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Maquiavel

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Por:   •  23/4/2014  •  Resenha  •  1.607 Palavras (7 Páginas)  •  213 Visualizações

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Maquiavel inicia sua obra discursando sobre as espécies de principados e de que modo estas se adquirem. Estes principados podem ser hereditários, ou seja, quando os antecessores do príncipe já possuíam sangue nobre há muito, e esse "príncipe natural" já é benquisto e amado pelos súditos. Também podem ser novos. Esses principados novos ou são totalmente novos ou são conquistas de outros Estados liderados por príncipes hereditários, estes são chamados principados mistos.

Segundo Maquiavel, é exatamente nos principados mistos que surgem as dificuldades, já que nos hereditários o príncipe apenas perderá seu Estado se apresentar muitos defeitos graves para seu povo.

O novo príncipe, primeiramente, deve fazer com que se tornem inimigos todos aqueles foram incomodados e ofendidos com sua conquista do território. Também necessitará de apoio dos habitantes da região para penetrar uma província.

As províncias conquistadas por povos de iguais costumes e língua são mais facilmente mantidas, apenas não devem ser alterados estes costumes, suas leis e seus impostos. Já para os novos "governantes" das províncias de diferentes costumes e língua, será mais difícil mantê-las. O príncipe deverá, primeiramente, habitar a província, dominar as desordens rapidamente e instalar colônias em um ou dois pontos do território. O autor sugere a instalação das colônias pelo seu baixo custo, pela fidelidade e onerosidade.

O príncipe também deve ser os defensor dos menos fortes, para que assim também aconteça o enfraquecimento dos poderosos. Deve-se ter cuidado para que nenhum forasteiro e estrangeiro de poder penetre na província. Recomenda também o autor que nunca se deve deixar que uma crise prossiga com o intuito de uma guerra ser evitada, por que esta não se evita, apenas se adia em benefício dos outros e desvantagem própria.

As províncias governadas por príncipe e servos, como era a França por volta do século XV, são mais facilmente conquistados e mais dificilmente mantidos. Já as províncias governadas por príncipes e barões, como o Império Turco também por volta do século XV, são mais dificilmente conquistadas e mais facilmente mantidas.

Quando deseja-se conservar os principados que, antes de serem ocupados, viviam com suas próprias leis, existem três caminhos a serem seguidos: arruiná-los – e este é o caminho mais seguro, habitá-los pessoalmente ou criar o governo aos poucos e deixá-los com suas próprias leis. Já os principados que anteriormente possuíam um outro príncipe como governante são mais facilmente conservados.

Na obra também é afirmado que os grandes líderes, como Moisés, Ciro, Teseu e Rômulo mantiveram seus reinos porque estavam armados, ou seja, tinham uma boa tropa de defesa.

Aqueles principados que foram conquistados com as armas e fortunas dos outros, geralmente não são mantidos, pois existe uma corrupção do exército, e uma sociedade que não possui um alicerce, ou seja, não é fortalecida. Estes governantes estão submetidos à vontade de quem lhe concedeu o Estado, ou seja, o príncipe não tem poder algum, quem realmente comanda o Estado é o dono da fortuna.

Os que chegaram ao principado por meio de crimes, geralmente pagam por seus crimes não sendo celebrados por homens ilustres, e não são considerados homens de virtude. Também Maquiavel afirma que as crueldades podem ser mal ou bem usadas. Os crimes de extrema necessidade são considerados bem usados e são justificáveis e aceitáveis se após este, faz-se apenas o bem. Mas quando isso não ocorre e os príncipes continuam fazendo o mal, este possui falta de princípios e escrúpulos. As ofensas ao povo devem ser feitas de uma só vez, e o bem deve ser feito aos poucos, para que todos possam apreciá-lo.

Quando um cidadão privado torna-se príncipe de sua pátria, pode-se chamar seu governo de principado civil. O comandante deste deve ter, antes de tudo, uma grande e afortunada astúcia, e este deve fazer em benefício do povo, e não dos poderosos; pois a ele sempre caberá governar o mesmo povo, mas vive bem sem os poderosos. Se o povo deste Estado for hostil, ele abandonará o príncipe. Os povos fiéis ao governante devem ser amados, e os que não são fiéis e não confiam no príncipe, devem ou serem empregados como conselheiros, ou considerados inimigos e temidos.

O povo, primeiramente, deve ser considerado amigo e não deve ser oprimido. Mas deve-se esperar que nas adversidades, os cidadãos fugirão. Porém quando um povo espera o mal e recebe o bem, é mais fiel do que um povo que apenas espera o bem.

Segundo Maquiavel, as forças dos principados devem ser medidas pelo exército, ou seja, pelas armas que este mantém. Os reinados que tem muita fortuna e muitos homens devem fazer um bom exército. Quando um príncipe dá boa condição de vida, alimento e trabalho aos cidadãos de seu país, é amado. Um governador que possua uma cidade forte e que não seja odiado, nunca deverá ser atacado.

Os principados eclesiásticos são adquiridos por virtude ou fortuna, e são mantidos pela religião. Estes mantém-se fortes, e seus príncipes estarão sempre no poder. São só esses tipos de principados que não necessitam ser defendidos, não governam seus súditos. Esses principados são considerados seguros e felizes, e seus poderes apenas podem ser aumentados com armas e virtudes.

É necessário que um príncipe tenha bons fundamentos, caso contrário cairá em ruína. Para um principado ter poder e prestígio, deve haver boas armas; e as boas leis somente poderão existir se houver boas armas. As armas, ou tropas, podem ser próprias ou mercenárias, auxiliares ou mistas. As tropas mercenárias e auxiliares são inúteis, desunidas, ambiciosas e infiéis. Para que um principado possua uma boa tropa, o seu príncipe deverá acompanhar exercer as atribuições de capitão desta. As tropas mercenárias são perigosas, tendo como exemplo os cartagineses, que quase foram oprimidos por sua tropa mercenária.

Já as tropas auxiliares

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