O Saber é Poder: A Filosofia e a Base da Ciência Moderna
Por: Steguer1 • 19/6/2018 • Artigo • 774 Palavras (4 Páginas) • 701 Visualizações
Saber é Poder: A Filosofia e a Base da Ciência Moderna
A transição do Feudalismo para o Capitalismo marcou a fase conhecida como Baixa Idade Média, que se estendeu do século XI ao século XV. A decadência do sistema feudal veio como consequência dos diversos avanços tecnológicos na época, gerando um aumento exponencial da produção agrícola e, portanto, fazendo com que o comércio acabasse ganhando muito mais espaço. Posteriores guerras e epidemias, juntas ao enfraquecimento na influência da Igreja Católica, foram os principais fatores que levaram ao fim da Idade Média. Com isso, inicia-se o período denominado Idade Moderna, quando uma nova maneira de pensar ganhou forma e se tornou fundamental para o mundo como conhecemos hoje.
As grandes navegações e seus “descobrimentos” movidos pelo comércio, a Reforma Protestante, idealizada por Martinho Lutero, e a invenção da imprensa, que ampliou o acesso a conteúdo científico para uma maior parte da população, são alguns dos acontecimentos que acabaram gerando grandes mudanças na sociedade ocidental, como o florescimento do antropocentrismo e o desenvolvimento do racionalismo. Nesse sentido, o movimento cultural conhecido como Renascimento foi um importante contribuinte para essas mudanças. Defendendo a liberdade e utilizando a razão como principal instrumento, o Renascimento resgatou ideias e valores da cultura greco-romana, propondo que a observação e a investigação da natureza são essenciais para a compreensão da mesma. Ao contrário do que se via presente na era medieval – a crença baseada em verdades religiosas absolutas e inquestionáveis –, o propósito desta nova vertente de pensamento era fazer com que o indivíduo tomasse a posse do conhecimento e do controle dos inúmeros fenômenos encontrados na nossa realidade. Infelizmente, contrariando o sentido dessa nova maneira de entendimento humano, a Inquisição surgiu como um meio de lutar contra estas transformações e fez com que muitos pensadores e estudiosos, tais como Giordano Bruno e Galileu Galilei, acabassem sendo perseguidos e punidos.
O desenvolvimento científico seguiu seu curso. Como uma das principais preocupações dos pensadores modernos era encontrar maneiras de formular explicações racionais para desmitificar a realidade, necessitava-se de métodos que possibilitassem essas formulações e que garantissem sua veracidade. Portanto, os métodos envolvendo a matemática e suas relações foram os escolhidos a serem seguidos pelos racionalistas. Surge então o filósofo Francis Bacon. Natural de Londres, além de ter possuído uma grande carreira política, foi também o responsável pelo método conhecido como empírico-indutivo. Bacon prezava pela praticidade na busca pelo conhecimento; portanto, para ele, a pesquisa experimental era de extrema importância quando o objetivo era obter resultados significantes. De acordo com o filósofo, em uma de suas obras, ele ressalta a existência de limitações e distrações que podem prejudicar o processo científico, chamadas por ele de “ídolos”. Em sua teoria, os “ídolos” são todos os hábitos ou pensamentos capazes de desviar o indivíduo do caminho da verdade. Bacon os dividiu em quatro categorias: os ídolos da tribo, da caverna, do foro e do teatro. Sendo assim, para dar o primeiro passo a fim de atingir o verdadeiro conhecimento, é necessário que o indivíduo “limpe” sua mente, ou seja, se livre de todas as opiniões e definições falsas adquiridas ao longo do tempo, provenientes do relacionamento e da comunicação com outros indivíduos (ídolos do foro); e não deixe que seus pensamentos, gostos pessoais (ídolos da caverna) e aspectos únicos e exclusivos da natureza humana (ídolos da tribo) interfiram no processo. Além disso, é necessário também enfrentar as ideologias já estabelecidas (ídolos do teatro), que muitas vezes acabam impondo resistência àquilo que é novo e impedem o seu progresso.
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