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A EDUCAÇÃO ESPECIAL & INCLUSIVA AULA

Por:   •  20/3/2022  •  Projeto de pesquisa  •  11.157 Palavras (45 Páginas)  •  246 Visualizações

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EDUCAÇÃO ESPECIAL & INCLUSIVA  AULA 1

DESCRIÇÃO

Os paradigmas da Educação Especial desde o modelo de segregação, a integração social à proposta de inclusão e o diálogo com as políticas e ações do período de adequação ao processo de atendimento às pessoas com deficiências.

PROPÓSITO

Conhecer a Educação Especial e a Educação Inclusiva, seus diálogos e diferenças fundamentais contribuirá  para a reflexão de professores que atendem pessoas com necessidades específicas de aprendizagem e de produção de conhecimento.

INTRODUÇÃO

Reconheceremos a Educação Inclusiva como uma política educacional brasileira e o quanto as práticas educacionais e docentes foram modificadas a partir da Declaração de Salamanca (1994). A Educação Especial na perspectiva inclusiva concebe o espaço escolar como um local capaz de atender a todos os sujeitos, assegurando o direito de aprender e considerando as especificidades de cada um. A Educação Inclusiva garante a aprendizagem das pessoas com deficiências desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.

Declaração de Salamanca

Resolução da ONU sobre a questão da mudança da perspectiva da Educação Especial, direcionando-a a uma perspectiva inclusiva.

MÓDULO 1

 Definir a Educação Especial e seu processo de segregação e integração

EDUCAÇÃO ESPECIAL: ORIGEM E IMPORTÂNCIA

Durante a Idade Média (séculos V a XV), as pessoas com deficiências eram excluídas da sociedade.

Somente a partir do período renascentista (XIV a XVI), com o desenvolvimento do pensamento científico, surge alguma preocupação em relação às pessoas com deficiências, mas o preconceito e a discriminação continuavam presentes.

A partir dos séculos XVII e XVIII, inicia-se um movimento assistencialista, em hospitais, voltado para as pessoas com deficiências, principalmente para aquelas mutiladas nas guerras, para os surdos e os cegos.

No Brasil, a Educação Especial surge no século XIX com uma composição assistencialista, mas também com um olhar para os serviços especializados. Somente no século XX iniciam-se ações educativas às pessoas com deficiências.

Pensar a Educação Especial nos faz refletir sobre sua importância, marcos históricos, transformações e embates políticos voltados a necessidades, demandas, visibilidades e ao desenvolvimento das pessoas com deficiências. Assim, segundo Montoan (1998), o processo histórico da Educação Especial no Brasil pode ser dividido em três períodos:

1854 a 1956- Ações de investimentos privados.

1957 a 1993- Ações de âmbito nacional.

1993          -   Ações a favor da inclusão.

Compreendemos a Educação Especial como uma modalidade da educação escolar e como um processo educacional que parte de propostas pedagógicas que devem assegurar os recursos e os serviços educacionais especiais.

Esses serviços especializados são necessários para apoiar os serviços educacionais comuns, muitas vezes complementados e, até mesmo, substituídos para garantir a educação escolar e potencializar o desenvolvimento dos estudantes que apresentam necessidades educacionais especiais.

SEGREGAÇÃO

No primeiro período, de 1854 a 1956, entendia-se que as pessoas com deficiências precisavam estar protegidas e cuidadas em ambientes separados. Assim, embora muitos hospitais e clínicas de reabilitação acolhessem essas pessoas, a invisibilidade dos sujeitos com deficiências era marcante na sociedade.

Podemos dizer que a Educação Especial se constituiu a partir de um modelo clínico, em que os médicos viram a necessidade de escolarização das pessoas com deficiências, mesmo com foco terapêutico. Nessas instituições especializadas, os atendimentos passavam pela Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, entre outras.

A educação escolar não era considerada prioritária, ou mesmo possível, principalmente para aqueles com deficiências cognitivas, múltiplas ou distúrbios emocionais severos. O trabalho educacional era voltado para a autonomia nas atividades de vida diária (AVD) e relegado a um interminável processo de prontidão para a alfabetização, sem maiores perspectivas, já que não havia expectativas de que esses indivíduos ingressassem na cultura letrada formal.

(GLAT & BLANCO, 2007, p. 19-20)

No final do século XIX, Em 1854, foi criado o Instituto dos Meninos Cegos, hoje conhecido como Instituto Benjamin Constant (IBC), na cidade do Rio de Janeiro. Após três anos, em 1857, foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) na mesma cidade.

Decreto nº 42.728, de 3 de dezembro de 1957, foram criadas a Campanha para Educação do Surdo no Brasil e a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficientes Visuais com a finalidade de reabilitar, mas também educar

INTEGRAÇÃO

O paradigma da integração oferecia aos estudantes com deficiências um ambiente menos “isolado”. Os estudantes das classes especiais e das escolas especiais eram preparados para entrar nas classes regulares das escolas e o atendimento especializado era oferecido de maneira paralela. No posterior ao Decreto nº 42.728, de 3 de dezembro de 1957, a busca por práticas, estratégias e intervenções era questionada e pensada com um olhar menos segregado. No entanto, o “problema” persistia: o estudante continuava segregado, isolado em escolas ou classes especiais por não conseguirem acompanhar as turmas regulares. Muitas vezes, o estudante era responsabilizado pelo insucesso da escola e pelo fracasso na aprendizagem.

Atenção

Um outro aspecto desse modelo da Integração era a ausência de diálogo entre os professores. Não havia troca de informações e reflexões entre os professores da sala de recursos e da classe comum — a responsabilidade pelos conteúdos escolares ficava com o professor especializado da sala de recursos. Os estudantes com deficiências continuavam “excluídos” na própria escola.

É difícil entender a Educação Especial? É uma dificuldade social, construída pelo olhar da sociedade?

Até menos de dois séculos atrás, as crianças que nasciam com necessidades diferenciadas eram vistas como um problema. Muitas ficavam escondidas dentro de casa, porque, por fatores religiosos e sociais, eram consideradas “uma punição à família”. A ideia de que poderiam se inserir na sociedade parecia absolutamente distante da realidade.

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