SOBRE MENSALÃO, INDIGNAÇÃO SELETIVA E OS HERÓIS FORJADOS ....

SOBRE MENSALÃO, INDIGNAÇÃO SELETIVA E OS HERÓIS FORJADOS ....

“Querer afirmar que defendo políticos corruptos é demonstrar que a obsessão pela sua verdade não admite outras leituras dos acontecimentos” resposta de Dom Mauro Morelli aos impropérios que foram colocados em sua rede social, ao “ousar” analisar todo esse carnaval do mensalão sob um ponto de vista que foge ao padrão de indignação seletiva orquestrado por mentes brilhantes (?) como Danilo Gentili, Marcelo Tas, Roger Flores, Jô e suas “menininhas” retardadinhas, José Nêumanne Pinto entre outros idiotas de plantão.

É, realmente, ter o despautério de ler, de forma diferente, esse “grande” feito contra a corrupção é ter “culhões” para dar a cara à tapa. Bem, “culhões”, em seu sentido literal, não tenho. Mas, também tenho cá minhas ousadias e gosto desse exercício de pensar por conta própria, sem me deixar manipular pelos atuais baluartes da honestidade e da lisura neste país, como por exemplo, gente do tipo do FHC, outro cheio de indignação com tanta corrupção....

Mas, vamos ao que interessa. Estava analisando toda essa questão de julgamento do mensalão e o lugar de honra na história ao qual foi colocado o Ministro Joaquim Barbosa, e me veio à mente algo que lá nos tempos de escola básica, incomodava-me bastante, ou seja, por que a História do Brasil precisa ser escrita como todas as ações fossem provindas de membros da Liga da Justiça? Por que essa necessidade tupiquinim de forjar heróis? Aprendi, aliás, aprendemos, lá, nos primeiros anos de escolarização, que Dom Pedro, tal e qual um príncipe de contos de fadas, galopando em seu cavalo branco, em um ato de altruísmo profundo, salvou-nos das garras maléficas da Corte Portuguesa; aprendi também que os inconfidentes eram meninos bonzinhos, cheios de boas intenções e sem nenhuma história escusa por trás, que só pensavam no bem do Brasil. Aprendi ainda que a Princesa Isabel assinara a Lei Áurea, em um gesto de profunda grandeza, desprovido de qualquer interesse que não fosse a libertação daquele povo oprimido.

E aí a gente vai crescendo ...vai bebendo de outras fontes, buscando outros olhares e construindo o nosso próprio olhar bem além dos muros da escola, bem além dos famigerados livros didáticos e pontos de vista únicos. E tal e qual como acontece na vida real, príncipes viram sapos, nossos “heróis” têm pés de barros, capas derretem ao sol, identidades são desvendadas e guardam histórias nem um pouco fascinantes...

Mas, sei que assim como nos livros e nas escolas, hoje, já constam histórias fantásticas sobre o famoso impeachment e o poder incrível dos “caras pintadas” (e o engraçado é que essa turma acredita realmente que tirou o Collor do poder ... só rindo) também as gerações futuras provavelmente vão ver estampadas nos livros, a figura imperiosa do Joaquim Barbosa, o homem que combateu a corrupção no Brasil. Virá ele travestido em roupas do homem morcego? Pose para isso, ele já fez várias vezes e fotógrafos com senso de oportunidade não faltaram para registrar o feito.

E muita gente deve está se perguntando...esse bla, bla, bla todo é para defender os corruptos? Não..não, de forma nenhuma...a mim nem cabe isso, e esse julgamento já foi definido antes mesmo de sua realização...já se estabeleceu o feito, já