Simbolismo - as características deste movimento literário
Tese: Simbolismo - as características deste movimento literário. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mikaelle43654768 • 25/6/2014 • Tese • 1.958 Palavras (8 Páginas) • 348 Visualizações
Simbolismo – Características desse movimento literário
Em um ambiente em processo de mudanças econômicas, o Brasil passava por guerras civis nos anos entre 1893 e 1895. Com grande desordem na sociedade, incluindo o setor econômico e político, as potências mundiais estavam em guerra devido à decisão pelo poder econômico dos mercados consumidores e fornecedores. O Simbolismo surgiu neste contexto histórico, ao final do século XIX, se opondo ao realismo. Iniciou-se no Brasil em 1893 e terminou com a Semana de Arte Moderna. Esse movimento de estética diferenciada não é considerado uma escola literária, uma vez que na época que compreende, havia três tipos de manifestações literárias: o realismo, o pré-modernismo e o Simbolismo.
Foto: Reprodução
Características literárias
Aprofundando os ideais românticos, o Simbolismo estendeu suas características à literatura, teatros e artes plásticas. Originário da França, final do século XIX, o Simbolismo percorreu caminhos mais ousados e irracionais do que o romantismo, compreendendo os limites extremos da razão e do inconsciente.
Os artistas desse movimento possuíam uma visão individualista e pessoal, recebendo o apelido pejorativo de decadentistas. Foi no ano de 1886 que a publicação do manifesto O Século XX deu origem ao nome definitivo do movimento: Simbolismo.
O movimento tem caráter transcendental, direcionado à imaginação e fantasia, desprezando a razão e a lógica. Os sonhos, para os artistas da época, eram ferramentas fundamentais para tornar possível a compreensão de experiências ancestrais do homem. Principalmente literária, a escola presava não apenas sentir as emoções, mas levar também em consideração a sua dimensão cognitiva.
Entre suas principais características estão a estética marcada pela musicalidade, produção de obras de arte baseadas na intuição, utilização de recursos literários como aliteração e assonância, caráter individualista e a ênfase em temáticas místicas, imaginárias e subjetivas.
Simbolismo no Brasil
Como citado anteriormente, o Simbolismo teve início no Brasil em 1893 por meio da publicação das obras Missal e Broquéis, de Cruz e Souza. Sua força durou até o começo da década de 1920, quando começou o movimento modernista.
Principais autores
Entre os principais autores desse movimento no Brasil, estão Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens. Nas artes plásticas destacam-se Paul Gauguin, Gustave Moreau e Odilon Redon. Na literatura internacional, destacaram-se Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé e Paul Verlaine.
Diferenciando o Simbolismo
O Simbolismo pode ter sua estética diferenciada da Parnisiana e da Realista quanto às temáticas abordadas. No Simbolismo, usavam-se temáticas como a negação do materialismo, cientificismo e racionalismo, que estavam presentes no período do realismo, além da busca interior do homem e sua essência. Além disso, usava-se muito as dicotomias alma e corpo, e matéria e espírito.
Cruz e Sousa
Poeta brasileiro
Biografias de Cruz e Sousa:
Cruz e Sousa (1861-1898) foi poeta brasileiro. Fez parte do Simbolismo, Movimento Literário que teve sua origem na França em 1870. A crítica francesa o considerou um dos mais importantes simbolistas da poesia ocidental.
Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, Santa Catarina, no dia 24 de novembro de 1861. Filho de escravos alforriados, nasceu livre. Foi criado como filho adotivo do Marechal-de-Campo Guilherme Xavier de Sousa e Clarinda Fagundes de Sousa, de quem herdou o sobrenome. Aos sete anos fez seus primeiros versos. Aos oito anos declamava em salões e teatrinhos. Em 1871, com dez anos, matriculou-se no colégio Ateneu Provincial Catarinense, onde estudou durante 5 anos.
Em 1877, Cruz e Sousa dá aulas particulares e começa a publicar seus versos em jornais da província. Em 1881, funda junto com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal literário "Colombo". Durante dois anos percorreu várias cidades brasileiras, junto com a Companhia Dramática Julieta dos Santos. Lê pela primeira vez Baulelaire, Leconte de Lisle, Leopardi, Guerra Junqueiro e Antero de Quental.
Em 1883, aproxima-se do então presidente de Santa Catarina, Gama Rosa. Em 1884 é nomeado promotor de Laguna, mas foi recusado pelos políticos e não toma posse. Nessa época Cruz e Sousa já se destacava como fervoroso conferencista pró abolição.
Cruz e Sousa estréia, em 1885, em parceria com Virgílio Várzea, o livro "Tropos e Fantasias". Nesse mesmo ano assume a direção do jornal "O Moleque". No ano da abolição, 1888, o poeta vai para o Rio de Janeiro, onde em 1890 fixa residência definitivamente, trabalhando como arquivista na Central do Brasil.
Em 1893 casa-se com Gravita Rosa Gonçalves. Em fevereiro desse mesmo ano, publica "Missal", poemas em prosa, e em agosto publica "Broquéis", versos. Com eles Cruz e Sousa rompia com o Parnasianismo e introduzia o Simbolismo, em que a poesia aparece repleta de musicalidade, fazendo surgir um movimento de revitalização da vida espiritual do ser humano.
Em 1905, seu grande amigo e admirador, Nestor Vítor, publicou, a obra maior do poeta, "Últimos Sonetos", em Paris. A crítica francesa o considerou um dos mais importantes simbolistas da poesia ocidental. Sua obra completa, "Cruz e Souza, Obra Completa" foi publicada num volume de mais de oitocentas páginas, em comemorações do centenário de seu nascimento.
João da Cruz e Sousa morreu de tuberculose, em Estação do Sítio, Minas Gerais, no dia 14 de março de 1898.
Obras de Cruz e Sousa
Tropos e Fantasias, poesia em prosa, 1885
Missal, poesia em prosa, 1893
Broquéis, poesia, 1893
Evocação, poesia em prosa, 1898
Faróis, poesia, 1900, póstuma
Últimos Sonetos, poesia, 1905, póstuma
Outras evocações, poesia em prosa, 1961, póstuma
O Livro Derradeiro, poesia em prosa, 1961, póstuma
Dispersos, poesia em prosa, 1961, póstuma Cruz
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