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Fichamento Bombardeio Hiroshima e Nagasaki

Por:   •  3/12/2019  •  Resenha  •  908 Palavras (4 Páginas)  •  244 Visualizações

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O bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, simbolizou não só o caso da velha ordem internacional do século XIX. Foi também a demonstração do fim dos sonhos de uma terceira grande potência nas relações internacionais na ordem do pós-guerra. Berlim já sucumbira e agora era a vez de Tóquio. A nova ordem internacional só teria, pelo menos na segunda metade dos anos 1940 e durante toda a década de 1950, dois pólos fundamentais de poder: Washington e Moscou.

A consciência de um novo tempo nas relações internacionais marcou a construção dos cenários posteriores à segunda guerra mundial. Os poderes emergentes preparavam-se para sepultar a hegemonia coletiva da sociedade internacional europeia e enquadrar as velhas potências.

O gerenciamento da paz foi o grande e primeiro problema pós conflito. O segundo foi o reordenamento dos processos econômicos. O nascimento da ONU e dos mecanismos de Bretton Woods veio redesenhar, nos planos jurídicos e econômicos, as forças reais dos vencedores de 1945.

Desde setembro de 1941, ao anunciar sua adesão parcial aos princípios da Carta do Atlântico, a União Soviética iniciara uma articulação para ocupar papel central nas redefinições estratégicas pós-guerra. Stalin percebera o vazio de poder constituído na Europa, particularmente na Oriental, e estava determinado a ocupá-lo.

Daí a insistência dos soviéticos para que os países aliados sustentados principalmente pela aliança anglo-saxônica, reconhecessem já em dezembro de 1941, os territórios por eles ocupados à época do pacto germânico soviético.

A aliança anglo soviética foi o prenúncio de um novo tempo nas relações internacionais europeias. A União Soviética não sustentaria sozinha o front oriental e a participação ocidental era dividida. Mesmo com a visita de Molotov a Washington naquele mesmo ano, desconfiava-se das ações unilaterais soviéticas de ampliação do seu poder no leste europeu e na Àsia.

No fundo, a União Soviética permanecia na aliança sem ser da aliança. Foi essa a razão do susto dos norte-americanos e britânicos ante os rumores de uma paz separada entre a União Soviética e a Alemanha, com os bons ofícios do Japão em 1943.

A primeira ‘‘concertação’’ anglo-americana sobre o mundo pós guerra foi realizada entre 12  e 29 de março de 1943 em Washington. O futuro da Alemanha, as reinvindicações territoriais dos soviéticos e o sistema coletivo de segurança foram os principais assuntos em pauta.

Naquela ocasião, Roosevelt propôs um diretório composto por quatro: os EUA, o Reino Unido, a União Soviética e a China, mas Eden preferia um sistema de segurança descentralizado, confiado a organismos continentais. Ele argumentava que para a Europa a saída para o gerenciamento da paz seria a criação de uma federação de estados.

Ao mesmo tempo em Londres, os governos exilados da Polônia e da Tchecoslováquia defendiam um projeto de federação para a Europa Central, apesar de algumas resistências thecas.

O ano de 1943 acelerou a procura por um novo tempo nas relações internacionais. Duas questões iriam demonstrar a débil coalizão entre os aliados e a União Soviética, bem como as tensões que emergiriam no pós-guerra entre as superpotências. A primeira foi a questão polonesa e as teses contraditórias defendidas pelo governo polonês no exílio em Londres, as reinvindicações territoriais de Stalin sobre a Polônia e o temor dos aliados ocidentais da política de poder dos soviéticos na região.

A segunda foi a questão italiana. O armistício parcial resultante da destituição de Mussolini pelo rei Vítor Emanuel e a criação do governo de técnicos do marechal Badoglio, aguçaram as desconfianças de Moscou.

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