Francisco Clementino San Tiado Dantas
Por: brunomarques321 • 20/5/2019 • Artigo • 3.648 Palavras (15 Páginas) • 201 Visualizações
BRUNO MARQUES RAMOS
R.A N23693-0
PIRI 1° SEMESTRE
FRANCISCO CLEMENTINO DE SAN TIAGO DANTAS
Artigo apresentado ao Curso de Relações Internacionais, Universidade Paulista (UNIP)
Orientador: Dra. Sandra Júlia Gonçalves do Nascimento
Coordenador: Enzo Fiorelli Vasques
RESUMO
Objetivo: Analisar a atuação do Chanceler Francisco Clementino de San Tiago Dantas, no período que esteve no comando do Ministério das Relações Exteriores, seus maiores feitos em congressos internacionais, tal como seu posicionamento perante as questões de desarmamento, intervenção militar em outros países, o posicionamento brasileiro no contexto de Guerra Fria. Também tem por objetivo demonstrar a política externa adotada pelo Brasil no período que San Tiago esteve como Chanceler, tal como sua busca por independência perante os Estados Unidos e uma maior autonomia na tomada de decisões em relação a sua política externa.
Palavras chave: San Tiago, Política Externa Independente, Desarmamento, Autodeterminação, Conferência de Punta Del Este
ABSTRACT
Objective: To analyze the performance of Chancellor Francisco Clementino de San Tiago Dantas, during his period in charge of the Ministry of Foreign Affairs, his greatest achievements in international congresses, such as his position on disarmament issues, military intervention in other countries, position in the context of the Cold War. It also aims to demonstrate the foreign policy adopted by Brazil in the period that San Tiago was a Chancellor, such as his quest for independence from the United States and greater autonomy in decision-making in relation to his foreign policy.
Keywords: San Tiago, Independent Foreign Policy, Disarmament, Self-determination, Punta del Este Conference
MATERIAIS E MÉTODOS
Este artigo se trata de uma pesquisa bibliográfica, que tem por objetivo apresentar o trabalho de Francisco Clementino de San Tiago Dantas frente ao Ministério de Relações Exteriores, sua conduta e contribuição para a Política Externa Independente. Para atingir o propósito desse artigo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em materiais que abordem esse tema, tais como artigos científicos, teses de mestrados e doutorados, e livros.
INTRODUÇÃO
Em meados da década de 1930, com a presidência de Getúlio Vargas, o Brasil passava por uma busca de desenvolvimento, através do jogo político e da aproximação com os Estados Unidos, foi possível um passo na caminhada do desenvolvimento. A partir desse momento, os presidentes seguintes buscaram cada vez mais desenvolver suas políticas externas e internas, levando em consideração o fato de o Brasil buscar mais participação no cenário internacional, porém os Estados Unidos assumiram uma posição de liderança no continente americano, devido a Guerra Fria, e passou a limitar a ação de alguns países no continente, principalmente o Brasil. Este fato causou um descontentamento no governo brasileiro, que defendia a autodeterminação das nações, e a partir desse momento buscou uma maior autonomia na tomada de suas decisões.
Desse momento em diante surge a Política Externa Independente, e um de seus maiores idealizadores e defensores, Francisco Clementino de San Tiago Dantas, que buscava através da política externa uma forma de desenvolver o país, defendia a autodeterminação dos povos, a não intervenção, o desarmamento nuclear, e o comércio com todas as nações, independente de suas convicções ideológicas, e principalmente buscava uma posição de liderança na América do Sul, sem ter a limitação dos Estados Unidos.
Durante o mandato de San Tiago como chefe do Ministério de Relações Exteriores, o Brasil se posicionou firmemente perante outras nações em questões como a revolução cubana e o desarmamento nuclear, sempre evidenciando a não intervenção nos países, e que a melhor forma de resolver um conflito seria através de negociações e alianças, e não através do conflito armado. Também nesse mesmo período o Brasil reatou relações diplomáticas com a URSS, voltando a defender seu posicionamento de não deixar de ter relações com uma nação apenas por questões ideológicas, o Brasil nesse período se distanciou da sombra dos Estados Unidos, e buscou seu espaço no cenário internacional.
Francisco Clementino de San Tiago Dantas
Francisco Clementino de San Tiago Dantas, formado em direito pela Faculdade Nacional de Direito, sempre teve um vínculo com o nacionalismo e o desenvolvimento do país, como é observado por BIMBATO (2009):
Durante um ano (1945-46), esteve presente no Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial, ligado ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. No ano de 1949, tomou posse da vice-presidência da refinaria de petróleo de Manguinhos, mantendo-se no cargo durante nove anos. Atuou como assessor pessoal de Vargas em seu segundo governo, sendo participante da discussão do anteprojeto de criação da Petrobras e do projeto de criação da Rede Ferroviária Federal. (BIMBATO, 2009, p. 28)
Com a posse de João Goulart, instalando o regime parlamentarista, San Tiago Dantas foi escolhido, no ano de 1961, como chefe do Ministério das Relações Exteriores. Seu vínculo com o nacionalismo e o desenvolvimento do país iria aparecer em sua política externa, como nos mostra João Bimbato (2009): “Nela, defendia princípios como o desenvolvimento e uma posição de independência nacionais, a preservação da paz, as relações benéficas com os Estados americanos, a autodeterminação dos povos e a não-intervenção. ” (BIMBATO, 2009)
Em sua política externa se percebe o favorecimento de questões de cunho social, o que viria a se tornar um guia para a continuidade da Política Externa Independente, para San Tiago a política externa adotada pelo Brasil era uma consequência de todos os fatos internacionais que ocorreram até aquele ponto, e a forma que o Brasil se inseriu no ambiente internacional, em cada ação tomada o chanceler buscava atingir os interesses do país, que em sua concepção era, tendo em vista que o Brasil era um país que buscava se desenvolver, “obter emancipação econômica e, ao mesmo tempo, conciliar historicamente uma reforma social capaz de “suprimir a opressão da classe trabalhadora pela classe proprietária.” (BIMBATO, 2009)
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