004 ). III Encontro de Estudos: Desafios
para a Atividade de Inteligência no Século XXI. Brasília: Gabinete de
Segurança Institucional; Secretaria de Acompanhamento e Estudos
Institucionais, 2004.
153 p.
I. Inteligência. II. Inteligência - controle. III. Agência Brasileira de
Inteligência. IV. Segurança Nacional - Brasil. V. Democracia.
CDD - 327.12
Sumário
I
Inteligência e Interesses Nacionais ................................................. 05
Armando Amorim Ferreira Vidigal
II
A Importância da Inteligência no Processo Decisório ................. 51
Jorge da Silva Bessa
III
Perspectivas para a Inteligência Externa do Brasil ....................... 73
Alexandre Martchenko
IV
Síntese do III Encontro de Estudos ................................................... 99
INTELIGÊNCIA E INTERESSES NACIONAIS
Armando Amorim Ferreira Vidigal
Vice-Almirante (Reformado), membro do Centro
de Estudos Estratégicos e Políticos da Escola de
Guerra Naval e do Núcleo de Estudos Estratégicos
da UNICAMP.
Inteligência e Interesses Nacionais
As relações internacionais e a competitividade entre as na-
ções são importantes na definição das áreas de atuação da Inteli-
gência. Este é o ponto de partida, portanto, para o nosso estudo.
O fim da Segunda Guerra Mundial (2a GM) e logo o iní-
cio da Guerra Fria marcam a predominância de uma perspectiva
nas relações internacionais, dita realista, que veio substituir a
perspectiva liberal vigente até o início da 2a GM, que herdara do
projeto iluminista a fé quase absoluta na razão humana, elemento
essencial para as transformações que imaginavam indispensáveis
na área social. 1
A teoria realista pressupõe o caráter permanentemente
anárquico do sistema internacional, com os Estados condenados
a uma condição de insegurança constante pela falta de qualquer
autoridade ou poder coercitivo capaz de obrigá-los ao cumpri-
mento de certas regras de convivência como, por exemplo, a que
torna ilegítimo o uso da força para a solução dos conflitos inter-
Estados. O fracasso da Liga das Nações em impedir a eclosão da
2a GM – apesar do Pacto Brian-Kellog, que condenava a guerra
como instrumento da política, ter sido assinado por quase todos os
países que se envolveriam no conflito – contribuiu para reforçar
a teoria realista em detrimento da liberal.
Os princípios realistas influenciaram os estudos de segu-
rança porque, num ambiente de tanta insegurança, os Estados
procurariam, pelo menos, se proteger das ameaças percebidas,
reais e imaginárias, mas, muitas vezes, iriam além, procurando
aumentar a sua influência e poder no sistema internacional.
As
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