O SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA MIZPÁ
Por: Deise Chaves • 9/9/2021 • Resenha • 5.327 Palavras (22 Páginas) • 105 Visualizações
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA MIZPÁ
Diogo dos Santos
DOUTRINA DA TRINDADE
Teologia Sistemática I
Professor João Paulo
SÃO PAULO
ANO 2020
Sumário
Introdução 3
Conceito de Trindade 4
A revelação parcial no Antigo Testamento 4
A revelação mais completa da Trindade no Novo Testamento 8
Três declarações que resumem o ensino bíblico 9
1. Deus é três pessoas. 10
2.Cada pessoa é plenamente Deus. 12
3. Só há um Deus. 15
Conclusão 17
Bibliografia 18
Introdução
A Doutrina da Trindade é uma importante base para muitas afirmações da fé cristã. Através dessa doutrina podemos afirmar que Deus existe eternamente como três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, sendo um só Deus.
O ensinamento bíblico sobre essa doutrina afirma que as três pessoas da Trindade têm todos os atributos de Deus, pois cada uma dessas pessoas são plenamente Deus. Portanto, Deus Filho e o Espírito Santo também são eternos, onipotentes, onipresentes, oniscientes, infinitamente sábios, infinitamente santos, infinitamente amorosos e detentores de todos os atributos de Deus Pai. A razão nos mostra a unidade de Deus, entretanto, só a revelação nos apresenta Sua Trindade.
O objetivo aqui é mostrar como a Trindade se revela nas Escrituras e o desenvolvimento dessa doutrina tão importante para a vida cristã.
Conceito de Trindade
O termo Trindade não é encontrado de forma explícita nas escrituras, a invenção do termo é atribuída a Tertuliano. Porém o conceito de Trindade é revelado nas escrituras. Trindade significa “tri-unidade” ou “três-em-unidade”. Essa palavra resume o ensinamento bíblico de que Deus é três pessoas, porém apenas um Deus. No Antigo Testamento encontramos textos que indicam a existência da Trindade, enquanto no Novo Testamento encontramos mais claramente esse conceito.
A doutrina da Trindade está implícita nos ensinamentos dos apóstolos, sustentadas em suas declarações sobre Pai, Filho e Espírito Santo feitas no Novo Testamento. Porém, essa doutrina se revela de forma progressiva nas Escrituras, encontramos uma revelação parcial da Trindade no Antigo Testamento como veremos a seguir.
A revelação parcial no Antigo Testamento
Como já mencionado anteriormente, embora não encontremos a palavra Trindade nas Escrituras, a ideia que ela representa é apresentada em diversos trechos do texto bíblico. No Antigo Testamento não vamos encontrar esse conceito de forma explicita, mas encontramos trechos que apontam a existência de Deus como mais de uma pessoa. Seria errado, ou no mínimo, estranho afirmar que Deus existe desde a eternidade em três pessoas e não encontrar evidências das três pessoas da Trindade no Antigo Testamento.
Em Gênesis 1.26, Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. Alguns afirmaram que o verbo (“façamos”) e o pronome (“nossa”) usado na primeira pessoa do plural, se tratarem de plurais majestáticos, forma de linguagem usada por um rei ao pronunciar alguma sentença, por exemplo: “Temos o prazer de lhe atender o pedido”. Porém, não encontramos relatos de monarcas usando esse tipo de linguagem no Antigo Testamento Hebraico, impossibilitando então sustentar essa afirmação. Outra corrente diz que Deus que está falando com anjos, o que não tem força de sustentação uma vez que os anjos não participaram do processo de criação, nem foi criado o homem em semelhança aos anjos. Esses argumentos não encontram evidências internas no texto bíblico, por esse motivo não se sustentam. A melhor interpretação possível é que nos primeiros capítulos de Gênesis existe uma indicação de que Deus é mais de uma pessoa. Essa pluralidade de pessoas no próprio Deus está longe de ser entendida, pois ainda não se sabe quantas pessoas são e como isso funciona, mas podemos entender que Deus existe em mais de uma pessoa. Alguns outros textos apresentam essa mesma ideia de pluralidade, podemos ver em Gênesis 3.22 (“Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal”), Gênesis 11.7 (“Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem”) e Isaías 6.8 (“A quem enviarei, e quem há de ir por nós? ”). (Nesse último texto podemos ver uma combinação entre singular e plural.)
Em algumas passagens uma é chama de “Deus” ou “Senhor” e diferenciada de outra pessoa também chamada “Deus”. Salmos 45.6-7 o salmista diz: “O teu trono, ó Deus, perdurará para todo o sempre. [...] Tu amas a justiça e odeias a iniquidade; portanto, Deus, o teu Deus, te estabeleceu acima dos teus companheiros ungindo-te com óleo da alegria”. O texto afirma que o reinado de Deus será eterno, e fazendo referência a pessoa de “Deus”, o salmista diz que “Deus, o teu Deus, te estabeleceu acima dos teus companheiros” (v.7). No Novo Testamento o autor de Hebreus faz ligação desse reinado eterno a Cristo: “O teu trono, ó Deus, é para sempre” (Hb 1.8).
Isso ocorre em outro trecho das Escrituras, em Salmos 110.1 Davi diz: “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés”. No Novo Testamento Jesus apresenta uma interpretação para esse texto quando interrogado pelos fariseus, dizendo que Davi faz menção a duas pessoas distantes como “Senhor” (Mt 22.41-46), e bem sabemos que o “Senhor” de Davi é Deus, e apenas outro que seja plenamente Deus poderia dizer “Assenta-te à minha direita”. Com base nessa interpretação podemos parafrasear o texto: “Deus Pai disse a Deus Filho: ‘Assenta-te à minha direita’”. Sabemos que Davi não tinha uma doutrina consolidada sobre a Trindade, mas aparentemente ele tinha o entendimento de que Deus existia em mais de uma pessoa. Jesus indaga os fariseus que não conseguiram o responder (Mt 22.46), e até os judeus de hoje não explicaram esses textos de forma correta sem admitir que Deus existe em mais de uma pessoa sendo um só Deus.
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