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CONTEXTUALIZANDO O POVO JUDEU: A FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO POVO BÍBLICO

Por:   •  23/3/2017  •  Monografia  •  2.759 Palavras (12 Páginas)  •  585 Visualizações

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CONTEXTUALIZANDO O POVO JUDEU:

A FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO POVO BÍBLICO

Agnaldo Pedro dos Santo Silva

RESUMO

Este artigo tem como objetivo demonstrar a formação dos judeus, mais conhecidos como povo bíblico, que tem como seu principal precursor o grande patriarca Abraão que recebeu um chamado de Deus quando ainda morava em Ur, na Mesopotâmia para habitar em uma terra desconhecida chamada Canaã. Este trabalho demonstra também o surgimento das dez tribos de Israel procedentes da linhagem de Abraão e enfatiza como os judeus que dependiam da direção do seu Deus tiveram de viver sob o domínio de reis humanos. O artigo também ressalta como os judeus foram escravizados pelos babilônicos, e como tiveram sua independência quando o rei da pérsia, Ciro, derrotou o império babilônico deixando eles livres para voltarem para sua pátria, Jerusalém.

Palavras-chave

Abraão; as dez tribos de Israel; cativeiro babilônico.

INTRODUÇÃO

Poucas são as pessoas que conhecem a história dos judeus, sua origem, como viviam e o porquê desse povo ser conhecido como povo de Deus. A metodologia utilizada neste trabalho foi bibliográfica, primeiro discorre sobre a origem dos judeus, começando da chamada de Abraão, sua descendência, a ocupação de Canaã pelas doze tribos de Israel, o cativeiro babilônico, a volta dos judeus para Jerusalém, a construção do templo e do muro da cidade santa e a restauração espiritual do povo judeu programada por Esdras e Neemias. Em seguida relata a forma como os Medos-Persas derrotaram a orgulhosa Babilônia sob o comando de Ciro, O Grande.

Importa trazer também aos leitores de forma não exaustiva o surgimento e formação deste povo até sua libertação do cativeiro babilônico depois de setenta anos sob o domínio do rei Nabucodonosor. Veremos também que depois de duras provas pelas quais os judeus passaram em Babilônia, eles retornaram a Jerusalém, reedificaram a cidade, reconstruirão o templo e prosseguiram na sua história crescente, que terminara em 70 da nossa era, na destruição de Jerusalém pelos romanos.

Veremos como os judeus amavam Jerusalém, mesmo no exílio, alimentaram o desejo vivo de voltar à cidade do Grande Rei. Esse desejo obrigou os judeus a não se ajustar as condições sociais e religiosas dos babilônicos. A religião do Senhor, mesmo no cativeiro, foi conservada. Enéas Tognini diz que:

Um dos maiores benefícios do cativeiro babilônico foi o de colocar um marco entre o povo de Deus para mostrar o velho e o novo judeu. Isto é, o judeu velho, pessimista, vencido, sem esperança nas promessas do Eterno, e o judeu novo, despertado, transformado, curado de sua idolatria e pronto a obedecer fielmente à voz de Deus. Os dois tipos de judeus voltaram a Jerusalém, mas o novo venceu o velho, de sorte que todas as tendências idólatras e derrotistas foram suplantadas pela atitude otimista dos judeus transformados, que estavam dispostos a lutar até derramar sangue a fim de preservar a pura religião do seu Deus. Um exemplo é Saulo de Tarso, um judeu excessivamente nacionalista, aferrado às tradições do seu povo, excedendo em zelo e alcançando as raias do fanatismo; cego, pronto a matar, pronto a cometer qualquer atrocidade por falso zelo religioso ou por zelo verdadeiro. (2009, p. 16).

A política babilônica também ajudou os judeus de outra forma. Antes do exílio, eles se ocupavam quase exclusivamente de lavoura e pecuária. Os anos de cativeiro converteram-nos em hábitos comerciantes. Muitos enriqueceram (em contraste, os que permaneceram em Judá viviam em extrema pobreza). Os Judeus ajudaram a construir edifícios, outros trabalhavam em paz nos seus próprios lares. Possuíram casas (Ez. 3.24; 33.30). Outros ainda deram-se à agricultura, bem como a outras atividades. Alguns deles, como o profeta Daniel, chegaram a serem pessoas de alto conceito no Império, pois prestavam serviços diretamente ao rei.

DESENVOLVIMENTO

O povo Judeu é um povo semita, descendente de Sem, filho de Noé, era formado por pastores nômades que viviam na cidade de Ur, na Mesopotâmia. Ali, às margens do Rio Eufrates, nascia Abrão, filho de Terá, no seio de uma família politeísta. Abrão desde cedo se recusou a aceitar o politeísmo e a idolatria às estátuas e aos astros. Tentou convencer seu pai e o povo de que tudo aquilo deveria ser obra de um único Deus. O rei de Ur, Nimrod, sentiu-se particularmente ameaçado e insultado, pois ele mesmo queria ser considerado um deus. Ele condenou Abrão a morrer dentro de uma fornalha ardente, mas, milagrosamente, Abrão saiu da fornalha sem se queimar.

Por volta dos seus 75 anos, o Deus de Abrão finalmente se revela e pede para que Abrão deixe sua terra e parta para outro lugar. Ele se dirige para Canaã com sua mulher Sara seu sobrinho Ló e com os convertidos ao monoteísmo, mas no meio do caminho resolve parar na cidade de Harã (atual Turquia), que também era um grande entreposto comercial no Oriente. Em Harã, Jeová faz um pacto com Abrão, prometendo descendência numerosa, o rebatiza como Abraão (que significa “pai ou líder de muitos”) e lhe promete uma terra para seus descendentes. Esta terra prometida era Canaã (que é hoje onde fica Israel, Sul do Líbano e parte da Síria). Abraão continua sua longa peregrinação até a terra prometida, de acordo com a aliança firmada com Jeová. Canaã era habitada por cananeus, descendentes de Sem (neto de Noé). Entre outros deuses, os cananeus adoravam Baal e El.

Uma vez em Canaã, Sara mulher de Abraão, estéril e pretendendo dar um filho a seu marido, ofereceu sua serva egípcia Hagar para que gerasse o primeiro filho a Abraão. Hagar então gerou a Ismael, considerado pelos muçulmanos como o ancestral dos povos árabes. Mais tarde, aos noventa e nove anos, Abraão foi circuncidado e após Deus ter anunciado que Sara daria a luz a um filho - Isaac, que seria o herdeiro da promessa (de gerar uma grande nação). Isaac nasceu no ano seguinte a esse anúncio. Isaac foi instrumento da maior prova de fé de Abraão, quando Deus ordenou que ele levasse Isaac ao alto de uma colina para sacrificá-lo. Ao ver que Abraão, resignado e com uma faca pronta para degolar o seu filho, Deus enviou um anjo a segurar sua mão, impedindo de matá-lo. Segundo Paul Johnson:

O amor e a fé de Abraão em Deus permaneceram inalterados e inabaláveis durante toda a vida de nosso patriarca, apesar dos testes e obstáculos que teve que enfrentar. Para testar a sua devoção, Deus submeteu Abraão a dez testes.

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