Resumo de Raízes do Brasil - Sérgio Buarque
Por: Stephanie Loli • 3/6/2015 • Trabalho acadêmico • 544 Palavras (3 Páginas) • 504 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTE: Stephanie Loli Silva
DOCENTE: Prof. Dra. Regina Laisner
DISCIPLINA: Formação Política e Econômica do Brasil
CURSO: Relações Internacionais – 1º ano (Noturno)
RESUMO CRÍTICO: Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda)
Sérgio Buarque de Holanda nasceu em 1902 na cidade de São Paulo. Formou-se em Direito (1925) pela Universidade do Brasil, mas exerceu também a carreira jornalística. Em 1952 mudou-se para a Itália, de modo a integrar a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Roma. De volta ao Brasil, em 1958 tornou-se catedrático de História da Civilização Brasileira na Universidade de São Paulo, posto que exerceu até aposentar-se em 1969. Faleceu em 1982 em sua cidade natal. Tornou-se um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, tendo deveras acrescentado ao pensamento nacional ao analisar a gênese do povo brasileiro.
Além do clássico “Raízes do Brasil”, publicado em 1936, merecem também destaque “Cobra de Vidro” (1934), “Monções” (1945) e “Visão do Paraíso” (1958).
Em sua obra “Raízes do Brasil”, o autor é norteado por perguntas referentes à estrutura social e política do Brasil, buscando analisar nossas heranças através de contextualizações históricas, além da origem da caricatura brasileira, bem como explicações para o pensamento e a conjuntura de sua época.
Partindo do princípio macro para o micro, Sérgio Buarque de Holanda inicia seu trabalho descrevendo a composição social dos países ibéricos, e como o fato desses localizaram-se na “fronteira da Europa” possibilitou o sucesso de suas colônias. Diferente de seus vizinhos europeus caracterizados pela estrutura feudal, onde imperava a hierarquia social, o ideal de trabalho dignificante, a busca pela segurança e linearidade, portugueses e espanhóis mostravam-se mais inclinados ao ócio, a anarquia social (na qual a mobilidade entre classes era grande), à desvalorização do trabalho manual e à espontaneidade aventureira. Surge então, a dicotomia: “homem trabalhador x homem aventureiro”.
O autor desenvolve a ideia de que, por estarem “acostumados” com a miscigenação com negros e a alta adaptabilidade de costumes, os ibéricos eram os mais aptos à conquista do Novo Mundo. Chegando a citar a ocupação holandesa em Pernambuco, Buarque assinala a dificuldade desse povo ao lidar com os nativos, desde o caráter meticuloso e “trabalhador” até a própria língua holandesa, incompreensível àqueles. Nesse ponto os portugueses encontraram também vantagem, já que a língua portuguesa era de fácil interpretação e assimilação.
O autor conclui então, que a estrutura contemporânea é fruto nítido do período colonial, e moldou-se compilando características nativas às europeias, surgindo assim, um sistema anárquico, individualista e ocioso que contribui para que a escravidão viesse a tornar-se força motriz do país. Soma-se a isso a infinidade de terra e a agricultura invasiva que degenerava o solo, tornando as fazendas temporárias e a monocultura. Consolida-se então, o tripé econômico colonial latifundiário, escravagista e monocultor.
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