Responsabilidade Social E Meio Ambiente
Pesquisas Acadêmicas: Responsabilidade Social E Meio Ambiente. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: daiediego • 6/12/2012 • 708 Palavras (3 Páginas) • 1.384 Visualizações
para sair do naturalismo médico. Ela releva a ética da
responsabilidade de Lévinas no sentido de pensar o
outro. É no encontro inicialmente da relação mãefilho
e, em seguida, em todas as relações de
proximidade que se cruza o sentimento de
responsabilidade(4).
É conveniente nos referirmos ao lugar do
cuidado no espaço socioterapêutico o qual não é
limitado às instituições de saúde. O terapêutico não se
situa em uma instituição ou em um dado espaço, remete
a um conjunto de ações de indivíduos ou grupos no
trabalho de atenção à vida do outro e que é diluída no
espaço social. Engloba o trabalho de enfermagem, no
entanto, não é restrito a ele. O trabalho de atenção à
vida passa pelo corpo, no sentido amplo do termo, e
também por diversas técnicas corporais que reúnem
pessoas singulares e grupos específicos. Todas as
ações de atenção à vida não conduzem,
necessariamente, a um melhor bem-estar, à
manutenção e à qualidade ou a uma vida significativa
para si mesmo e os outros. No pensamento humanista
ou da humanização, o cuidado é visto, necessariamente,
como uma boa ação. Existe, de certa forma, de um
lado a técnica, que é má, médica, abusiva, invasiva, e
de outro, o cuidado, que deve corrigir a técnica, tornála
humana e dar prioridade ao ser e não à máquina.
Nessa visão, muito influenciada pelo modelo médicohospitalar,
a técnica é verdadeiramente a máquina.
No entanto, sabemos que as técnicas como as da
enfermagem não são somente máquinas. São
sociocomportamentais (o trabalho para mudar
comportamentos de saúde); administrativas (a gerência
que diz respeito à vida e aos corpos) e também
observáveis nas rotinas (pois o ritual do controle da
temperatura e das excreções todas as manhãs, nos
hospitais, lembram ao paciente que ele está submetido
a uma vigília tecnológica)(4).
A etimologia da palavra cuidado, enquanto
atenção e preocupação (para o outro), deveria
igualmente (pela inclusão de seu contrário, o
descuidado) significar o problema da indiferença e
também o da prioridade da ação para certos grupos
vulneráveis, frágeis, em detrimento de outros,
colocando a questão da justiça no acesso aos serviços
de saúde. Assim, a insistência sobre o humanismo e a
humanização, pelos cuidados, torna difícil pensar neste
último como carência, ausência, recusa. É preciso
considerar aqui toda a questão da privação (de
cuidados, de técnicas) para certos grupos nas regiões
isoladas, nas periferias isoladas do mundo, e para quem
a saúde se torna uma questão de direitos humanos e
de cidadania. Devemos pensar o cuidado nas suas
expressões de recusa (do cuidado) e da indiferença
(em relação a certos grupos). A expressão “se
preocupar com” supõe (mesmo que não nos demos
conta) o sentido de “não nos preocuparmos com”(4:38).
Humanizar para quem e por quê? Até que ponto
a atenção e a preocupação pelo outro se referem a
uma visão limitada de alteridade, negando a existência
da pessoa que cuida enquanto sujeito na relação de
cuidado? Questiona
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