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95 Teses De Lutero

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Por:   •  23/4/2014  •  2.331 Palavras (10 Páginas)  •  950 Visualizações

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95 Teses de Lutero

Fonte: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

Debate para o Esclarecimento do Valor das Indulgências pelo Doutor

Martinho Lutero

31 de outubro de 1517

Por amor à verdade e no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em

Wittenberg, sob a presidência do Reverendo Padre Martinho Lutero, mestre de

Artes e de Santa Teologia e professor catedrático desta última, naquela

localidade. Por esta razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e

debater conosco oralmente o façam por escrito.

Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus

Cristo quis que toda a vida dos fiéis fôsse penitência.

2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental, isto é,

da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes.

3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a

penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de

mortificação da carne.

4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto

é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que

impôs por decisão própria ou dos cânones.

6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela

foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si;

se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.

7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitála,

em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.

8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos

cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus

decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam

aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório

parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da

absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis

canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo

grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.

15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas)

para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do

desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o

semidesespero e a segurança.

17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na

medida em que cresce o amor.

18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da

Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no

amor.

19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam

certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa

parte, tenhamos plena certeza.

20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende

simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é

absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que,

segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.

23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele,

certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.

24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por

essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.

25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer

bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves

(que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada

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