A PNEUMATOLOGIA LATINO-AMERICANA
Por: Artur Medeiros • 30/5/2022 • Resenha • 903 Palavras (4 Páginas) • 107 Visualizações
PNEUMATOLOGIA LATINO-AMERICANA
Artur Bruno Secundino Medeiros
A partir da observação, e análise do vídeo “Pneumatologia Latino-Americana”, queremos apontar alguns pontos que nos chamam atenção na entrevista com o Teólogo Victor Codina, que em seu legado teológico lança um olhar para a 3ª pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, considerando-o princípio da vida humana, e de todo o cosmo; e definindo-o como centro da experiência de fé e da vida da Igreja.
Inicialmente, devemos ter em mente que o conceito de PNEUMATOLOGIA, se origina da palavra “Pneuma”, que vem do grego, e significa: espírito, vento, alento, vida. Assim, pneumatologia é o estudo teológico acerca do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade. Sendo a 3ª pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito, não possui um nome próprio, diferente do Filho, Jesus Cristo, Jesus de Nazaré. Ao se referir sobre o Espírito Santo, são utilizado símbolos, por exemplo a água, o vento, o fogo, o perfume, a pomba. Estes são símbolos cósmicos, e querem indicar que o Espírito inunda/preenche o universo sendo: vida, alento, ânimo, fogo, amor, alegria e gozo.
Nas Sagradas Escrituras, no Livro do Gênesis está escrito: “o sopro de Deus pairava na superfície das águas” (Gn 1, 2). O Espírito pairava sobre as águas da criação, gerando vida. É o mesmo Espírito que ressuscita os mortos, que anima os profetas, que gera Jesus no seio da Virgem Maria, que paira sobre Jesus no batismo e o ressuscita dentre os mortos, que se faz presente sobre a primeira comunidade, em Pentecostes, e a partir dele nasce a Igreja primitiva e ela caminha sob sua ação, sendo fiel ao Espírito de Jesus.
Aconteceu na História, no ano 1054, o cisma a Igreja em: Igreja de Roma (OCIDENTE), e Igreja de Constantinopla (ORIENTE). A Igreja do Oriente manteve uma maior sensibilidade ao tema do Espírito Santo, marcada pela espiritualidade, mística, carismas, comunidade, liturgia, contemplação e símbolos. Para a Igreja Oriental, o Espírito procede do Pai. Do outro lado, a Igreja do Ocidente professando a mesma fé na tradição, crendo no Espírito Santo, mas por uma série de circunstâncias é deixado de lado. Na igreja ocidental, desde o século VI, se professa que o Espírito procede do Pai e do Filho. Esta compreensão não agrada aos orientais, pois se trata de algo que interfere no credo e dá uma impressão de que o Espírito Santo está como um apêndice. A consequência disso foi a acusação dos orientais de que os ocidentais vivem um Cristomonismo, ou seja, uma fé centrada mais na pessoa do Filho, Jesus Cristo. Deste modo, Codina nos apresentar que no Ocidente há pouca sensibilidade para com o Espírito Santo, e isto produziu uma maior acentuação e importância para os elementos hierárquicos, dogmáticos, moralistas, da vida cristã.
Lançando um olhar para a nossa história atual, nos deparamos com o evento histórico e eclesial: O Concílio Vaticano II. A novidade deste concílio para a Igreja é o resgate da atitude da Igreja primitiva, fazendo com que o Espírito volte a ser a alma e o coração da Igreja nos dias atuais. O Vaticano II nos ensina que é o Espírito que derrama dons e carismas sobre todo o povo de Deus, povo ungido. E se faz importante mencionar a importância da unção, porque a partir disso se fala da vocação universal à santidade, observando que o Espírito Santo atua na história, aquilo que passou a ser denominado de “os sinais dos tempos”.
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