Deserto Espiritual
Artigo: Deserto Espiritual. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: luizeloli • 28/8/2014 • 2.073 Palavras (9 Páginas) • 318 Visualizações
A ESCOLA DO DESERTO ESPIRITUAL:
“E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem. Não se envelheceram as tuas vestes sobre ti, nem se inchou o teu pé, nestes quarenta anos. Saberás, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o Senhor teu Deus. E guardarás os mandamentos de Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para o temeres“.
(Deut. 8. 3 a 6).
Desde muito jovem, recém aceitando o evangelho, comecei a ouvir a respeito do assunto “Deserto Espiritual”, uma escola que, segundo os irmãos, teria que freqüentar. Logo comecei a imaginar como seria isto e pensei que pudesse me preparar para este dia. Como me haviam antecipado, nestes anos de caminhada, realmente passei por diversas escolas no deserto, mas nenhuma delas foi como pensava que seria. Todas elas foram surpreendentes em sua forma e aplicação. Muitas vezes demorei entender o que estava acontecendo. Hoje compreendo que nenhuma delas foi um acidente. Todas foram providenciadas por Deus e foram extremamente úteis para minha vida espiritual.
Este artigo é uma tentativa de ajudar os estudantes da Escola do Deserto.
Então, meu irmão, saiba que:
1. Se quisermos ser usados por Deus, necessariamente teremos que passar pela Escola do Deserto, a exemplo de muitos homens da Bíblia. Moises esteve no deserto por 40 anos até que, finalmente, esteve apto a ser usado por Deus. João Batista morou no deserto até o dia que iniciou seu ministério. Paulo foi discipulado no deserto da Arábia. Até mesmo Jesus passou pelo deserto antes de iniciar seu ministério terreno.
2. O deserto de que estamos falando, certamente não é um lugar físico, mas um lugar espiritual. É onde somos provados no nosso compromisso com Deus. É o lugar onde todas as referências físicas se perdem e percebemos que muito daquilo, que até este momento, nos orientava, agora não faz mais sentido e que precisamos conhecer novos parâmetros.
3. O deserto espiritual sempre é particular. Ele é feito sob medida para nossa necessidade e é diferente para diferentes pessoas, mas sempre provoca uma profunda crise emocional e espiritual. Eventualmente a crise é provocada pelas nossas próprias atitudes ou ações, que desencadeiam um processo de tribulação, crise, disciplina e, por fim, uma mudança.
O deserto é um lugar de contradições e extremos.
Como no deserto natural, onde de dia temos temperaturas de até 50 graus e, à noite, frio de zero grau ou ainda oásis magníficos no meio de um mundão de areia seca, o deserto espiritual nos testa nos extremos que nos levam aos nossos limites e além deles.
1. É um lugar de muito silêncio, onde achamos que Deus se cala completamente e onde nossas orações não ultrapassam um céu que parece de bronze. Mas também pode ser um lugar onde finalmente ouvimos Deus falar ao nosso coração. Deus nunca havia falado pessoalmente com Moisés, mas foi no deserto que o grande Eu Sou se manifestou pela primeira vez, o encarregando de uma missão (Êxodo 3.2).
2. O deserto é um lugar seco e quase sem vida, onde nada parece nos saciar. Lemos a Bíblia, mas parece que ela já não nos fala. Buscamos o conselho e conforto de amigos, mas não nos ajudam. Aquilo que antes nos alegrava e trazia conforto já não funciona. Mas também pode ser um lugar onde vemos os maiores milagres e onde recebemos o maná diário de Deus (Deut. 8.3 a 6).
3. O deserto é um lugar de muitos perigos. As serpentes mais perigosas andam por lá. Os demônios tentam aproveitar este lugar tenebroso para nos derrotar (Mateus 4.1). Os perigos estão por todo lado: o sol abrasador durante o dia e frio congelante à noite. Mas, glória a Deus, também é o lugar onde somos protegidos pela nuvem e pela coluna de fogo (Êxodo 13.22).
4. O deserto é um lugar de miragens. Este talvez seja o seu maior perigo. Muitos viajantes do deserto têm se perdido por acreditar em imaginações enganosas (Deut. 31.21). O deserto nos prega muitas peças. Imaginamos conspirações de irmãos e amigos, que nos levam a acreditar em fofocas e calunias. Imaginamos e imaginamos, sofrendo muito com isto. Mas também, o deserto é o lugar onde temos oportunidade de conhecer a realidade do poder de Deus e o genuíno amor de nossos irmãos.
5. O deserto é lugar onde somos tentados. A maior das tentações é substituir o Deus que nos tirou do Egito, pelo falso Bezerro de Ouro (Deut. 9.16). Somos tentados, numa tentativa de aliviar o deserto, trocar nosso relacionamento com Deus, ou com nossos irmãos, pelo Deus do materialismo ou dos interesses mundanos. Mas também é um lugar onde somos aprovados e onde nosso chamado e compromisso são confirmados.
Por que Deus nos leva para o Deserto?
1. Deus quer o nosso crescimento. Deus deseja nos ensinar a andar pela fé e que aprendamos a caminhar na dependência d’Ele. No deserto Deus trata dos nossos pecados mais reticentes.
2. Deus deseja tratar da nossa teimosia e altivez. Somos quebrantados no deserto. O deserto é o lugar perfeito para nos conhecermos, vermos como realmente somos e assim aprendermos a sermos humildes. Quando conhecemos nossa própria miséria, aprendemos a não mais julgar os outros e trilharmos o caminho do perdão. (Deut. 8. 3 a 6)
Como nos sentimos no deserto?
1. O deserto é um lugar que mexe nos nossos sentidos. Um sentimento de abandono nos envolve e nos sentimos abandonados por Deus (Êxodo 14.11 e 12) e pelos nossos irmãos mais queridos. A congregação que antes parecia tão viva e satisfatória, agora nos parece sem vida e impotente para nos ajudar.
2. No deserto nos sentimos muito pecadores. A pergunta “Será que estou desqualificado?” assedia nossa mente. Necessariamente é hora de confirmar a nossa aceitação por Deus baseada na fé na obra realizada por Jesus por nós, independente de nossas obras ou nossas fragilidades. O
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