RELATÓRIO DE LEITURA CRÍTICA
Por: Deborah Bento • 1/10/2018 • Trabalho acadêmico • 739 Palavras (3 Páginas) • 275 Visualizações
RELATÓRIO DE LEITURA CRÍTICA
KISSINGER, Henry A. O mundo restaurado. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, pp. 133-161 (“O Congresso de Viena”).
Relatório de leitura crítica da disciplina de História das Relações Internacionais II – História Contemporânea, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo, elaborado durante o segundo semestre de 2017 sob orientação do Prof. Dr. Rodrigo Medina Zagni.
Deborah Cristina dos Santos Bento[1]
No capítulo em questão – O Congresso de Viena – tratado na obra, “O mundo restaurado”, o autor trata dos fatores que influenciaram e foram responsáveis por cada etapa que estruturou este encontro. Sendo um dos Pontos estipulados e acordados na Conferência de Paz de Paris[2], esta conferência em Viena teve como componentes os representantes das grandes potências europeias que participaram da guerra, sendo que seu principal propósito era o de reorganizar as fornteiras que foram alteradas durante essa época e ainda restaurar a ordem absolutista do antigo regime, resolvendo assim, os problemas do equilíbrio europeu, decorrentes da ausência de uma ordem com poderio internacional.
Em vários momentos deste capítulo, o autor faz referência aos representantes[3] das grandes potências no Congresso de Viena, mencionados anteriormente e atribui a eles – com total razão – a responsabilidade pelas negociações e jogadas políticas estratégicas entre os países.
A França, tendo inicialmente exclusa sua participação no Acordo europeu pela Coalização de potências hostis, pôde contar com a ajuda de Talleyrand[4], que desempenhou seu papel com maestria e como resultado, foi capaz de reverter este quadro, conseguindo assim, a introdução de seu país nestas negociações.
No início do capítulo tratado, Kissinger segmenta o Congresso de Viena em cinco fases distintas que, ao decorrer da leitura, são aprofundadas de forma apropriada. Estas fases dão-se por: 1) o início processual em que se organizou o Congresso numa coalizão antifrancesa; 2) os esforços do Secretário do Exterior britânico em resolver os conflitos inicialmente com um apelo ao Czar russo, e quando isso falha, com a tentativa de colocar as demais potências contra o Czar Alexandre; 3) as tentativas de Metternich em separar os conflitos polonês e saxônico em duas questões distintas e unir potências para reivindicações históricas; 4) a inclusão de Talleyrand nas questões deliberadas pelas grandes potências com a dissolução da coalizão antifrancesa; 5) a discussão do acordo final.
A forma como o autor apresenta e discorre a respeito do poder da diplomacia nas negociações estratégicas em questão e também o posicionamento dos respresentantes de cada país neste cenário é fortemente notória; Ele refere-se especialmente às atitudes de Metternich[5] e Talleyrand, que são abordadas e enfatizadas por conta da forma inteligente, eficiente e eficaz com que foram realizadas.
A posição de Metternich, primariamente, atribuía a visão de que os objetivos galgados de seu interesse não poderiam ser alcançados, porém, o Ministro realizou campanhas diplomáticas em que isolava seus adversários políticos e colocava-se em posição de resistência às exigências exorbitantes, injustas e intransigentes da Prússia. Necessitando de apoio para manter sua posição, ele introduziu Talleyrand de volta ao cenário de negociações da Europa. Desta forma, há o início do processo de dissolução da Coalizão antifrancesa. Contudo, o autor faz questão de destacar o fato de que a participação francesa não foi vendida por território ou por algo semelhante – sendo que, se este fosse o caso, poderia ter colocado as outras potências contra a França. Da forma como as coisas foram conduzidas e alocadas, o isolamento francês foi derrubado e a igualdade atribuída à França, dando-lhe o status de potência europeia nivelada com as demais foi reconhecida pelos países; Kissinger ressalta que essa foi a maior façanha alcaçada por Talleyrand em Viena, já que propiciou uma mudança significativamente positiva no jogo de poder exercido por seu país.
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