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O Construtivismo

Por:   •  15/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  431 Palavras (2 Páginas)  •  281 Visualizações

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Em um artigo que fora publicado em 1992, Anarchy is What States Makes of it, o teórico pós-positivista Alexander Wendt popularizou uma concepção teórica que viria a chamar de ‘construtivismo’ no qual tem como asserção a ideia de que o mundo no qual coexistem todas as relações sociais e entre agentes burocráticos de uma sociedade, se constitui por uma construção social, e o protagonismo é subjetivado ao indivíduo em si. Diferente das teorias positivista que se embasam através das relações de consolidação material do poder, seja econômico, político, militar, entre outros, o construtivismo vai pautar-se na centralidade das ideias, concepções, pensamentos e relações intersubjetivas como agente norteador teórico, o que alguns estudiosos afirmam que confere aí um caráter metateórico.

Nota-se com demasiada clareza que o construtivismo é uma audaciosa abordagem teórica em meio ao terceiro debate das relações internacionais, entre “racionalistas” e epistemologias interpretativistas. Wendt afirma que o construtivismo tem o intuito de se posicionar como uma ‘via média’ entre racionalistas e idealistas, onde contrapõem ao radicalismo ideal (onde as ideias é o agente norteador único e central) e se opõem também ao materialismo racional (no qual a realidade está puramente em detrimento das fontes materiais). Aceitando a ideia normativa de um mundo real, o construtivismo não mantém suas convicções na realidade material ou física apenas e admite ainda que o mesmo está em constante evolução social.

A construção social que permeia as relações entre agentes políticos seja os interesses, identidades ou o próprio comportamento destes atores, se concebe através do conjunto de pressupostos, perspectivas e significados coletivos dos indivíduos. Ainda que seja uma teoria que muitos enfatizam ser uma ‘via média’, o construtivismo não se limita esta ideia, pois a variedade de vertentes dentro da própria teoria é demasiada abrangente o que possibilita o construtivismo assumir um caráter de amplas abordagens de convergências e divergências. Homogeneizar esta teoria dentro das relações internacionais seria omitir a vasta gama de ideias e formulações que a ela cabe. Para Christian Reus-Smit no livro Theories of international Relations, onde a análise construtivista é abordada no capítulo oito, o autor em princípio categoriza em duas vertentes construtivistas, o sistêmico e o holístico.

Este primeiro tem o já enfatizado Alexander Wendt como idealizador, onde a interação entre os Estados é o objeto central da sua vertente construtivista e ainda endossa que a identidade de um Estado é construída através dos seus interesses e mais adiante pelas a suas ações. Ainda se entende que essa perspectiva sistêmica considera apenas a reprodução das formas políticas e sociais e não procura entender suas transformações ou mesmo a gênese de tais formas.

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