Saint Simon por Zeitlin

SAINT SIMON

Ensinando a filosofia para uma sociedade pós revolucionária

Saint Simon e Comte fundadores da sociologia

Comte: conservador, não queria conservar a filosofia do “status quo ante” (o estado em que as coisas estavam antes da guerra), mas sim o “status quo” ( no texto ele se refere “a sociedade de classe média que então estava emergindo e consolidando”), a sua filosofia “positiva” era um repudio a filosofia “negativa” do iluminismo e a revolução, para ele cada etapa do desenvolvimento era necessário e perfeito.

Saint Simon: originou todas as idéias de Comte, sua filosofia era uma crítica ao “status quo”, por essa razão ele é considerado o pai do socialismo. Porém essa idéia não é unânime, alguns filósofos negam toda tendência socialista e suas maneiras. Outros, como Marx, o qualificam de “socialista utópico”, pois sua filosofia foi escrita antes do desenvolvimento industrial e das contradições do capitalismo.

A versatilidade de seus pensamentos foi de fato que se “distinguó” na luta pela revolução Americana e foi um dos primeiros a apresentar um plano de construção que uniria o Atlântico e o Pacifico. Enquanto a revolução Francesa teve uma atitude ambivalente que fazia esse acontecimento transcendental.

Ele também concorda que a Idade Média teve sua estabilidade por conta da igreja. E o Iluminismo contribuiu para debilitar a mesma. E que os princípios de igualdade dos direitos naturais contribuíram para a queda da ordem anterior.

A idéia de Saint Simon era que os contemporâneos criassem uma nova ordem social orgânica baseada nos novos princípios e forças que tinham passado no primeiro plano. “A filosofia do século XVII foi critica e revolucionária; a do século XVIII será inventiva e construtiva”.

O conhecimento humano tinha passado por três fases: a tecnologia, a metafísica e essa a cientifica. Sant Simon acreditava que a filosofia da conduta humana deveria ser estudada da mesma maneira que estudamos os acontecimentos físicos, assim os conhecimentos científicos tomariam lugar dos dogmas religiosos e, também, os homens da ciência seriam a nova elite assim como eram os lideres da era medieval. Como? Por meio do positivismo.

Quadro da futura sociedade Saint-simoniana: seria necessária tanto uma elite espiritual, quanto uma elite temporal; a primeira é constituída por homens da ciência e a segunda por homens da indústria e outros proprietários produtivos. Se tratar de uma sociedade autoritária em que a elite-tecnologica dominara junto com os proprietários.

Saint-Simon via a sociedade antiga dividida em três classes:
1. Científicos, artistas e homens de idéias liberais;
2. Proprietários que resistiam a troca e queriam conservar a velha ordem;
3. “a que se une ao som da palavra ‘igualdade’         se une ao resto dos seres humanos”.
A sociedade está dividida entre os que tem e os que não tem, quando os que não tem ganham espaço, os intelectuais entram em cena com o papel de lideres. A revolução aconteceu porque os que tinham não puderam conter o levantamento e não podiam controlar os desprovidos. A causa disso foi a perca de superioridade cultural e intelectual por parte da velha elite.

Na nova sociedade pós revolução manterá as mesmas estruturas, porém com trocas: a ciência ocupa o lugar da religião, os cientistas ocupam o lugar dos sacerdotes e os industriais o lugar dos senhores feudais. O conflito entre os afortunados e os desprovidos continuará, porém agora os afortunados retomar o controle sobre os desprovidos. E que também a sociedade possuidora se junte aos intelectuais e essa união restabelecerá a ordem e cedo ou tarde os pensadores liberais, os artistas e os científicos terão que aliar-se a eles.

Para Saint-Simon a idade média não teria sido tão obscura, afinal a idade moderna teria se iniciado nela, admirava a união espiritual e a temporal que tinha existido nessa época e sabia que isso já não era mais possível.

A história passou pelo politeísmo, teísmo e fixismo até chegar ao estado positivo no qual todo conhecimento será unificado por uma base cientifica e positiva.

TUDO ISSO SE DEVE A SAINT SIMON, não a Comte.

A forma como reorganiza a nova sociedade européia mostra como a idade média é sempre um modelo para Saint Simon de concepção de sociedade. Pois nessa obra Saint Simon contempla a sociedade medieval como uma sociedade internacional em uma organização internacional: a igreja. E que não pode voltar atrás e ministrar e estabelecer uma nova organização internacional sobre a base de novos princípios internacionais. E por acaso existe algum principio mais internacional do que a ciência?

Em todas as suas obras Saint Simon apresenta duas classes: os produtores e os desprovidos.
produtores: banqueiros, administradores, os científicos e os trabalhadores manuais e a suposição é que todos eles têm interesses comuns, para Marx é esse o ponto fraco de Saint Simon. Saint Simon deixa intacta a estrutura de classes e, portanto, a propriedade privada, a única mudança é a propõe é a compensação dos meeiros para melhoramento das terras que trabalham. Para Saint-Simon era uma idéia que não cabia a civilização européia.

Pontos de vista que diferem Saint Simon de outros economistas da época:
1> Não via a produção como um fim em si mesmo, mas como um melhoramento da qualidade de vida.
Obra Organisateur:  plano de parlamento industrial em três etapas; uma de intervenção, uma de exame e outra de execução:
1. Formada por engenheiros, científicos e artistas os quais devem planejar diversos projetos públicos;
2. Formada por cientistas encarregados de supervisionar os projetos e controlar a educação;
3. Formada por industriais que devem levar a cabo e controlar os orçamentos.
2 >também discorda da idéia que o bem individual lega ao bem geral, que o egoísmo levaria a destruição e seria necessária uma organização como a igreja para controlá-los.

Sistema industrial de Saint-Simon:
- condição de melhorar as condições das classes mais pobres e a base do sistema industrial no principio do amor fraternal. Os artistas devem contribuir para a unidade moral da sociedade moldando crenças, opiniões e sentimentos.

Ao ter sempre em mente, como modelo a elite espiritual da idade média, não podia imaginar que a sociedade não estaria governada por uma elite culta. Os científicos e os industriais eram para ele os lideres da classe trabalhadora. Previu que existiria conflito entre as classes em geral, porem acreditava que em uma sociedade orgânica resolveriam esse problema. Também sustentava que o propósito principal da política era preservar a propriedade privada, e que “a única barreira que os proprietários podem opor contra o proletariado era um sistema ético”.