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Gramática Política No Brasil

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Por:   •  4/11/2013  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  467 Visualizações

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Resenha do livro “A gramática política do Brasil: clientelismo,corporativismos e insulamento burocrático”Autor: Edson de Oliveira Nunes Editora: Garamond, Rio de Janeiro, 2010

Rubens de Oliveira Martins

Gestor Governamental no Ministério da Ciência e Tecnologia, Doutor em Sociologia pela UnB,Mestre em Sociologia (USP), professor das Faculdade Integradas UPIS-DF.

Ítalo Calvino, em seu livro “Por que ler os Clássicos” (Companhia das Letras,1994) apresenta algumas definições sobre o que faz um livro se tornar um“clássico”, entre elas: que os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral,se ouve dizer: "Estou relendo..." e nunca "Estou lendo..."; que toda releitura deum clássico é uma leitura de descoberta como a primeira; e que toda primeiraleitura de um clássico é na realidade uma releitura. Embora Calvino esteja sereferindo aos grandes clássicos da Literatura, a noção de obras “clássicas”existe em todas as áreas do conhecimento, e considero este ser o caso do livrodo prof. Edson Nunes: A gramática política do Brasil.Trata-se uma obra que foi inicialmente publicada em 1997, resultado da tese dedoutoramento do autor na Universidade de Berkeley (1984), e que foirepublicada em 1999 e em 2003, até a presente edição de 2010. A trajetóriaacadêmica e profissional do prof. Edson Nunes ajuda a compreender acontribuição trazida por seu livro, por sua vinculação ao mundo universitário -como docente e dirigente - e pela reflexão sistemática sobre políticas públicas,como Secretário Executivo do Ministério do Planejamento e Presidente doConselho Nacional de Educação. A percepção de que estamos diante de um “clássico”, que se encontra nafronteira da sociologia, da antropologia e da ciência política, já aparece nos trêsprefácios que essa nova edição apresenta (de três professores universitáriosque também militam na vida pública: o ex-ministro e professor Bresser Pereira,o professor Renato Lessa e o professor e Deputado Federal Paulo Delgado),especialmente no texto de Renato Lessa, que o coloca a obra de Edson Nunesna mesma tradição das grandes interpretações do Brasil, como as de OliveiraViana, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Hollanda e Raymundo Faoro. A afirmação de Calvino sobre o caso

sui generis

das leituras e releituras dosclássicos para comentar o livro do prof. Edson Nunes, com o qual tive oprimeiro contato em 1997, quando tive a oportunidade de ser seu aluno naENAP – Escola Nacional de Administração Pública, na preparação para acarreira de Gestor Governamental. Naquele momento, ainda sem a experiênciaprática do dia-a-dia do trabalho e da discussão das políticas públicas nosMinistérios, a leitura do livro de Edson Nunes animava a discussão sobre umideal de burocracia especializada que conferisse estabilidade às políticaspúblicas. Mais tarde, já ocupando cargos de assessoria no Ministério daEducação, relendo o livro 1999 e 2003, confirmava que as reflexões sobre as“gramáticas políticas” do Brasil ressurgiam como categorias extremamente

atuais para a compreensão da dinâmica das políticas públicas. E nessaconjunção entre a reflexão teórica e a inserção na máquina pública federalcomeçou a ganhar contorno mais concreto o funcionamento das estruturas –gramáticas – elencadas na obra de Edson Nunes: a permanência doclientelismo e do corporativismo, ao lado dos processos de insulamentoburocrático. Ao longo do livro o autor apresenta uma análise históricacuidadosa, valendo-se de dados estatísticos, econômicos e políticos quepermitem construir uma interpretação sobre as formas de manutenção econtrole do poder de Estado no Brasil, com seus

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