O Manifesto Dos Pioneiros

A Reconstrução da Educação no Brasil

O ano é 1932, um dos momentos mais importantes da história da educação brasileira: a publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos principais jornais do país.

Dirigido ao Povo e ao Governo, o Manifesto faz um diagnóstico da educação brasileira na década de 30 e apresenta um plano de reconstrução educacional no Brasil. O documento foi assinado por 26 educadores e intelectuais de renome, liderados por Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira.

Assim, o Brasil é filho de uma Educação Nova, cujos pais seriam os educadores que tiveram a iniciativa de tentar transformar a educação do país integrada numa escola única, pública e igual para todos. Consequentemente, assim como tudo que se traz novo, causa choque, esses princípios incomodaram alguns setores conservadores e políticos do Brasil, pois ao proclamarem por uma educação democrática e laica, os Pioneiros da Educação responsabilizavam o Estado para educar o povo. A educação pública deveria afastar-se das questões religiosas, já que naquela época as pessoas ainda viviam a mercê da religiosidade. A Igreja Católica ainda dominava a sociedade. Os Pioneiros os chamam então, para as questões sociais, possibilitando iguais direitos para todos, é compreensível, pois o país vive, na época, em processo de crescimento das classes trabalhadoras e lento de democratização. Um país cujo povo vive com imensas desigualdades sociais, econômicas e intelectuais. Em meio a essa situação, os Pioneiros da Educação iniciaram a luta por uma educação de qualidade, com profissionais capacitados, escolas gratuitas e de iguais direitos, sem que houvesse diferença entre o ensino, decorrente da classe social. O aluno, diante de uma educação democratizada, numa escola cidadã, seria crítico e frequentador assíduo da escola, capaz de perceber a importância da busca ao Conhecimento, e, assim, perceber-se como sujeito, capaz e humano num contexto social e não apenas de responsabilidade familiar.

“ A educação também precisa evoluir”... propõe assim a Grande Reforma, a reforma das reformas. Os Pioneiros da Educação levantaram a bandeira de luta explicitada pelo documento o qual o Estado pudesse atentar-se mais para a educação, vendo-a como prioridade, como evolução, como base, a força, o acréscimo, a arte.

Desta forma, os Pioneiros da Educação são dignos de aplausos. Esta luta ainda se faz presente, pois a desigualdade social ainda existe. Em meio a projetos de governo para diminuir ou erradicar o analfabetismo, o Brasil continua com oprimidos, afinal, onde há opressor é porque existe oprimido.

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