Pesquisas De Mercado

Quando coletar dados não é o suficiente:

O cenário mercadológico altamente competitivo no qual as empresas e/ou organizações estão inseridas atualmente exige a minimização da possibilidade de erro, tornando-se imprescindível um maior conhecimento e melhor compreensão do comportamento de seus respectivos públicos. A experiência e o denominado “feeling”, apesar de sua importância, já não são mais, por si só, suficientes para embasar um processo decisório e a planificação de ações em um ambiente de negócios tão complexo e globalizado como este que presenciamos nos dias atuais. Tomar decisões importantes para o futuro estratégico de uma organização baseando-se apenas na intuição pode levar a apostas erradas, gerando prejuízos financeiros e danos, geralmente, irreversíveis à imagem e à credibilidade de uma organização.

Essa conscientização tem levado as empresas e organizações a buscar cada vez mais nas pesquisas as respostas que necessitam para seus problemas. No entanto, o uso indiscriminado e sem critérios dessa ferramenta, com o objetivo de obter dados e informações para embasar processos decisórios, também não garante por si só a resolução total dos problemas ou a direção exata a ser tomada. Em uma pesquisa não basta coletar dados. Uma coleta de dados em uma pesquisa sem um briefing bem elaborado, objetivos claros, instrumentos bem definidos e planejados, plano tabular e de análise corretamente especificados, e realizada por equipe sem a qualificação necessária para extrair informações dos dados coletados, faz com que uma pesquisa deixe de ser um investimento e passe a ser apenas mais uma despesa que poderia ter sido evitada. Estes aspectos, que envolvem a concepção inicial de um processo de pesquisa, resumem as principais dificuldades em entender os benefícios de uma pesquisa. Um processo de pesquisa iniciado de forma inadequado apenas reforçará a perspectiva de que estas não trazem acréscimo algum e apenas apontam o óbvio para qualquer processo decisório.

O objetivo de uma pesquisa é reduzir os riscos de erro e, consequentemente, aumentar as possibilidades de acerto, buscando levar estas ao mais alto nível possível, dentro de certas restrições temporais e financeiras. Dentro desta perspectiva, é imprescindível a correta concepção do processo de pesquisa. É a partir deste ponto que se define a natureza da pesquisa a ser aplicado, assim como o método e a técnica de coleta de dados a ser empregado, o processo de amostragem, e os procedimentos de análise decorrentes desse procedimento amostral.

As metodologias de pesquisa podem ser resumidas em dois grandes grupos: pesquisas de natureza qualitativa (caráter exploratório) e pesquisas de natureza quantitativa (caráter descritivo e conclusivo). Cada um destes grupos podem ter pesquisas classificadas ainda quanto aos métodos e técnicas de coleta. No que tange as pesquisas de natureza qualitativa, as técnicas de coleta mais amplamente empregadas são as pesquisas de grupos focais e pesquisas em profundidade. As pesquisas de natureza quantitativa possuem o survey (levantamento de dados) como o método mais amplamente utilizado. Este método se diferencia ainda pelas técnicas de coleta de dados, que podem ser presenciais (domiciliares ou ponto de fluxo), ou não-presenciais (telefone, e-mail, coleta on-line, correios).