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A APOSTA DO ATEÍSMO SOCIOLÓGICO KARL MARX E RELIGIÃO

Por:   •  2/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.491 Palavras (6 Páginas)  •  464 Visualizações

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KARL MARX

A APOSTA DO ATEÍSMO SOCIOLÓGICO

  1. BREVE HISTÓRICO

Karl Marx, nascido em Trier, Alemanha, em 1818, falecendo em 1883. Era filosofo, economista e cientista político. Nascido em família judia, tendo influência do judaísmo, contudo seu radicalismo o fez ser expulso em diversos países europeus.

Marx tem contato com a doutrina de Hegel, em 1835, depois de estudar direito por um ano, e integra-se ao clube dos doutores de esquerda hegeliana. Esta influencia o fez torna-se ateu. Afirma Zilles (1991): “A doutrina de Karl Marx nasce, no século XIX, da confluência do materialismo da ciência natural com o socialismo francês, penetrada e animada pelo espírito de Hegel”. A grande contribuição de Hegel para Marx vai ser então o resgate da dimensão da Temporalidade e da Historiacidade.

  1. INFLUÊNCIAS

Alguns pensadores influenciaram Karl Marx em suas concepções e, consequentemente, em sua obra. Os principais filósofos que o fizeram são Georg Hegel – foi professor e reitor da Universidade de Berlim na qual Marx estudou – e Ludwig Feurbach – de quem aderiu os conceitos materialistas nos quais acreditava. Além deles, também exerceram influência sobre os pensamentos do alemão os socialistas utópicos franceses e os economistas britânicos Adam Smith e David Ricardo, principalmente.

Marx aprendeu de Hegel a interpretação dialética da história, a essência social do homem, a significação do fator trabalho para sua autocompreensão e o reconhecimento da alienação. Aceitou de Hegel não só o profundo sentido pela história, mas também o caráter totalizante e totalitário de seu sistema.

Contudo, posteriormente a morte de Hegel, Marx veio a criticá-lo por considerá-lo um filosofo contemplativo. Rejeitou o idealismo hegeliano, substituindo pelo materialismo.

Uma vez que para Hegel, o idealismo era o pensamento de que as ideias movem o mundo, ou seja, o momento que nos levou ate aqui foi por causa das ideias passadas, seja elas de democracia, e liberdade econômicas. A exemplo disso é o pensamento de que as instituições políticas, o Estado são frutos do desenvolvimento do espírito humano, ou seja, uma evolução natural. Para Marx, o materialismo move o mundo, a sociedade não é a evolução das melhores ideias, mas sim o resultado das condições materiais da vida, por fatos históricos e empíricos, como por exemplo a criação da constituição, que foi criada pelo povo, e não a constituição que cria o povo.

Marx não rejeitava as ideias, mas acreditava que as ideias vinham depois das condições materiais.

A crítica a Hegel, surge no momento que Marx percebe que Hegel estava naturalizando o Estado, as instituições jurídicas, políticas e econômicas, por serem as melhores ideias, assim como capitalismo. Desta forma as pessoas deveriam aceitar o mundo jeito que “é”. Para Marx, o capitalismo é fruto das consequências materiais, históricas e empíricas, bem como o surgimento das classes sociais e desigualdades entre essas classes.

Sobre o pensamento filosófico de Feuerbach: “Consta que nos primeiros e mais decisivos anos  de sua atividade filosófica, entre 1841, data da publicação da obra a Essência do cristianismo, e 1844 Marx foi um entusiasta feuerbachiano.”

Feuebarch, em Essência do cristianismo, afirma que a criatura inventou o criador e, portanto, é ela verdadeiramente o criador. Deus é um reflexo do próprio homem, uma projeção, uma inversão dos desejos humanos, um produto no qual o homem finito precário e dependente projeta seus desejos e possibilidades de perfeição, onipotência. A religião consiste no sentimento mais puro e absoluto do homem. O homem deseja para si o que nele mesmo não encontra, como por exemplo: o ideal de justiça, bondade e virtude.  Deus é um homem genérico que idealizamos e que não conseguimos realizar por nós mesmos.

Marx viu na ideologia de Feuerbach a resposta para destronar a grande farsa que é a religião. Talvez tenha encontrado em suas palavras o forte instrumento que tanto precisava para a libertação do homem de uma ideologia religiosa, alucinante, que ensinava que o homem deveria rejeitar o sensível tendo em vista o imaterial, abstrato, aceitar o sofrimento, a exclusão, deveria negar a si próprio, ou seja, perder a sua identidade visando o próximo. Ter uma atitude passiva diante de seus opressores tendo assim uma atitude de pseudo-humildade. Por fim, a religião alienava o povo fazendo-o acreditar que quanto mais lhe faltasse algo nesta vida mais teria na eternidade. A religião transformava os homens em marionetes fazendo-os cumprir sem reclamar ou blasfemar as leis que lhes foram impostas por Deus, pela moral e por uma sociedade decadente.

  1. COMO MARX INTERPRETA O HOMEM

Para Marx o homem não é um ser passivo e, tampouco, a natureza, um domínio intocado pelo homem, mas o contrário: o homem real revela-se como um ser essencialmente ativo – atividade essa que se manifesta sobretudo sob a forma de trabalho – e a natureza, por sua vez, como uma realidade inteiramente modificada no curso da história, através de sucessivas mediações engendradas pelo trabalho. Todo o mundo no qual o homem vive revela-se como um produto histórico, resultado de uma série de gerações, onde até a mais simples “certeza sensível”, mesmo a da mais modesta árvore frutífera, apresenta-se como uma realidade mediada pelo trabalho humano.

  1. A RELIGIÃO PARA MARX

A religião é o Ópio do povo”. Esta frase marcante, dita por Marx, reflete sua visão perante a religião, uma vez que era rejeitada por ele. Pois para Marx, o homem é criador da religião, que é o sentimento de paz e harmonia de uma sociedade alienada, nascendo da convivência social e política perturbada dos homens, de lacunas deixadas pela própria condição humana. O crente suspira uma felicidade ilusória, para esquecer suas desgraças presente, ignorando a realidade prática e histórica, ou seja, o olhar do homem está difuso, pois não enxerga o que está diante de si.

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