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Fichamento História das RI

Por:   •  22/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.149 Palavras (5 Páginas)  •  187 Visualizações

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1 – Le Goff destaca que o primeiro esboço da Europa se baseia em dois fundamentos: o componente da cristandade, moldando a religião e a cultura do continente, e a divisão geográfica plural entre diversos reinos. A simultanieadade da pluralidade e união prefigura a chamada Europa das nações, uma unidade europeia mesmo diante da diversidade de nações e reinos.

A Europa medieval passou por diversas mudanças que se estabeleceram no continente, muitas com resquícios até os tempos atuais. Há um fortalecimento tecnológico, com mais utilização de pedra e ferro, novas fontes de energia como os moinhos, aperfeiçoamento dos transportes terrestres e marítimos, e muito progresso nas áreas agrícolas e industriais, com novos instrumentos e sistemas. Isso gera um grande crescimento econômico, com uma maior movimentação de mercados e feiras e novas práticas monetárias, com fundos e multiplicidades de moedas.

Mesmo com o domínio da cristianização, a Europa medieval apresenta os primeiros traços de diversidade, seja por pequenos conflitos culturais, pela mistura étnica dentre os reinos, ou por diferentes modelos de comunidade política dentro do continente.

Mas o aspecto mais evidente é mesmo o aspecto cultural. A Idade Média deixou marcas permanentes na cultura e identidade européia. Se espalha o ideal do homem cortês, constituindo uma série de valores que se estabilizaram no comportamento dos europeus, sendo isso essencial para distinguir a civilização européia do resto do mundo. Mediante alguns códigos comportamentais do Oriente, a Europa foi o único continente a elaborar um comportamento a ser seguido desde a infância até a vida adulta, estabelecendo conceitos como “bons costumes” e, posteriormente, gentlemans. Le Goff cita ainda uma análise de Norbert Elias, que usa o garfo, oposição européia ao “pauzinho” oriental, para mostrar como a Europa criou um comportamento social identitário na era medieval.

2 - Guerreau considera a Igreja um alicerce para o funcionamento do sistema feudal, sendo a própria instituição tão grande quanto o sistema em si. Para justificar isso, Guerreau se baseia nos fundamentos citados a seguir:

-A relação de domínio da instituição sobre os homens, que se curvam a religião e acabam submissos à Igreja, juntamente com suas terras. É uma relação de poder, mas não de direito, que supõe uma estrutura do Estado. É importante ressaltar a complexidade dessa relação social, que não se resume apenas à oposição entre os senhores e camponeses, e inclui muito mais camadas.

-A influência da Igreja nas relações sociais e familiares. Os parentescos medievais não se limitavam ao parentesco real, e eram extremamente variáveis conforme a sociedade. A sociedade feudal era baseada principalmente na exogamia. O casamento foi gradualmente enquadrado na sociedade, até ter caráter obrigatório e público. A Igreja passa a instituir a ideia de parentesco espiritual, por meio de mecanismos como o batismo, apadrinhamento e catequese, sendo esse um grande exemplo de manipulação das relações de parentesco por parte da instituição. Outras formas destacáveis de parentesco artificial são o sentimento de pertencimento a fraternidades ou confrarias. Na sociedade feudal, o pseudoparentesco é mais importante que o parentesco biológico, e representa uma base do poder eclesiástico.

-A importância do clima e geografia na agricultura feudal, tendo influência nas decisões, somado a acumulação de riquezas baseado na taxação, pilhagem e comércio. Existem muitos problemas e riscos nas relações comerciais, parte do lucro é entregue aos aristocratas, e há contradições quanto ao sistema. No entanto, a guerra é o principal fator de coesão do feudalismo, tornando efetivos os laços de hierarquia. A expansão territorial permite recompensar fiéis com terras, e as posições de hierarquia fortalecem as estruturas do poder.

3 – Crossman explica a transição entre a denominada ordem medieval para a formação do Estado Nação. A ordem medieval era o sistema dominante na Europa, dominado pela Igreja Católica, e possuía um sistema econômico retrógrado, com economia agrícola e má distribuição de poder. Para o autor inglês, o Renascimento e a Reforma Protestante foram acontecimentos de exímia importância, que aceleraram o processo de formação do Estado-Nação, encerrando o sistema que se mantinha na Idade Média.

O Renascentismo tem como obra essencial, de acordo com o escritor, O Príncipe, de Maquiavel. Junto a ela, surge a teoria do Estado-Nação, finalmente se opondo à

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