Progresso na arte
Tese: Progresso na arte. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: isaacfake • 11/5/2014 • Tese • 2.429 Palavras (10 Páginas) • 219 Visualizações
Por virtude, Aristóteles compreende uma prática. A virtude não é, portanto, natureza; e não haveria um aprendizado suficientemente eficaz para garantir a ação virtuosa. A virtude, contudo, seria a forma mais plena da excelência moral; e, por tal razão, não poderia existir em seres incompletos ainda em formação, como as crianças. A excelência moral, revelada pela prática da virtude, seria, antes de tudo, uma disposição de caráter. Para o exercício da virtude seria, pois, necessário conhecer, julgar, ponderar, discernir, calcular e deliberar. Ao contrário da tradição socrática e platônica, não seria o mero conhecimento do bem que poderia dirigir a ação justa. A virtude, como excelência moral, corresponderia à idéia de uma razão reta relativa às questões da conduta. Ora, tal disposição do caráter humano teria por suposto a precedência de uma escolha dos atos a serem praticados; e de um hábito firmado pela repetição para conduzir a ação reta. Nesse sentido, pode-se dizer que, na Ética de Aristóteles, virtude é hábito – hábito construído pela contigüidade da relação potência e ato:
Resenha:
Livro I:
Toda arte e toda investigação, bem como toda ação e toda a escolha, visam a um bem qualquer; e por isso que o bem é aquilo a que as coisas tendem. Mas entre os fins observa-se uma certa diversidade: alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades das quais resultam; e onde há fins distintos das ações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as últimas.
Se existe para as coisas que fazemos, algum fim que desejamos pro si mesmo e tudo o mais é desejado por causa dele, evidentemente tal fim deve ser o bem, ou melhor, o sumo bem. Esse bem é objeto da ciência mais prestigiosa e que prevalece sobre tudo. Esta é a ciência política, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas em uma cidade-estado. A finalidade dessa ciência deve abranger a finalidade das outras, de maneira que essa finalidade deverá ser o bem humano.
As ações belas e justas, que a ciência política investiga, admitem grande variedade e flutuações de opinião. Devemos contentar-nos em indicar a verdade de forma aproximada e sumária. Pois é característica do homem instruído buscar a precisão. É em torno dos fatos da vida que giram as discussões referentes à ciência política.
Todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, procuremos então o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Esse bem supremo é a felicidade e consideram que o bem viver e o bem agir equivalem a ser feliz.
Quem quiser ouvir com proveito as exposições sobre o que é nobre e justo, é preciso ter sido educado nos bons hábitos. O fato é o princípio, ou ponto de partida, ele deve ser claro para o ouvinte, sem ter necessidade de explicar porque é assim.
Pode-se dizer com efeito, que existem três tipos principais de vida: a vida agradável, a vida política e a vida contemplativa.
Os homens de discernimento parecem buscar a honra visando ao reconhecimento de seu valor, para eles a virtude é mais excelente do que o título ou o status.
Quanto a vida dedicada a ganhar dinheiro, é uma vida forçada, e a riqueza não é, o bem que estamos procurando: trata-se de uma coisa útil, nada mais, e desejada no interesse de outra coisa. A piedade exige darmos primazia à verdade.
O termo bem é usado tanto na categoria de substância, quanto na de qualidade e na de relação, e o que existe por si mesmo, ou seja, a substância, é anterior por natureza ao relativo, então, não pode haver uma idéia comum a ambos esses bens. É evidente que o bem não pode ser algo único e universalmente presente em todos os casos, pois se fosse assim, ele não poderia ter sido predicado em todas as categorias, mas apenas em uma. A ciência e uma só, teria de haver uma única ciência de todos os bens. Mas o fato é que as ciências são muitas, mesmo das coisas compreendidas em uma só categoria: por exemplo, a da oportunidade, pois esta, na guerra, é estudada pela estratégia, e na saúde pela medicina, e a moderação nos alimentos é estudada na medicina, e nos exercícios, pela ciência da educação física.
Os pitagóricos parecem fazer uma concepção mais plausível acerca do bem quando põe o “um” na coluna dos bens. Poder-se-ia objetar ao que acabamos de dizer, o fato de que eles (os platônicos) não falam de todos os bens, e que os bens buscados e amados por si mesmos são chamados bons em referência a uma idéia única. Separemos, portanto, as coisas boas em si mesmas das coisas úteis, e vejamos se as primeiras são chamadas boas em referencia a uma única idéia.
Quanto à honra, a sabedoria e ao prazer, no que concerne a sua bondade, os conceitos são diversos e distintos. Do mesmo modo que a visão é boa para o corpo, a razão é boa para a alma.
Os bens que são atingíveis e realizáveis e usando-o como uma espécie de padrão, conhecermos melhor os bens que verdadeiramente são bons para nos, e, desse modo, poderemos atingi-los. Ele se mostra diferente nas diversas ações e artes. Em função de alguma outra coisa, segue-se que nem todos os fins são absolutos; mas o bem supremo é claramente algo absoluto. Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa.
Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra coisa, e considerada como esse sumo bem. Ela é buscada sempre por si mesma e nunca no interesse de uma outra coisas; enquanto a honra, o prazer, a razão, e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por si mesmas, fazemos isso no interesse da felicidade, pensando que por meio dela seremos felizes. Mas a felicidade ninguém a escolhe tendo em vista alguma outra virtude, nem, de uma forma geral, qualquer coisa alem dela própria.
A mesma conclusão o raciocínio parece levar, considerado sob o ângulo da auto-suficiência, visto que o bem absoluto é considerado auto-suficiente, já que o homem é um animal político. Definimos a auto-suficiência como aquilo que, em si mesmo, torna a vida desejável por não ser carente de nada. E é desse modo que entendemos a felicidade. A felicidade é algo absoluto e auto-suficiente, e a finalidade da ação. Mas dizer que a felicidade é o bem supremo talvez pareçam uma trivialidade.
Estamos agora, buscando saber o que é peculiar ao homem. Excluamos, pois, as atividades de nutrição e crescimento. Resta, portanto, a atividade do elemento racional do homem, desta, uma parte tem esse principio racional no sentido de ser obediente a ele, e a outra, no sentido de possuí-lo e de pensar.
A função do homem é uma atividade da alma
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