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O Papel Na mídia Nos Protestos Do Brasil 2013

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Por:   •  9/4/2014  •  1.178 Palavras (5 Páginas)  •  439 Visualizações

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O papel da mídia nos recentes protestos ocorridos no Brasil

O Brasil recentemente passou por um período de protestos por diversas cidades do país, os protestos tiveram início com o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo e rapidamente adquiriram um caráter nacional com protestos que ocorriam em diversas cidades brasileiras, onde os motivos dos protestos variavam desde o aumento das passagens, o fim da corrupção, a não aprovação da PEC 47, o julgamento do mensalão entre outros. Estes são os maiores protestos já realizados no Brasil desde o Fora Collor em 1992 com os caras-pintadas, que posteriormente se desdobrou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. A internet teve uma importante função no que diz respeito à função de divulgação e popularização do ‘’movimento’’, em A manipulação do Público, Herman e Chomsky discutem a situação do jornalismo e da internet com o avanço das novas tecnologias. Max Frankel diz que: ‘’ quanto mais os jornais perseguirem público na internet, mais o sexo os esportes a violência e a comédia aparecerão em seus menus, atribuindo pouca importância as notícias de guerras estrangeiras ou reforma da seguridade social. ’’ Max se referia a captação do público da internet pelos jornais, mas transferindo esse pensamento aos protestos ocorridos podemos destacar a maneira de como os protestos foram tratados inicialmente de uma forma extremamente sensacionalista pela mídia popular; os atos de vandalismo e a violência que ocorreram nos protestos foram exacerbados pela mídia em detrimento dos outros objetivos que deveriam receber a mesma atenção.

Esse estudo não visa discutir a legitimidade dos protestos, as suas causas ou os desdobramentos causados pela mesma, e sim a relação existente de aspectos da mídia com os aspectos encontrados nos protestos. Em A manipulação do público alguns estudos de caso mostram o enviesamento da mídia de acordo com a situação e com a consequente manipulação desejada, os protestos tiveram uma mudança visível de como foi feita a sua cobertura, o vandalismo sensacionalista inicial foi sendo, à medida que paralelamente aumentava a popularidade dos protestos, discretamente modificado para uma cobertura mais amena e mais ‘’democrática’’ mostrando agora um lado mais humano e até mesmo revolucionário dos protestos.

Figuras do entretenimento e da propaganda utilizadas nos protestos

Em Uma Cultura Internacional Popular, o autor fala a respeito de figuras e símbolos que saíram do âmbito local em que foram criados e tornaram-se globais, trazendo um sentimento de reconhecimento por parte de quase qualquer indivíduo em qualquer lugar do mundo. Ortiz critica a desterritorilização dos espaços, em que ‘’não lugares’’ são criados para trazer um sentimento de conforto com características universais, mas sem nenhum tipo de comprometimento com a cultura local. Nos protestos ocorridos em 2013, várias figuras simbólicas foram usadas, entre elas a que merece mais destaque foi a máscara utilizada nos quadrinhos HQ ‘’V de Vingança (V for Vendetta de Alan Moore e David Loyd) ‘’, e também no filme com o mesmo nome de James McTeigue. Durante os protestos no Netflix, por exemplo, o filme ficou entre os mais populares entre os usuários, enquanto nas lojas de HQs o aumento de reservas da obra de Alan Moore aumentaram em 5 vezes do que um dia “normal”. O gerente de uma das lojas do Centro do Rio, Claudio Muniz, na época dos protestos deu um depoimento dizendo que mesmo com um aumento de 20 % do valor cobrado pelas mascaras, elas chegavam às lojas e acabavam em menos de 1 hora. Ou seja, uma máscara retratada nos quadrinhos e no filme que anteriormente, foi inspirada pela história de um soldado rebelde inglês se tornou um dos principais símbolos de uma manifestação nacional alterando até dados econômicos do comercio domestico, nos mostra como figuras ditas globais, são facilmente reconhecidas e taxadas em qualquer lugar.

Algumas das principais mensagens que acompanharam os protestos também foram frutos de propaganda de grandes empresas, em A Globalização da Comunicação, Thompson fala do processo de globalização da mídia e de como o espaço foi encurtado no processo de transmissão de mensagens. O autor relaciona o fenômeno da globalização com o a expansão do comércio, relacionando a organização da atividade econômica e a concentração do poder econômico. O autor faz uma análise cronológica do advento da globalização, mostrando como as novas tecnologias influenciaram para o modelo atual de propaganda e mídia.

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