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MÁ DISTRIBUIÇÃO DE RENDAS

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Por:   •  7/4/2014  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  346 Visualizações

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É impossível separar a distribuição de renda, a pobreza e a fome, pois estas estão intimamente relacionadas, sendo cada uma causa e conseqüência da outra. Por mais de quinhentos anos a renda no Brasil é mal distribuída. E a renda também está ligada com a posse da terra. Desde o início da colonização, com as capitanias hereditárias, extensas faixas de terras estavam concentradas nas mãos de poucos. Dessa mesma forma, tempos depois, nas mãos dos senhores de engenho e séculos depois nas mãos dos barões do café. Nesse tempo, os trabalhadores e escravos, marginais do processo compunham a classe pobre, quase sempre mal alimentada.

Com a abolição da escravidão a situação da renda poderia ter melhorado, mas a imensa massa de negros foi deixada a própria sorte, sem qualquer tipo de assistência. Os negros libertos geraram as favelas e os trabalhadores rurais, sem terra. A situação agravou-se ainda mais durante a ditadura militar em que o lema "Primeiro crescer, depois distribuir" traduz o porquê da atual concentração de renda. E esta concentração de renda gera a concentração de riqueza, pois apenas aquele que possui uma renda alta pode poupar, empreender e assim enriquecer. Com isso o abismo entre ricos e pobres aumenta.

Atualmente, um dos grandes vilões da má distribuição de renda é o alto preço dos alimentos, que afetam muito mais as pessoas de baixa renda. Para uma família com renda mensal de R$ 200, 50% é gasto com alimentação. Essa porcentagem cai para 15% para uma família de renda de R$ 2000. Dois fatores explicam o alto preço do alimento. O primeiro é o modelo fiscal brasileiro, que sobretaxa produtos ao invés de lucros e investimentos. Por isso o pobre paga mais impostos. Além disso a produção brasileira é voltada para engordar o superávit da balança comercial, que serve para pagar juros e mais juros da dívida externa. Para exportar produtos que poderiam ser consumidos internamente aumenta-se o preço, através de vários impostos, enquanto incentivos fiscais para a exportação são concedidos. Com a diminuição do preço, o pobre pode comprar mais alimentos, por conseqüência diminui-se a fome. Muitas entidades fazem campanhas contra a fome, seja no Natal ou na época da seca para alimentar os famintos. Porém o benefício não atinge todos e quando termina a campanha, acaba também o sustento. Por isso é fundamental que o faminto tenha condições de se sustentar, para que a fome seja definitivamente erradicada.

O aumento do salário mínimo também melhora a distribuição de renda, já que o patrão passa a pagar mais a seus empregados. Além disso, no mercado informal, os salários tendem a se ajustar no patamar do novo mínimo. Como a maior parte dos pobres trabalham informalmente, há um aumento generalizado do poder aquisitivo.

Para visualizarmos a importância do salário na vida do brasileiro: 2/3 da população, 111 milhões, dispõe de renda familiar de até 2 salários mínimos e destes 34 milhões com renda inferior a ½ mínimo. Por fim o dado mais agravante: 1% da população concentra fortuna equivalente ao rendimento de 50% mais pobres da população.

A pobreza e a fome são parte do processe cíclico da má distribuição de renda. Hoje no Brasil temos 60 milhões de pobres (outras fontes indicam "apenas" 30 milhões) e outros tantos milhões abaixo da

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