Os Pioneiros Crioulas
Por: nevesrayra • 25/2/2021 • Resenha • 1.990 Palavras (8 Páginas) • 206 Visualizações
PIONEIROS CRIOULOS
Primeiro ponto a ser destacado a respeito deste capitulo, é a definição de Crioulo. Que se apresenta como qualquer individuo de descendência euroupeia que havia nascido em qualquer lugar que não fosse a europa. E que, na América se tornaram proprietários de terras em sua grande maioria, mas que também eram comerciantes e profissionais liberais.
Partindo desse primeiro ponto, o autor começa a analisar os elementos que favoreceram os movimentos de independência nas Américas, entre os séculos XVIII e XIX. Claro que há diversos fatores a serem considerados, porém ele da ênfase ao papel dos pioneiros crioulos.
Os crioulos, que eram espanhóis natos, tinham mais credibilidade em termos de status, eram eles que ocupavam cargos significativos na colônia. E com o passar do tempo, eles foram se tornando mais numerosos, passando a exercer bastante influencia e uma pressão afim de obter seu lugar de administração na colônia.
O autor, frisa que a partir disso, se deu as primeiras concepções na América do ser nacional. Pode-se dizer que os crioulos redefiniram as populações das províncias coloniais como pertencentes a uma mesma nação, fazendo com que a colônia tivesse uma percepção da Espanha como sua inimiga e posteriormente transformaram o império hispano-americano em dezoito estados independentes.
Acredita-se que tais movimentos tiveram inicio a partir de um receio dos crioulos de que houvesse uma mobilização política das classes inferiores. Apesar disso, o autor traz dois outros fatores para explicar a organização dos crioulos em torno do processo de independência. Que são: uma maior firmeza do domínio de Madrid sobre a colônia em forma de centralização administrativa, em que os peninsulares passaram a ter um papel mais importante do que aqueles que haviam nascido nas américas, e a propagação de ideias liberalizantes vindas da europa a partir do século XVIII.
Porem, apesar de pontuar esses fatores, o autor deixa claro que somente eles não explicam totalmente o impulso independentista que se iniciou na América. Tais fatores em conjunto com o papel dos crioulos em fazer com que as províncias passassem a se imaginar como pertencentes de uma mesma comunidade tornou possível o inicio do movimento de independência. Nesse ponto o texto deixa claro que, sim os crioulos tinham interesses políticos e economias, mas que também, se imaginavam como membros de uma mesma comunidade. E a partir daí, ele vai explicar como se deu a formação dessa comunidade imaginada.
Pra explicar melhor como se formou essa ideia de comunidade imaginada, o autor cita Masur. Que explica que cada uma dessas comunidades, que até o século XVIII eram unidades administrativas, surgiram de forma arbitrária, porém com o tempo acabaram adquirindo uma realidade consistente sob a influencia de fatores geográficos, políticos e econômicos. Ou seja, levando em consideração o tamanho do império, que era gigante, essas unidades passaram a se ver como zonas econômicas separadas, havia pouquissima comunicação entre uma e outra, o que fez com que cada tivesse sua própria autonomia. Portanto, com o passar do tempo, essas comunidades passaram a ter um sentimento de unidade e afetividade. Uma vez que se criou a consciência de que as mesmas partilhavam dos mesmos problemas. Um sentindo descrito pelo autor como “estamos e queremos estar juntos”
Um dos principais fatores que gerou esse sentimento por maior parte dos crioulos, foi o fato deles não terem os mesmos privilégios que os peninsulares na administração da colônia, eles eram barrados na ocupação de cargos estratégicos, ficando apenas com os cargos de menor importância ou representativos. O que com o tempo gerou um sentimento de exclusão.
A partir disso, a Coroa se viu de diante de um problema quase que incontrolável, pois suas colônias já não estavam nas mãos de peninsulares, e sim, nas mãos de uma numerosa geração de crioulos insatisfeitos com a Metrópole e unidos pelo mesmo sentimento.
Portanto, o autor coloca que esse conflito com os peninsulares foi de extrema importância para que houvesse a formação de consciência nacional nos crioulos. E traz um outro fator importante, que foi a maior incidência de jornais locais, sobretudo a partir do século XVIII. Que acabou estimulando a leitura dos pertencentes a colônia, trazendo um sentimento de que faziam parte de uma formação própria, com existência e problemática especifica. O que trouxe a percepção de que eram algo maior do que o Império espanhol.
Com isso, pode-se dizer que a resistência crioula teve inicio já em termos de consciência nacional, uma vez que diversos fatores levavam os mesmos a se sentirem parte de uma mesma comunidade, o que facilitou os movimentos independentistas na América do século XVIII e XIX.
VELHAS LINGUAS, NOVOS MODELOS0
O final da era dos movimentos vitoriosos de libertação nacional nas Américas coincidiu com o inicio da era do nacionalismo europeu. Tal nacionalismo se difere do citado anteriormente pelo fato de que as línguas nacionais foram de extrema importância, enquanto que nas Américas o inglês e o espanhol não eram considerados relevantes.
A Europa que trazia consigo a inspiração de outras revoluções, como a revolução francesa, a nação se tornou objeto de uma inspiração consciente e não uma perspectiva que ganhava foco aos poucos. Com isso, o autor traz a relevância da língua imprensa pra que esse movimentos nacionalistas fossem possíveis.
A descoberta de civilizações durante o século XVI que até então eram conhecidas apenas por rumores, ou, no caso das Américas, nem eram conhecidas. Mostrou para os europeus um irremediável pluralismo humano. Pelo fato de que, essas civilizações tinham se desenvolvido de modo totalmente simultâneo porem separado da historia conhecida até então. Sem influencia da cristindade, antiguidade ou até mesmo da percepção do que se definia como “homem”.
Nesse ponto, o autor cita A Utopia de More, para exemplificar o impacto dessas descobertas na geografia e políticas imaginárias na época. Uma vez que o livro de Thomas More se deu a partir de narrativas de expedições para as Américas. Que, inclusive, foi da onde surgiu o termo utopia. Que traduzindo fica “não-lugar”. E a obra, que é tratada de forma irônica demonstra como seria aplicável uma sociedade sem propriedade privada e sem intolerância religiosa. O texto vai citar também A Nova Atlântida Francis Bacon, que vai tratar de uma sociedade impulsionada por ciência e conhecimento. Entre outros livros. E frisa que todas essa utopias foram modeladas a partir de descobertas reais e de sociedades contemporâneas.
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