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Variação Linguistica

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Por:   •  2/11/2013  •  860 Palavras (4 Páginas)  •  350 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Ao ingressar na escola, a criança percebe que sua língua, a falada que ela trouxe de casa, de suas interações, não é valorizada na escola. A norma linguística instituída pela escola como padrão a ser aprendido e, portanto seguido, é uma língua estranha, quase estrangeira sob a ótica de uma criança de cinco ou seis anos de idade. A escola valoriza a língua escrita e não reconhece qualquer língua falada que se afaste do padrão instituído.

Essa língua culta que a escola valoriza está distante do contexto social das crianças das classes populares.

A criança quando chega à escola para ser alfabetizada, já domina uma norma linguística. Ignorar esse conhecimento prévio é considerar a criança como um ser vazio que precisa aprender a “língua” portuguesa é, no mínimo um equívoco.

O PAPEL DO PROFESSOR

De acordo com Franchi (1988) os erros ortográficos costumam ser tratados diferentemente pela escola, havendo maior discriminação quando as escritas fonéticas se baseiam na transcrição de formas lingüísticas não padrão, utilizadas por alunos pertencentes às classes populares (por exemplo, escrever muié por mulher, óia por olha), do que quando os erros cometidos baseiam-se em meras arbitrariedades ortográficas do sistema ou em formas que estão mais próximas da língua oral culta (por exemplo, escrever caza por casa, comi por come, papeu por papel).

O professor, que é fundamental no processo de aquisição da língua escrita, deve ser devidamente preparado tanto na formação linguística, quanto na formação pedagógica, para entender a problemática que envolve a diversidade linguística falada e a relativa homogeneidade que se apresenta na escrita.

É importante observar que, do ponto de vista linguístico e cognitivo, a maior distância existente entre o sistema fonológico utilizado por alunos falantes de variantes lingüísticas não padrão e o sistema ortográfico a ser aprendido, dificulta, sobretudo o acesso à escrita ortograficamente correta. Isso porque para se alfabetizar a criança inicialmente deve construir a hipótese de uma correspondência biunívoca entre letras e sons.

É somente no decorrer do processo de alfabetização que essa hipótese inicial deverá ser reformulada, no sentido de englobar as irregularidades na correspondência entre letras e sons derivados do contexto ortográfico, da estrutura morfológica das palavras e também da distância entre a fala do aluno e a língua padrão na qual a escrita se baseia.

Além disso, é possível esperar que as crianças cuja fala apresente maior grau de variação linguística, enfrentem maiores dificuldades no processo de aquisição da linguagem escrita, quando submetidas a práticas interativas e pedagógicas inadequadas baseadas na rejeição de sua linguagem. Poderia resultar num bloqueio da sua expressão oral e escrita.

Importância de se considerar as variedades lingüísticas faladas pelos alunos sem discriminá-las. Entendendo a variedade padrão como socialmente, mas não linguisticamente, privilegiada. Por outro lado, enfatiza-se a necessidade de proporcionar ao aluno o domínio da norma culta, de modo que ele possa utilizá-la como meio de acesso aos bens culturais e à participação política no contexto social. O objetivo não é substituir pela língua culta à variedade linguística utilizada pelo aluno, mas acrescentar esta modalidade à sua fala, de tal forma que ele possa produzir discursos adequados aos diferentes contextos sociais. Portanto, é relevante verificar como este conhecimento tem sido difundido e assimilado

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