A ARTE E CRISTIANISMO
Por: pedrofalv • 1/10/2018 • Ensaio • 1.505 Palavras (7 Páginas) • 407 Visualizações
ARTE E CRISTIANISMO
Quando pensamos na influência do cristianismo na sociedade moderna, percebemos que ele agiu de diferentes formas em diferentes áreas. Em uma breve pesquisa sobre o cristianismo no cinema, fiquei com a impressão de que o cristianismo e o cinema não tiveram laços muito estreitos durante a história moderna. Talvez em razão da ilusão que o cinema proporciona, e, posteriormente, da abordagem de assuntos que eram muitas vezes mal vistos pela igreja. O cinema manipula muito a mensagem que quer que o publico receba quando assiste a obra, e muitas vezes nao tem a preocupação com o que, socialmente e espiritualmente, se considera positivo para a sociedade. Afinal, são interesses econômicos que regem a industria do entretenimento. Uma minoria age como agente social, e, consequentemente assume esse compromisso com o desenvolvimento do homem. Tendo em vista que existe esse dilema entre a minha área(cinema) e a religiao, embora haja muitos filmes que abordem esses assuntos muito bem executados e sinceros, eu prefiro deixar o foco do meu trabalho para outros assuntos que, em muito, se identificam com a minha área: a arte como um todo.
Sobre a arte - e não só a arte da tinta na tela, mas sim todo tipo de arte construtivista, estátuas e a arquitetura - até hoje muito devemos a arte cristã. É inegável o choque quando, até nos dias de hoje, se entra em uma igreja, por exemplo. Você se da conta de que a arte vive, de que a história vive. A arte crista é grandiosa. Ela tem uma função edificadora. Ela tem compromisso com uma ideia, com um ideal, com toda história. Desse ponto de vista ela se destaca da arte moderna, que não assume comrpomisso com o atemporal, com o estável. A arte moderna é cada dia mais passageira, temporal, instantânea, eternizada apenas nas fotos.
Os Mosaicos cristães, as estátuas, o próprio Cristo do Rio de Janeiro. Todos carregam o mesmo significado. Embora a essência da arte seja a interpretação de cada indivíduo sobre a obra, e a multiplicidade de significados, a arte crista parece convergir todas a interpretações para um significado em comum. Então, nesse sentido, existe beleza em agregar e acolher o expectador. A arte leva-o para o que a religião mais preza: (amor) coletivo.
Históricamente, atravéz de pesquisas, me parece que a arte cristã teve um começo. Logo após Cristo doutrinar seus apóstolos, a arte cristã caminhou para o que seria hoje em dia. Na época e no contexto: A necessidade de um local para o culto, a primeira igreja, os primeiros símbolos, a ilustração da primeira Bíblia, o primeiro crucifixo, a primeira imagem de santo, a primeira Virgem… A história cristã é retratada em sua arte. A arte cristã então foi utilitária, limitava-se a criação do artista. Já a arte eclesiástica serviu às necessidades da Igreja, em função e dependendo tanto das regras impostas, quanto do tamanho dos templos e de suas formas de edificações. Passou pela expansao bizantina quando sua arte acompanhou a expansão do império, fazendo com que até as igrejas basilicais ocidentais, na Sicília (dominada pelos normandos), fossem decoradas com mosaicos bizantinos. O ponto de partida desta nova expansão: Constantinopla.
A arquitetura cristã foi outra que em muito influenciou os tempos de hoje. As construções grandiosas de milênios atrás parecem ter mantido a forma até hoje. Não no sentido da preservação, mas sim no sentido de que, quando se constrói uma igreja hoje em dia, o mesmo molde milenar é preservado. Isso mostra o poder da tradição da religião. O barroco foi outro estilo que em muito foi influenciado.
A questão porem é que, com todo esse poder, a sociedade moderna em grande parte renega essa historia em nome de uma arte moderna, de rua, tridimensional. Entao qual seria de fato a influência real e sólida da religião sobre o moderno? Talvez a resposta esteja justamente na negação. Só se cria um novo sistema se este for em antítese ao antigo. Não surge do nada. Nas minhas pesquisas, tive dificuldade para achar os artistas cristãos, mas o que descobri foi: Os que pintavam os templos e as igrejas, antigamente, não se autodenominavam artistas, mas sim servos. O talento era nato. E nisso uma influência com a arte morderna. Muito artistas modernos nao se denominam artistas, mas sim servos. Servos de um intuito, servos de uma maneira de pensar, de um determinado nicho social. Entao esses artistas modernos de rua, por exemplo, se assemelham a esses artistas dos templos cristãos, milênios atrás. Acho esse ponto de vista interessante. Em comum tambem, a arte como forma de expressão. Querer dizer algo, querer ser interpretado pelo receptor, e não apenas entretenimento e fluxo capital, como na maioria das atividades dos dias modernos.
Sobre a influência cristã na área da arte e na área da arquitetura contemporânea, conclui-se que a mesma foi muito forte. Nao há homem moderno que nao tenha as referências de tal linguagem, seja para aprimora-la ou para nega-la. E influência se da nesses dois sentidos, no sentido de continuidade ou no sentido de ruptura. A arquitetura cristã, embora seja atemporal, continua impressionando a todos. Ela carrega consigo uma história milenar em sua essência, e todo esse montante de significado agregado pode ser percebido ao ter qualquer experiencia de contato, como entrar em uma igreja. Foi muito imporante para demonstrar poder e hoje em dia segue sendo. Ela viveu e vive ate os dias de hoje.
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