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A influência da religião na dinâmica social das cidades

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Por:   •  8/4/2014  •  Artigo  •  759 Palavras (4 Páginas)  •  407 Visualizações

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A Influência Da Religião Na Dinâmica Social Das Cidades

Handerson F. Gonçalves

Toda comunidade de seres humanos está estruturada por meio de regras que funcionam como leis e que criam em volta de si valores e até mesmo uma moral. Tudo isso é fundamentado por uma série de representações e signos que tentam dar motivos plausíveis para que tais regras sejam aceitas e respeitadas. Acredita-se que um dos papéis fundamentais da religião está em fornecer tais códigos e por meio deles fazer com que os indivíduos vivam e convivam bem.

Dessa forma, pode-se afirmar, com pouca margem de erro, que a influência da religião na constituição e manutenção da sociedade é inegavelmente visível. Desde que o homem se reuniu em torno de uma fogueira e deu uma explicação mística para o fenômeno do fogo, explicação essa que os impulsionava para a vida em grupo, o fenômeno religioso começa a ter força.

Essa força atua sobre a sociedade de tal foema que Weber (2000), em seu livro "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", diz ser benéfica, creditanto parte do sucesso do mundo capitalista à ética protestante, sendo esta talvez uma religião que liberta. Porém, outros pensadores modernos não acreditam que a religião possa ser boa para os indivíduos que constituem uma cidade ou uma sociedade.

Pode se perceber essa postura em Marx (1998) e em Nietzsche (2000), ambos considerados pelo próprio Weber como grandes referencias da cultura moderna. O primeiro coloca a religião como algo que aliena o homem, possuído uma força alucinógena tirando-os, de certa forma, da realidade concreta, sendo assim não pode ser boa. O segundo, proclama que "Deus morreu" (Nietzsche, 2000: 24) e é só percebendo isso que a humanidade poderia chegar à plenitude de seu desenvolvimento o "Super-homem". Esse é apresentado em um trecho do discurso de seu Zaratustra, que em nossa opinião resume todo seu pensamento. Ele diz:

" Que fizestes para o superar? Até agora todos os seres tem apresentado alguma coisa superior a si mesmos; e vós, quereis o refluxo do grande fluxo, preferis tornar ao animal, em vez de superar o homem? (...) Percorrestes o caminho que meia do verme ao homem, e ainda em vós resta muito de verme. (...) Eu vos apresento o Super-homem! O Super-homem é o sentido da terra.(...)Exorto-vos, meus irmãos a permanecer fiéis à terra e não acreditar em que vos fala de esperanças supraterrestres." (Nietzsche, 2000: 25)

Assim, a modernidade inaugura uma proposta que mais tarde não consegue cumprir, a do homem, via ciência, explicar todos os fenômenos e responder a seus anseios. Nesse ponto a religião é mais convincente ao senso comum; mesmo não apresentando respostas concretas para suas perguntas, propõe aos crentes que as respostas para tudo estão no sobrenatural. As teodicéias como demonstra Berger (1985), dão esse poder às religiões e proporcionam a vida em comum nas cidades.

O fenômeno religioso é gerador de subjetividades que marcam o indivíduo e que o faz tomar posturas concretas em sua vida cotidiana. Esse movimento é descrito por Berger como uma dinâmica que rege a vida social e passa por três níveis, segundo ele "O processo dialético fundamental da sociedade consiste em três

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