Do Império à Quarta República
Por: Iogr • 8/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 104 Visualizações
Do Império à Quarta República.
No início do século XIX, o Brasil tinha uma forte influência inglesa, causada por uma grande parceria comercial da Inglaterra com Portugal. Devido à mudança da corte portuguesa para o Brasil ocorreram diversas modificações administrativas, comerciais e políticas na região, como a ampliação da influência inglesa. Para reconhecer a independência do Brasil, a Inglaterra exigiu o pagamento da dívida de Portugal, porém, o Brasil era um país recém independente e, a única forma naquele momento de conseguir dinheiro, era justamente através de empréstimos de ingleses, portanto, em um primeiro momento a política externa brasileira era frágil e dependente da Inglaterra, e devido a falta de dinheiro e autonomia, o Brasil adotou uma política externa de neutralidade. Já na metade do século XIX, houve uma maior autonomia na política externa brasileira, e com isso, o Brasil passou de uma política de neutralidade para uma política intervencionista, como aconteceu, por exemplo, na Invasão no Uruguai (1864-1865) e do Paraguai (1864-1870). Portanto, a política externa brasileira no século XIX, começou dependente da Inglaterra, foi adquirindo uma maior autonomia, e consequentemente passou de uma política de neutralidade para uma política intervencionista até o período do golpe da República (1889).
Já durante a República Velha, houve uma grande mudança no eixo diplomático brasileiro, que logo de início aconteceu um maior alinhamento do Brasil com os Estados Unidos, pois durante o século XIX os EUA passaram a se destacar como uma grande potência. O primeiro momento de alinhamento do Brasil com os EUA aconteceu durante a Conferência Pan-americana em 1889, que foi quando o Brasil começou se distanciar da posição britânica e passou a preferir se aproximar ainda mais dos americanos, e como consequência da proximidade brasileira, os EUA foram a primeira potência a reconhecer a nova República do Brasil em 1890.
No início do século XX, houve a "aliança não escrita" entre EUA e Brasil, onde o Brasil se aproximou muito dos EUA, sendo o primeiro país da américa latina a levar um embaixador para Washington. Essa aliança com os EUA foi muito importante para o Brasil, pois deu uma maior margem de manobra para o Brasil negociar com os pares não tão poderosos, assim como também facilitou a questão de fronteiras, onde o Brasil teve uma maior liberdade de negociação. Ainda na virada do século XIX para o XX, com o surgimento de Barão do Rio Branco, houve uma mudança importante na diplomacia brasileira que foi na questão de definição de fronteiras. Rio Branco teve papel fundamental na definição dessas fronteiras, por possuir um grande conhecimento das fronteiras brasileiras. Devido aos trabalhos e ao conhecimento de Rio Branco, o Brasil conseguiu definir suas fronteiras territoriais pacificamente, como aconteceu na Questão de Palmas, contra a Argentina em 1985; na Questão do Amapá (1900) contra a França; na Questão do Acre (1903) contra a Bolívia; e na Questão do Pirara, contra a Inglaterra, conflito que iniciou ainda sob o comando de Portugal no início do século XIX e teve seu fim em 1904, já na gestão de Rio Branco. Além desses casos também tivemos o estabelecimento das fronteiras com Peru (1904-1909), Venezuela (1906), Guiana Holandesa (1906) e Colombia (1907). O que chama a atenção é que Rio Branco trouxe um legado importante, não só na definição de fronteiras, mas também na importância do uso da diplomacia para conquistar seus interesses, pois todas essas fronteiras foram conquistadas unicamente através da diplomacia.
Além das questões abordadas, durante a Velha República o Brasil também buscou o Multilateralismo, da para notar essa busca quando sediou a III Conferência Pan-Americana em 1906, que contou com a presença de Elihu Root, secretário de Estado dos EUA, a conferência acabou consolidando o movimento pan-americano. Em 1907, também tivemos a participação do Brasil na Conferência de Paz de Haia, que foi quando Rui Barbosa defendeu o princípio da igualdade soberana em uma discussão sobre a criação de uma Corte Internacional de Justiça que seria composta por juízes de vários lugares do mundo, Ruy Barbosa se posicionou contra diversos países, devido ao Brasil estar em uma categoria abaixo de muitos países com menor expressão e menos potentes. Portanto, desde essa época o Brasil vem trabalhando princípios que ainda são fundamentais nos dias de hoje.
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