A pergunta pela verdade
Por: aleandroborges • 18/4/2016 • Resenha • 897 Palavras (4 Páginas) • 309 Visualizações
A PERGUNTA PELA VERDADE
A palavra verdade está relacionada tanto na teologia quanto na filosofia. Verdade corresponde à realidade do assunto sobre o qual esta sendo abordado, no entanto partindo desse pressuposto podemos perguntar se ela própria é verdade?
Quando Jesus num dialogo com Pilatos antes de sua crucificação, disse que Veio ao mundo para dar testemunho da verdade, e que quem é da verdade vai reconhecê-la. Então, para Jesus, estar na verdade é uma condição para conhecer a verdade. Diferente do que a teologia ensina e que aprendemos.
A nossa percepção de adquirir conhecimento da verdade pode se dar em dois níveis. O nível da superfície do conhecimento, que é a exatidão de determinadas formulações em contraste com outras e o segundo nível chamado inconsciente do cognitivo, que se refere à dimensão cognitiva da verdade, em que as formulações dos nossos pensamentos através de metáforas moldam o nosso meio de compreensão e a partir disso formulamos nosso pensamento que irão dar origem a discurso e pensamentos teológicos.
Estas duas dimensões muitas vezes tem sido separada e ate tratada como alternativas . No entanto o que as une é justamente o nível “subterrâneo” da dimensão cognitiva. Segundo o Mueller nessa dimensão que sedimentam as metáforas que não só guiarão o jeito de conhecer as coisas,mais também as direções e avaliações que serão dadas à existência do sujeito.
Na defesa de sua tese o autor aborda o conceito de verdade no novo testamento, reconhecendo a noção da cognitiva de verdade propositiva, mas que nesta dimensão, seu conteúdo, situa a pergunta fundamentalmente no segundo nível.
Com objetivo de chamar atenção de seus ouvintes, Jesus utilizava-se de parábolas e metáforas originárias de seu pensamento e conduta, desafiando-os à sua adaptação ou substituição por novas metáforas onde representaria a proposta do anuncio do Reino de Deus. Na dimensão cognitiva, Jesus apontava para o nível mais profundo do inconsciente cognitivo, das metáforas que davam origem ao pensamento.
O evangelho é um caminho que leva à verdade e, esta verdade, então, não é algo de que se tem posse, mas um rumo em direção ao qual se anda. Dessa forma, a verdade do evangelho é um caminho andado dentro de uma relação com o mesmo, por um lado é o rumo, meta deste caminho e, o jeito que se anda é que vai definir a verdade.
No ponto destacado como a Verdade como caminho o autor busca esclarecer de forma mais clara o termo “ortopodia”. Diz que lhe parece estar fundamentado na dimensão cognitiva, encontrando-se assim, no nível das metáforas fundantes do pensamento e da prática, e não ao nível de um ou outro destes. Essa afirmação e argumentação, apresentada é um elemento desafiador para o fazer Teológico nos tempos atuais.
Mueller leva o leitor a pensar que, neste ponto se dá o começo da percepção da verdade e, que isso, leva o sujeito, a um processo de conversão radical que, conseqüentemente o levará ao processo do discipulado, iniciado e mediado continuamente por Jesus, transformando-o em discípulo.
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