Resumo Do 1º Capítulo Do Livro 20 Anos De Crise De Edward H. Carr
Pesquisas Acadêmicas: Resumo Do 1º Capítulo Do Livro 20 Anos De Crise De Edward H. Carr. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luanacasagrande • 30/6/2014 • 1.351 Palavras (6 Páginas) • 747 Visualizações
Nos países democráticos, a política internacional sempre foi vista como fora do campo de ação dos partidos políticos; e os órgãos parlamentares não se sentiam competentes para exercitarem um controle cuidadoso sobre as misteriosas operações das chancelarias. Na Europa continental, o alistamento militar e o medo crônico de invasão estrangeira haviam criado uma conscientização popular dos problemas internacionais mais amplas e contínuas. A guerra ainda era vista principalmente como negócio de soldados e o corolário disto era que a política internacional era um negócio de diplomatas.
A guerra de 1914-18 pôs um fim na opinião de que a guerra é um assunto que afeta unicamente soldados profissionais e, fazendo isto, dissipou a impressão correspondente de que a política internacional podia ser deixada com segurança nas mãos dos diplomatas profissionais. A campanha pela popularização da política internacional começou nos países de língua inglesa, sob a forma de uma agitação contra tratados secretos, que foram atacados, sem provas suficientes, como uma das causas da guerra foi o primeiro sintoma da demanda pela popularização da política internacional, e anunciou o nascimento de uma nova ciência. A ciência da política internacional, portanto, surgiu em resposta a uma demanda popular
A razão, diz Kant, deve pesquisar a natureza "não... como um aluno, que presta atenção a tudo o que seu mestre decidir contar-lhe, mas como um juiz, que obriga a testemunha a responder-lhe todas as perguntas que ele mesmo ache apropriadas ao seu fim?". "Não podemos estudar nem mesmo estrelas, rochas ou átomos", escreve um sociólogo moderno, "sem estarmos de alguma forma condicionada pelos interesses humanos diretos, seja em nossas formas de sistematização, na proeminência dada a uma ou outra parte do nosso assunto, ou na forma das perguntas que fazemos e tentamos responder'". Qualquer um que leia colunas políticas de um jornal, ou que participe de reuniões políticas, ou discuta política com seu vizinho, é de certa forma um estudante de política; e a opinião que venha a formar torna-se (especialmente, mas não exclusivamente, nos países democráticos) um fator no curso dos eventos políticos. Todo julgamento político ajuda a modificar os fatos a que se refere. O pensamento político é, ele mesmo, uma forma de ação política. A ciência política não é apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser. Hobbes aponta como característica dos "povos mais primitivos" que "a prova da verdade de uma idéia não esteja ainda separada da qualidade que a torna agradável?". O mesmo pareceria extremamente verdadeiro acerca do estágio primitivo, ou "utópico", das ciências políticas "Pode-se dizer que a sociologia", ressalta o Professor Ginsberg, "surgiu como forma de ação contra largas generalizações não apoiadas em pesquisa indutiva detalhada."
Durante a Idade Média, o ouro era reconhecido como meio de troca. Entretanto, as relações econômicas não estavam suficientemente desenvolvidas a ponto de requererem mais do que uma quantidade limitada de tal meio. Quando as novas condições econômicas dos séculos quatorze e quinze introduziram um sistema de transações monetárias largamente difundidas, e a oferta de ouro tornou-se inadequada para esse fim, os sábios da época começaram a experimentar a possibilidade de transmutar metais comuns em ouro. Foi nos séculos quinto e quarto a.C. que surgiram as primeiras tentativas sérias registradas de se criar uma ciência da política. Essas tentativas foram feitas independentemente na China e na Grécia. Mas nem Confúcio nem Platão, embora estivessem evidentemente, profundamente influenciados pelas instituições políticas sob as quais viveram, tentaram realmente analisar a natureza dessas instituições, ou procuraram sublinhar as causas dos males que deploravam. “Como os alquimistas, contentaram-se em advogar soluções altamente imaginativas, cuja relação com os fatos existentes era de negação absoluta”, a nova ordem política que propunham era tão diferente de qualquer coisa a seu redor quanto ouro de chumbo. Foi o produto, não da análise, mas da aspiração. No século dezoito, o comércio na Europa ocidental tornou-se tão importante, que as restrições a ele impostas pela autoridade governamental, e justificada pela teoria mercantilista, "Platão, Morus e Carnpanella, construíram suas sociedades irreais com os materiais que tinham sido omitidos na criação das comunidades reais, devido aos defeitos nos quais eles se inspiraram constituíram-se em obstáculos. O protesto contra essas restrições assumiu a forma de uma visão desejada de um comércio universal livre; e, partindo dessa visão, os fisiocratas na França, e Adam Smith na Grã-Bretanha, criaram a ciência da economia política. A nova ciência baseou-se primeiramente na negação da realidade existente, e em certas generalizações artificiais e não verificadas sobre o comportamento de um hipotético homem econômico.
Nos primeiros anos do século dezenove os pioneiros que primeiro lançaram-se ao ataque do problema foram os homens a quem a posteridade atribuiu o nome de "socialistas utópicos": Saint-Simon e Fourier na França; Robert Owen na Inglaterra. Esses homens não tentaram analisar a natureza dos interesses de classe Simplesmente
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