O Ágora Reflexão
Por: Marisa F • 17/5/2022 • Trabalho acadêmico • 567 Palavras (3 Páginas) • 100 Visualizações
Ágora - Reflexão
O filme retrata os aspectos sociais vividos pela população da cidade de Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415, no período do século IV d.C, que é marcado por conflitos entre cristãos, pagãos e judeus.
A história do filme gira em torno de Hypatia, uma matemática, astrônoma e filósofa que era professora na Escola de Alexandria, junto à Biblioteca que era considerada um templo do saber dedicado à busca do conhecimento e que também servia como templo para culto às divindades das religiões politeístas greco-romanas.
Resultante da uma cultura iniciada com Alexandre Magno, depois da dominação romana, Alexandria é uma cidade agitada por ideais religiosos diversos: o cristianismo, que passou de religião intolerada para religião intolerante, que convive com o judaísmo do povo hebreu e a cultura greco-romana.
No filme, Hypatia é a única personagem feminina e vemos o período em que ela leciona filosofia e durante as aulas questionava os fenômenos[1] naturais, físicos e químicos do mundo que a cercava. Vivendo naquela sociedade conservadora ela teve a sorte que pouquíssimas mulheres tiveram na sua época, pois pôde permanecer solteira e ser livre para estudar e lecionar, sem se submeter à autoridade de um homem. Hypatia tem entre os seus alunos, Orestes, que a ama mas não é correspondido, e Sinésio, adepto do cristianismo, e está sempre acompanhada de seu escravo pessoal Davus que também a ama secretamente. Hypatia não deseja casar-se, dedicando-se unicamente ao estudo, à filosofia, matemática, astronomia, e sua principal preocupação, no filme, que é descobrir como é o movimento da terra em torno do sol, retratando a descoberta do movimento geocêntrico.
Mediante os vários enfrentamentos entre cristãos, judeus e a cultura greco-romana, os cristãos apoderam-se, aos poucos, da situação, e enquanto Orestes se torna prefeito e se mantém fiel ao seu amor, o ex-escravo, Davus, após ser libertado por Hypatia, debate-se entre a fé cristã e a paixão. O filme mostra que naquele momento os cristãos agiram como bárbaros, com desprezo pela cultura, queriam que existisse exclusividade na sua religião, ou seja, que o seu culto fosse o único aceite. Por causa desses conflitos entre religiões e para se confirmar diante da sociedade que quem mandava eram eles, os cristãos destruíram a biblioteca de Alexandria, mas, apesar disto, Hypatia continuou a dar as suas aulas em casa.
Orestes torna-se perfeito de Alexandria, porém, manteve-se fiel ao seu amor por Hypatia e sempre que tinha decisões importantes para tomar cosultava-a. O líder cristão Cirilo, que dominava a cidade, encontrou na relação de Orestes e Hypatia o ponto de fragilidade do poder romano, por isso tentou enfraquecer a influência de Hypatia sobre Orestes, usando as escrituras sagradas para acusá-la de ateísmo e bruxaria. Por ter recusado a se converter ao cristianismo, Hypatia foi acusada de ateísmo e bruxaria, julgada de forma cruel e condenada á morte por apedrejamento.
Assim, além de narrar a vida e a morte de Hypatia, o filme apresenta o crescente conflito entre cristãos e pagãos. De um lado o, que cristianismo vai ganhando força e do outro a religião politeísta greco-romana, que nos mostra a sua adoração às estátuas que representavam os seus numerosos deuses e que era uma prática condenada pelo cristianismo.
O filme também revela como a mulher era vista nessa época. Percebemos que no cristianismo, o papel da mulher era de subordinação, mas Hypatia não permitia ser subordinada a ninguém.
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