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O Conceito de Pessoa

Por:   •  30/7/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.245 Palavras (5 Páginas)  •  179 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Nesse trabalho, estaremos trazendo um estudo sobre o conceito de "pessoa humana", analisaremos como a questão religiosa e a pluralidade religiosa entende e conceitua a pessoa, como foi pensada e tratada nos vários períodos da história, dos fatores históricos, culturais, políticos, econômicos e religiosos que envolveram esta estrutura.

Procura identificar o fundamento da dignidade humana nos valores transcendentais éticos e espirituais, princípios cristãos de respeito à autoridade, à legalidade, à igualdade, da proibição de se fazer acepção de pessoas, foram adotados nas principais declarações modernas. serão  analisados  os  aspectos  conceituais  da  dignidade  humana,  buscando  esclarecer  o  seu  significado  para  o  discurso  antropológico.

  1. DESENVOLVIMENTO

A origem do conceito de pessoa apresenta em contexto das discussões cristológica trinitária no século IV, segundo a tradição judaica cristã, a idéia de pessoa está na sua condição de imagem e criatura chamada à sua existência  por Deus. A tese de que o pensamento do mundo grego não conheceu o conceito de pessoa é compartilhada por filósofos como X. Zubiri (1984, p. 323), J. Marías (1971, p. 33-34), E. Mounier (1964, p. 23) e teólogos como O. Clément (1972, p. 32-35), J. L. Ruiz de la Peña (1988, p. 155) e outros (SCHÜTZ; SARACH, 1973, p. 74; RUBIO, 2001. p. 304; SAYÉS, 2002, p. 217; SCOLA; MARENGO; PRADES LÓPEZ, 2000, p. 185; PESSOA, 2001, p.  2262). A filosofia grega, não teria conhecido um pensamento pessoal do ser humano porque o conhecia como um espírito, uma realidade somente ao mundo do eterno, do imutável e do universal. A ausência do conceito de pessoa fez com que a antropologia grega utilizasse outras categorias como essência (ousía), substância (hypóstasis) e natureza (phýsis).

O conceito de pessoa, na teologia, passou por uma transformação, em termos de conteúdo, se deu no cenário de uma interpretação da imagem cristã de Deus e da figura de Jesus Cristo, nos meios dos debates trinitários e cristológicos, no período da patrística (LADARIA,1998, p. 72; LORDA, 2009, 177; SCHÜTZ; SARACH, 1973, p. 75). A natureza divina comum constituía a unidade das três pessoas divinas. Santo Agostinho  (354-430), (1995, 202-203), em concilio com os padres gregos, defendia uma igualdade entre os termos hipóstase e pessoa: o que para os gregos é a hipóstase, para os latinos é a pessoa. Assim, o bispo de Hipona reafirmou a tese, de que em  Deus, haveria "uma essência e três pessoas".

Outro fator importante para a fundamentação da visão de pessoa foi a Reforma Protestante, por meio dela as relações entre Deus e homem foram  modificadas e vista de outra forma. Deus agora seria, pela leitura pessoal e individual da Bíblia, disponibilizada para a população imprensa e, antes um privilégio exclusivo do clero. Lafer (1988, p. 121), aponta que a Reforma, com a sua ruptura com a antiga ordem religiosa, como a fonte do primeiro direito individual da pessoa humana, ou seja: o direito à liberdade de opção religiosa. Encontramos na Reforma Protestante outro exemplo da influência do cristianismo, o desenvolvimento das relações comerciais ampliou o poder político e econômico da burguesia em aposição ao ensino ortodoxo da Igreja de Roma, mantinha o lucrativo comércio das vendas das indulgências e, ao mesmo tempo negava a dignidade humana ao queimar nas fogueiras os opositores de sua doutrina, durante a Inquisição (SARLET, 2011, p. 34).

Para os historiadores a maneira como a Reforma Protestante leu e interpretou a Bíblia foi responsável para o desenvolvimento da Modernidade. Ainda que, teólogos e pensadores admitam uma certa dificuldade em concorda com pontos de interação entre a Reforma e o Humanismo Renascentista, não se pode deixar de identificar a influência do protestantismo no Capitalismo moderno, na idéia da mentalidade livre individualista, na valorização da consciência moral e  na contribuição da filosofia dos direitos humanos.

DUMONT, trazem uma discussão do que é o individualismo nos tempos da sociedade moderna, refere-se ao cristianismo como responsável por manter o individualismo da época, ele defende que no mundo antigo o que acontecia era um individualismo ligado á um determinado poder exercido pela igreja, o homem não se individualizava em busca dos seus ideais seguindo seus princípios e sim guiados pela igreja, existia então o interesse individual do homem, porém não era algo subjetivo e sim uma forma influenciada para alcançar um objetivo individual que iria satisfazer os interesses da igreja.

Segundo Bauman (2001) a modernidade é época em que a vida social passa a ter como centro a  existência do  individualismo, é marcada por uma expansiva autonomia do homem em relação à vida  social. Para ele, o surgimento de membros como indivíduos se torna marca de uma sociedade moderna. (Bauman, 2001: 39). O homem moderno nega toda ligação de subordinação com as instituições sociais, abdicando assim as crenças, regras e valores impostas por elas, guiando-se na sua visão pessoal.

É importante pensar sobre os aspectos negativos e positivos desse individualismo que influencia os indivíduos na modernidade, pois o que vem  dessa individualidade esta um interesse político e econômico que mantém a sociedade dividida em classes dominantes e classes dominadas. A era moderna apresenta uma sociedade individualista, cada individuo pensa em si mesmo, nas suas metas, nos seus interesses, não importa o que vai acontecer com o próximo, com a minha comunidade, que é preciso lucrar, alcançar meus objetivos.

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