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Arminianismo e o Pensamento Wesleyana

Por:   •  16/11/2018  •  Artigo  •  5.102 Palavras (21 Páginas)  •  315 Visualizações

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Arminianismo e o Pensamento Wesleyana

Introdução

        Este trabalho é de cunho pastoral, não há nenhuma pretensão de esvaziar o tema proposto, muito menos acirrar os ânimos entre calvinistas e arminianos de plantão. Segundo Wesley: “É dever de todo pregador arminiano, primeiro: Jamais, nem em público, nem em particular, usar a palavra calvinista com deboche (...) Cuidado com os cismas!, de fazer uma separação na Igreja de Cristo. É teu coração reto como é o meu? Não te pergunto mais. Se for assim, dá-me a tua mão. Por opinião ou termos, esforcemo-nos juntos pela fé do evangelho”. Pag 16 Mildred Bangs Wynkoop – Fundamentos da Teologia Arminio Wesleyana, Casa Nazarena de Publicações no Brasil, Campinas, 2004

        Existe uma linha divisória entre estas duas correntes da tradição cristã, a encruzilhada se dá em conceitos como: Soberania de Deus e a responsabilidade do homem; o pecado e a graça; justificação e santificação; a fé humana e a obra do Espirito Santo de Deus.

        O ato da predestinação é um ensinamento Bíblico; porém propomos entender melhor aqueles que elaboraram teorias acerca deste tema tão relevante nas Sagradas Escrituras.

Pano de Fundo Histórico

A Igreja Cristã primitiva em sua totalidade estava unida ao longo de linhas muito claras e definidas. Naquele período não existia uma organização hermenêutica como em nossos dias; porém, a mesma gozava de uma unidade de espirito e entendimento a respeito da fé cristã comum.

Os credos ecumênicos foram elaborados para tratar assuntos pertinentes ao cristianismo como: Natureza de Cristo, a Trindade e o Canôn das Escrituras. Eram salvo-condutos contra as heresias que já haviam começado a surgir sobre os já mencionados temas. Os concílios que deram seus nomes a estes credos foram:

  • Concílio de Nicéia (325 d.C), que afirmou a doutrina da verdadeira deidade contra os ensinamentos de Ário.
  • Concílio de Constantinopla (381 d.C), que afirmou o ensinamento da real humanidade de Cristo, em oposição a Apolinário; e da personalidade do Espirito Santo em contraposição a Macedônio.
  • Concílio de Éfeso (431 d.C), afirmando a unidade da pessoa de Cristo contra os nestorianos.
  • Concílio de Calcedônia (451 d. C), que postulou a clara distinção entre a humanidade de Cristo e a Sua natureza divina, contra a posição de Êutico. Este concílio deu à Igreja uma declaração de fé sobre cristologia que tem resistido o teste do tempo.

Divisões

A Igreja Oriental, que abordava a teologia com um estilo altamente especulativo, se desviou da Igreja do Ocidente, que era mais prática, até que por fim, resultou o rompimento eclesiástico e teológico. A Igreja Ocidental tomou por denominação “Católica” ou “Universal”.

Na época da reforma, a Igreja Católica Ocidental se dividiu em duas facções maiores: A Igreja Católica Apostólica Roma e os Protestantes. Essa divisão representava dois conceitos em conflito sobre a igreja e seu entendimento teológico a respeito da salvação. Os Católicos Romanos diziam que a Igreja era o único caminho para Jesus Cristo. Os Protestantes, que os homens chegam a pertencer à Igreja mediante a fé.

Na caminhada da Igreja Cristã a doutrina é, em certa medida, a história do desenvolvimento e ascendência das filosofias predominantes. O exemplo claro se dá por intermédio de Tomás de Aquino, ousadamente sistematizou a doutrina cristã, sobre a base da lógica e conceitos filosóficos de Aristóteles. Até aquele momento, a teologia cristã tinha sofrido influência preponderante do neoplatonismo. A teologia cristã atual é confrontada pelo existencialismo e a filosofia em curso. A teologia sempre busca um fundamento filosófico adequado à sua verdade e que também esteja em sintonia com a linha tradicional de pensamento.

A teologia sistemática é a doutrina cristã organizada de acordo com os princípios inerentes a determinada filosofia que seja aceita como fundamental. Aquilo que é de primordial importância na teologia é colocada em posição central, às demais doutrinas são daí logicamente derivada. É neste ponto onde as maiores diferenças teológicas se fazem evidente.

Equilíbrio: antitodo eficaz contra o Provincialismo Teológico

“Provincialismo” é o termo que utilizamos para referirmos a qualquer verdade parcial ou qualquer ênfase sobre um ponto dentro da totalidade do evangelho de Jesus Cristo, que tende a obscurecer outros fatores do grande todo que rechace ou negue uma parte qualquer do conjunto. Denotamos como provincialismo a elevação de um aspecto da doutrina até uma posição central dominante, colocando-a fora de seu lugar próprio, o qual desequilibra o todo do tecido teológico.

O evangelho cristão, como apresentam as escrituras, é a Palavra de Deus. Um equilíbrio próprio sensitivo, grandioso de todas as partes do ensinamento bíblico é a grande necessidade contemporanêa. Não podemos viver na dinâmica dos reducionismos, os quais ferem a sã doutrina.

A Igreja neo-testamentária acreditava e ensinava que Cristo havia morrido em favor de todos os homens e mulheres. Diziam que qualquer um independente de raça, cor e posição social podia abraçar a fé e ser abraçado por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Esta confiança é nítida no tremendo vigor evangelizante e missionário da Igreja fruto do Pentecostes. Cresceu e se propagou como fogo em uma floresta seca. Igrejas pobres enviaram os seus melhores líderes como missionários (At. 13.1-3).

Os “Pais Apostólicos”: Barnabé, Clemente, Inácio, Policarpo e outros ensinavam que a vontade humana podia optar entre o bem e o mal, Deus ou o pecado. Precisamos de frisar sempre que toda a literatura do Novo Testamento foi escrita por judeus, a que se seguiu brotou exclusivamente da pena dos gentios. Depois da morte dos apóstolos, o cristianismo vital foi quase exclusivamente gentio.

Pelágio x Agostinho

No ano 409 d.C chegou a Roma o monge britânico chamado Pelágio. Era homem de elevada reputação, erudição e santidade.

Pelágio sentia que a desmedida ênfase dada por Tertuliano ao pecado original tinha a tendência de minar o sentido da responsabilidade pessoal. Ele rechaça totalmente a doutrina do pecado original, insistindo em que o pecado é meramente voluntário e individual, e não pode ser transmitido. A queda de Adão não afetou nem as almas, nem os corpos de seus descendentes. Como Adão cada homem é o criador de seu próprio caráter e determina o próprio destino. Seu caráter lhe pertence e não pode ser transmitido a outro. Ademais, seu caráter não determina sua conduta. Pode trocar seu curso de ação, quando desejar.

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