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A Teologia da Libertação na atualidade

Por:   •  18/11/2015  •  Artigo  •  4.769 Palavras (20 Páginas)  •  425 Visualizações

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JULIANO BERNARDINO DE GODOY

RA: 1157657

Bacharelado (Convalidação) em Teologia

A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NA ATUALIDADE

Orientadora: Profª. Esp. Ana Maria Trigo Fernandes

Claretiano Centro Universitário

RIO CLARO –SP

2015

A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NA ATUALIDADE

RESUMO

A Teologia da Libertação é uma tentativa de interpretar a Escritura através do sofrimento dos pobres. É em grande parte uma doutrina humanista. Tudo começa na América do Sul, na turbulenta década de 1950, quando o marxismo estava fazendo grandes ganhos entre os pobres por causa de sua ênfase na redistribuição da riqueza, permitindo que os camponeses pobres participassem da riqueza da elite colonial e, assim, melhorasse a sua situação econômica na vida. Como uma teologia, tem raízes católicas romanas muito fortes e foi reforçada em 1968 na Segunda Conferência dos Bispos da América Latina, a qual se reuniu em Medellín, na Colômbia. A ideia era estudar a Bíblia e lutar por justiça social nas comunidades cristãs. O movimento foi forte durante as décadas de 60 e 70, quando se espalhou de forma especial na América Latina e entre os Jesuítas, sendo uma das orientações para o movimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Sua influência tem diminuído desde que partes importantes de seu ensinamento foram rejeitadas pelo Vaticano, e a partir do crescimento do movimento da Renovação Carismática Católica.  Integrantes do movimento afirmam que este sempre foi baseado em ideias de amor e libertação de todas as formas de opressão (especialmente opressão econômica). Também afirmam que ele teria uma forte base nas escrituras sacras. Por outro lado, alguns aspectos da teologia da libertação têm sido fortemente criticados pelo Vaticano e por várias igrejas protestantes (embora as Igrejas Luteranas e Igrejas Anglicanas as tenham adotado), principalmente pelo que consideram um excesso de politização e pela aproximação entre a teologia da libertação e o Marxismo. 

Palavras-chave: Teologia. Sociologia. Cristianismo. Politica

A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NA ATUALIDADE

Para entendermos o contexto histórico-cultural-teológico da Teologia da Libertação ou “Teologia de la liberacion”, no original, devemos entender o lado humano e social pela qual a América Latina estava inserida nesse momento. A Teologia da Libertação é um movimento apartidário (todavia com laços estreitos com a esquerda) que engloba várias correntes de pensamento interpretando os ensinamentos de Jesus Cristo como libertadores de injustas condições sociais, políticas e econômicas. O século XX foi muito intenso para a história da Igreja Católica, onde muitas inovações e transformações influenciadas internamente e também externamente contribuíram para o aumento da pobreza e da exploração pelo sistema neoliberal.

Segundo a semântica atual, podemos definir o neoliberalismo com os seguintes quesitos: Primeiro: Um conjunto de ideias políticas e ideias econômicas de tendências capitalistas onde defendem a não participação do Estado (país, estado ou município)  na economia global. Através desta doutrina, acontece com plena liberdade de comércio a prática do livre mercado. Segundo: Com este princípio, perante os economistas, há uma abertura ao crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país, pelas liberdades cambiais e liberais.

Com o crescente avanço populacional e crescimento de novas igrejas cristãs como os evangélicos pentecostais, e no mundo o islamismo, os fieis católicos romanos buscaram alternativas frente a uma nova evangelização e busca dos necessitados. Através do crescimento e aumento quantitativo de outras igrejas cristãs ou de outras religiões como o caso do islamismo, a Igreja Católica Romana tentou se modernizar ao máximo, atualizando seu discurso, para chegar mais perto de seus fiéis, que já não se contentavam com missas descontextualizadas, e discurso fora dos padrões do século XX. Graças às mudanças litúrgicas e pastorais do Concílio Vaticano II, a Igreja com uma roupagem nova e mais de acordo com as novas tendências da sociedade sair em busca do novo, com liturgias mais contextualizadas. Muitos fantasmas arcaicos da Idade Média, como missas em latim, e outros sacramentais foram substituídas pela língua de cada país, dando ao povo comungante uma participação amis ativa e fervorosa nas celebrações. Com essas mudanças na década de 1960, um novo movimento religioso nasce e ganha força no interior da Igreja Católica, com o ideal da evangelização e da opção preferencial pelos pobres, em uma busca das repetição das primeiras comunidades cristãs que conquistaria a América Latina: a Teologia da Libertação ou Tdl.

Segundo o Pastor luterano (IECLB) Walter Altmann; a Teologia da Libertação é responsável por um grande processo intelectual do pensamento do cristianismo social na América Latina, frente às desigualdades sociais:

“A teologia da libertação intenta "uma reflexão, a partir do evangelho e das experiências de homens e mulheres comprometidos com o processo de libertação neste subcontinente de opressão e espoliação que é a América Latina. Reflexão teológica que nasce dessa experiência compartilhada no esforço em prol da abolição da atual situação de injustiça e da construção de uma sociedade diferente, mais livre e humana” . Essa definição introduz o livro Teologia da Libertação, do sacerdote peruano Gustavo Gutiérrez, obra entrementes já clássica da teologia latino-americana. Segundo ela, tal teologia é o ouvir e refletir do evangelho por parte de quem se encontra numa situação de opressão, mas em luta por uma sociedade justa e fraterna. Rejeita como ideológico e idolátrico um ' evangelho'' que não lhe fale nessa situação concreta e não a inspire nessa luta. Abandona como acadêmica e alienante uma teologia que se satisfaz com uma curiosidade intelectual e tenta fazer jus ao imperativo autárquico e competitivo de esmiuçar seus conhecimentos em detalhes cada vez mais insignificantes, sem ter um compromisso na vivência do povo de Deus. (ALTMANN, Disponível em < http://periodicos.est.edu.br/index.php/estudos_teologicos/article/view/1359/1309> Acesso em 25.fev.2015)

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