O USO DA RELEITURA DE CONTOS DE FADAS PARA PROMOÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E DA LEITURA: buscando melhorias para o ensino da língua francesa
Por: beloooo • 15/9/2017 • Monografia • 4.906 Palavras (20 Páginas) • 383 Visualizações
O USO DA RELEITURA DE CONTOS DE FADAS PARA PROMOÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E DA LEITURA: buscando melhorias para o ensino da língua francesa
Jessica Oliveira dos Santos [1]
Larissa Eugênia da Silva Belo [2]
Marce Wene Souza da Silva [3]
Nádia do Socorro Silva [4]
Dalvaci do Socorro Martins[5]
RESUMO
Este paper resulta de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso objetivando investigar a contribuição do uso da releitura de contos de fadas para a alfabetização e a leitura no processo de ensino e aprendizagem da língua francesa em contexto acadêmico. Partindo da análise e interpretação dos dados coletados na intervenção e nos questionários semiestruturados direcionados a docentes e acadêmicos concluintes do Curso de Licenciatura em Letras Francês do Instituto de Ensino Superior do Amapá, verificou-se que a releitura de contos de fadas promove tanto a alfabetização quanto a leitura a partir da adoção de uma metodologia sociocultural na perspectiva do letramento, envolvendo prática cognitiva e sociointeracional com atividades significativas e comunicativas.
PALAVRAS-CHAVE: Contos de fadas. Alfabetização. Letramento. Formação cognitiva e socioafetiva.
RÉSUMÉ
Cet texte est le résultat d’une recherche qualitative du type étude de cas qui a eu pour objectif de vérifier la contribution de l’usage de la relecture de contes de fées pour l’alphabétisation et la lecture dans le processos d’enseignement et d’apprentissage de la langue française en contexte académique. À partir de l’analyse et l’interprétation des données receuillies des questionnaires semi-structurés auprès des enseignants et étudiants du Cursus de Licence en Lettres Français de l’Instituto de Ensino Superior do Amapá, on a constaté que la relecture de contes de fées promouve l’alphabétisation et le lettrement à partir d’une méthodologie socioculturelle d’alphabétiser dans la perspective du lettrement en comprenant une pratique cognitive et sociointeractionnelle avec des activités significatives et communicatives.
MOTS-CLÉS: Contes de fées. Alphabétisation. Lettrement. Formation cognitive et socio-affective.
1 INTRODUÇÃO
A aprendizagem da língua materna e de língua estrangeira é direito garantido a todo indivíduo para o exercício do seu papel de ser social. E para exercitar a cidadania, isto é, usar a leitura e a escrita em suas práticas sociais é preciso torná-lo capaz de ler e escrever através do processo de desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita nas práticas sociais. É preciso inserir no plano pedagógico uma proposta de ensino e aprendizagem que tenha sentido e significado para o aprendiz. É nessa perspectiva que surgiu a motivação desta pesquisa, investigar como o uso da releitura de contos de fadas promove a alfabetização e a leitura no processo ensino e aprendizagem da língua francesa no ambiente acadêmico. Nesse contexto, fez-se necessário pesquisar práticas de alfabetização e letramento na turma do 7° semestre do Curso de Licenciatura em língua francesa através do uso de contos de fadas e verificar se os formandos estão sendo preparados a alfabetizar na perspectiva do letramento.
Nesse contexto, o presente paper apresenta uma breve descrição das etapas de um estudo de caso e de uma intervenção, assim como o resultado de uma pesquisa qualitativa. Em um primeiro momento, far-se-á uma revisão da bibliografia para obter conhecimento sobre o objeto de estudo da referida investigação e auxiliar na análise, interpretação de dados e no resultado da pesquisa. Buscar-se-ão autores de referência como Zilberman (2003), Bettelheim (2004), Gregorin (2009), Martinez (2009), Soares (2011), Jouve (2012) e Campos (2014). Em seguida apresentar-se-á a descrição dos procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa e no último momento apresentar-se-ão a análise, a interpretação e os resultados da pesquisa.
2 ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Estrangeira-PCNs-LE (BRASIL,1998) postulam que a língua estrangeira que se aprende é uma língua significativa, pois:
[...] Na aprendizagem de línguas o que se tem a aprender é também, imediatamente, o uso do conhecimento, ou seja, o que se aprende e o seu uso devem vir juntos no processo de ensinar e aprender línguas. Assim, caracterizar o objeto de ensino significa caracterizar os conhecimentos e os usos que as pessoas fazem deles ao agirem na sociedade.
Nesse sentido, Martinez (2009, p. 15) postula que:
O ensino de língua estrangeira só pode, com efeito, ser examinado como uma forma de troca comunicativa: ensinar e pôr em contato, pelo próprio ato, sistemas linguísticos, e as variáveis da situação refletem se tanto sobre a psicologia do indivíduo falante quanto sobre o funcionamento social em geral.
Para Soares (2011), no processo de alfabetização as práticas devem ser fundamentadas nas dimensões da aprendizagem significativa e nas interações, uma vez que a alfabetização e letramento são processos distintos, mas complementares e essenciais no processo de construção do conhecimento.
Nota-se que os PCNs-LE (BRASIL, 1998) e estudiosos da área de aquisição de línguas (MARTINEZ, 2009; SOARES, 2011) orientam para uma metodologia sociointeracionista e sociocultural da alfabetização na perspectiva do letramento, englobando o uso da língua em interação, com atividades comunicativas e significativas. Assim, é preciso envolver os aprendizes nas práticas de leitura e escrita, levando-os ao desenvolvimento de habilidades que serão aprimoradas através das práticas sociais e dos seus conhecimentos enciclopédicos.
Para Soares (Op. cit,, p. 38), “aprender a ler e a escrever e fazer uso da leitura e da escrita transforma o indivíduo e o leva a um outro estado ou condição sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico”. Desta maneira, o educando torna-se um participante ativo, que adquire conhecimentos do mundo plural, através da leitura de textos diversificados, como fábulas, contos, cartas, crônicas, dentre outros. Campos (2016) salienta que não se pode, contudo, separar a leitura das outras habilidades linguísticas, pois o ato de ler está intimamente ligado à compreensão da linguagem oral, à conversação, ao processamento visual de informações transmitidas por ilustrações, pela imagem e à prática do escrever e do redigir.
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