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Imagem de si e autoestima: A construção da subjetividade no Grupo Operativo

Por:   •  2/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.223 Palavras (5 Páginas)  •  403 Visualizações

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Universidade São Judas Tadeu

Caroline Santana Silva – RA: 81716123

Dandara Baena – RA: 81712528

Trabalho de Processos Grupais – A2

Professor Thiago Henrique Bonfim

São Paulo

2018

Imagem de si e autoestima: A construção da subjetividade no Grupo Operativo.

O estudo sobre a imagem de si e autoestima foi feito para um trabalho de Pós Graduação em Psicologia Social na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A metodologia usada foi a de Grupo Operativo, de Pichon- Rivière.

O Grupo Operativo foi formado pelas crianças que participam da Ação Griô (uma ação dentro de um dos programas culturais do Ministério da Cultura, que promove atividade com crianças e jovens para estimular o falar, o ouvir, o interpretar, o cantar, o resgatar a identidade e a autoestima), esse projeto acontece na Mangueira-RJ e neste grupo especifico participaram 15 crianças, sendo oito meninas e sete meninos.

O objetivo deste Grupo Operativo foi investigar a construção da subjetividade de crianças a partir da participação delas nas oficinas da Ação Griô. A partir daí, discussões demonstraram como as crianças se apropriam dos conteúdos que são apresentados nessas oficinas e como a partir desses conteúdos vão construindo a sua subjetividade e formando uma imagem de si positiva.

O Grupo foi dinâmico e terapêutico (já que foi criado em um ambiente para livre expressão da subjetividade) e foi analisado a partir de três conceitos de Bourdieu (1998): o campo social, o espaço social e o habitus.

Para Bourdieu, o campo social é o universo de praticas especificas, sendo a sociedade um bom exemplo disso. Já o espaço social é formado por grupos nele distribuídos e o habitus é um sistema de esquemas individuais, adquiridos pelas experiências praticas. Contextualizando com a realidade do Grupo Operativo, o campo social é a Mangueira (RJ), o espaço social é o Centro Cultural Cartola (CCC) onde ocorre esta ação e, o habitus é a tomada de posição das crianças com a imagem de si formada a partir dos valores trabalhados nas oficinas.

Outros assuntos teóricos como a formação da imagem (Lacan, 1998), o Narcisismo (Freud, 1914/1969) e a vulnerabilidade e autonomia, foram temas cruciais para análise dos dados gerados pelo Grupo Operativo.

O Grupo Operativo é um conjunto de pessoas com uma tarefa em comum, que no fim deve trazer algum tipo de mudança. A técnica do grupo deve levar o individuo a ser espontâneo podendo, o participante, atuar da sua forma conforme sua própria conduta.

O Grupo realizou diversas tarefas, algumas delas em dupla, outras individuais ou até mesmo em grupos. Nestas tarefas, as crianças foram estimuladas a falar, desenhar ou escrever sobre elas mesmas, em todas as esferas de suas vidas. O Grupo realizou onze atividades dentro de um espaço de três meses, com o objetivo de que todos compartilhassem suas experiências, essas atividades foram: Entrevista Participativa (onde foi abordado desejos, medos, sonhos); Regas para um mundo melhor (que foi uma discussão sobre o que estava ruim no mundo); Autógrafos (foram questões que os participantes deveriam perguntar aos outros); Minha História Pessoal no CCC (onde os participantes revelaram suas experiências dentro do CCC); Meu mundo (foram feitos desenhos sobre como era o mundo para cada participante); Entrevista da Família (entrevista sobre o grupo familiar do participante); Caixa de Sentimentos (onde os participantes tiravam de uma caixa um papel com um sentimento e deviam se posicionar em relação a ele); Árvore Genealógica (as crianças construíram e apresentaram sua família); Meu Lugar no Mundo (os participantes foram questionados sobre o lugar que moram, os lugares que gostam e também nos lugares que conheciam no Rio de Janeiro); e a ultima sessão foi sobre “Para o meu futuro, eu desejo...” (onde as crianças falaram sobre seus sonhos e desejos para o futuro, anonimamente).

Após todas as sessões foi percebido o quanto as crianças se apropriam dos conteúdos apresentados nas oficinas da Ação Griô e a partir daí foi notado algumas categorias: O respeito a individualidade, as perspectivas para o futuro, o senso de responsabilidade, a expressão livre de sentimentos e a transformação pessoal. Esses resultados apresentam uma influencia positiva da construção da subjetividade pela participação das crianças nas oficinas da Ação.

Contudo, notou-se que trabalhos como o Grupo Operativo, através de atividade expressivas, estimularam o autoconhecimento e teve grande valia para crianças exercitarem a autonomia em suas escolhas, se orgulharem de quem são e se responsabilizarem por sua vida e seu sucesso. Essas atividades, alcançando êxito, minimizam riscos de identificação das crianças com rótulos, estigmas, estereótipos e vitimização.

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