A Interpretação Da Bíblia Na Igreja
Casos: A Interpretação Da Bíblia Na Igreja. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: RNS070958 • 21/4/2014 • 9.703 Palavras (39 Páginas) • 1.109 Visualizações
Arquidiocese de Belém
Centro de Cultura e Formação Cristã - CCFC
Escola Diaconal Santo Efrén – EDSE
Disciplina: TEOLOGIA FUNDAMENTAL
Assessor: Pe. Edvaldo Amaral
Aluno: Raimundo Nonato Santos
A interpretação da Bíblia na Igreja (resumo)
A partir da introdução, do discurso em que o Santo Padre recebeu em audiência solene a Pontifícia Comissão Bíblica, Membros do Colégio Cardinalício e do corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, após as palavras de saudação do Cardeal Ratzinger, Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica, João Paulo II dirigiu o seu discurso, dizendo da alegria que recebia o documento, fruto de um trabalho colegial empreendido com perseverança, durante diversos anos. Fala também, que a interpretação da Sagrada Escritura, é de grande importância para a fé cristã e para a vida da Igreja. Enfatiza que o modo de interpretar os textos bíblicos para os homens e as mulheres de hoje tem consequências diretas sobre a relação pessoal e comunitária dos mesmos com Deus, estando também estreitamente ligada à missão da Igreja. João Paulo II, ainda no discurso da introdução, fala entretanto, que o Magistério pontifício tinha manifestado a sua constante atenção aos problemas relativos à Sagrada Escritura com numerosa intervenções. Citando que em 1902, Leão XIII criava a Comissão Bíblica; em 1909, Pio X fundava o Instituto Bíblico. Em 1920, Bento XV celebrava o milésimo quingentésimo aniversário da morte de São Jerônimo, com a Encíclica sobre a interpretação da Bíblia. Fala ainda, do vivo impulso dado assim aos estudos Bíblicos, e que encontrou a sua plena confirmação no Concilio Vaticano II, de modo que a Igreja inteira deles se beneficiou. Neste ponto, cita a Constituição dogmática Dei Verbum, que esclarece o trabalho dos exegetas católicos e convida os pastores e os fiéis a nutrirem-se mais assiduamente da palavra de Deus contida nas escrituras.
No prefácio ao documento, o Cardeal Joseph Ratzinger, cita que o estudo da Bíblia é como a alma da Teologia, assim diz o Vaticano II, referindo-se a uma palavra do Papa Leão XIII (DV 24). Este estudo jamais chega ao fim; cada época deverá, de um modo novo e próprio, procurar compreender os Livros Sagrados.
Citado na introdução, que a interpretação dos textos bíblicos continua a suscitar em nossos dias um vivo interesse e provoca importantes discussões. Elas adquiriram dimensões novas nestes últimos anos, dado à importância fundamental da Bíblia para a fé cristã, para a vida da Igreja e para as relações dos cristãos com os fiéis das outras religiões. A Pontifícia Comissão Bíblica foi solicitada a se pronunciar a esse respeito. De outro lado, as questões de interpretação tornaram-se mais complexas nos tempos modernos devido aos progressos feitos pelas ciências humanas, métodos científicos foram aperfeiçoados no estudo do textos da antiguidade. Em que proporção esses métodos podem ser considerados apropriados à interpretação da Sagrada Escritura? A esta questão a prudência pastoral da Igreja durante muita tempo respondeu de maneira muito reservada, pois muitas vezes os métodos, apesar de seus elementos positivos, encontravam-se ligados a opções opostas à fé cristã. A Bíblia mesma atesta que sua interpretação apresenta dificuldades, que a problemática atual é que as vezes querem fazer crer que a interpretação da Bíblia é uma invenção moderna.
Há de se considerar seriamente, portanto, os diversos aspectos da situação atual em matéria de interpretação bíblica, de estar atento às críticas, às queixas e às aspirações que se exprimem a esse respeito, de apreciar as possibilidades abertas pelos novos métodos e abordagens e de procurar, enfim, precisar a orientação que melhor corresponde à missão do exegeta na Igreja católica.
Esta é a finalidade deste documento. A Pontifícia Comissão Bíblica deseja indicar os caminhos que convém tomar para chegar a uma interpretação da Bíblia que seja tão fiel quanto possível a seu caráter ao mesmo tempo humano e divino. Ela não pretende tomar aqui posição sobre todas as questões que são feitas a respeito da Bíblia, como por exemplo, a teologia da inspiração. O que ela quer é examinar os métodos capazes de contribuírem com eficácia e valorizar todas as riquezas contidas nos textos bíblicos, a fim de que a Palavra de Deus possa tornar-se sempre mais o alimento espiritual dos membros de seu povo, a fonte para eles de uma vida de fé, de esperança e de amor, assim como uma luz para toda a humanidade (cf. Dei Verbum, 21). E para alcançar este fim, é apresentado uma breve descrição, indicando as possibilidades e seus limites dos diversos métodos e abordagens, para a interpretação, do presente documento, que são;
A. Método histórico-crítico; contendo – 1. História do método, 2. Princípios, 3. Descrição, 4. Avaliação.
B. Novos métodos de análise literária; que tem – 1. Análise retórica, 2. Análise narrativa, 3. Análise semiótica
C. Abordagens baseadas na Tradição; Com, 1. Abordagem canônica, 2. Abordagem com recurso às tradições judaicas de interpretação, 3. Abordagem através da história dos efeitos do texto.
D. Abordagens através das ciências humanas; que inclui, 1. Abordagem sociológica, 2. Abordagem através da antropologia cultural, 3. Abordagens psicológicas e psicanalíticas.
E. Abordagens contextuais; sendo, 1. Abordagem de libertação, 2. Abordagem feminista, e,
F. Leitura Fundamentalista;
O método histórico-crítico é o método indispensável para o estudo científico do sentido dos textos antigos. Como a Santa Escritura, enquanto Palavra de Deus em linguagem humana, foi composta por autores humanos em todas as suas partes e todas as suas fontes, sua justa compreensão não só admite como legítimo, mas pede a utilização deste método.
Para apreciar corretamente este método em seu estado atual, convém dar uma olhada em sua história. Certos elementos deste método de interpretação são muito antigos. Eles foram utilizados na antiguidade por comentadores gregos da literatura clássica e, mais tarde, durante o período patrístico, por autores como Orígenes, Jerônimo e Agostinho. O método era, então, menos elaborado. Suas formas modernas são o resultado de aperfeiçoamentos, trazidos sobretudo desde os humanistas da Renascença.
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