Diferenças entre os Evangelhos sinópticos e o Evangelho de João
Pesquisas Acadêmicas: Diferenças entre os Evangelhos sinópticos e o Evangelho de João. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: chinahers • 4/4/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.012 Palavras (9 Páginas) • 2.122 Visualizações
PAULO DE TARSO FARIA DANTAS
REINO – IGREJA – SALVAÇÃO
SINÓTICOS –JOÃO
CABO FRIO – 2012
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DA REGIÃO DOS LAGOS
REINO – IGREJA – SALVAÇÃO
SINÓTICOS – JOÃO
CABO FRIO 2012
REINO – IGREJA – SALVAÇÃO
SINOTICOS E JOÃO
As diferenças entre os Evangelhos Sinóticos e o Evangelho de João se dão principalmente por causa dos contextos distintos nos quais foram escritos sem que isso constitua uma diferença na sua mensagem.
Os Evangelhos Sinóticos foram escritos entra as décadas 40 e 60 e tinham como objetivo principal registrar a memória dos ensinos e dos feitos principais de Jesus Cristo. Já o Evangelho de João, escrito durante a década de 90, tinha como objetivo principal transmitir a interpretação correta da memória de Jesus diante das primeiras heresias que estavam infiltrando a Igreja.
Então as diferenças entre os Evangelhos servem para complementar o relato um do outro e não para transmitir mensagens distintas acerca da vida e da obra de Jesus Cristo.
REINO DE DEUS
O projeto histórico do Reino de Deus provou ser capaz de sobreviver até mesmo ao colapso da Guerra judaico-romana, inspirando a religião cristã e movendo a esperança daqueles primeiros seguidores de Cristo que viviam na Palestina do século I. O Reino de Deus, conforme revelado nos Evangelhos, concorda a erudição moderna, constituía o centro da mensagem de Jesus. O relato de Marcos demonstra que Jesus iniciou seu ministério falando do Reino: “Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1.14-15). Na ótica de Mateus, o resumo do ministério de Jesus está em 4.23: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”
Nos Evangelhos, a expressão “Reino de Deus” (basileia tou theou) aparece 51 vezes, sendo 4 em Mateus, 14 em Marcos, 31 em Lucas e 2 em João. A expressão “Reino dos Céus” (basileia tôn ouranôn) aparece somente em Mateus em 32 ocorrências. [9].
A palavra basileia (Hebraico – malkuth) significa basicamente governo, domínio, poder real. O conceito espacial – ou seja, geográfico – é secundário. No Antigo Testamento e no judaísmo rabínico, o Reino de Deus possui uma dinâmica tal que não é possível restringi-lo ao eschaton, mas denota uma realidade também presente. Conforme G. E. Ladd Deus já é o Rei, mas ele também precisa tornar-se Rei. (www.arminianismo.com).
Isso significa que, embora indiscutivelmente Deus seja Rei, ele ainda há de manifestar sua soberania real no mundo dos homens. Já a expressão “Reino dos Céus” tem provocado algumas especulações. Em alguns círculos evangélicos têm-se adotado a postura que leva a uma diferenciação entre o Reino de Deus e o Reino dos Céus, sendo este último uma referência ao Reino teocrático terreno conforme prometido a Israel no Antigo Testamento. Visto que Israel rejeitou o domínio de Deus não aceitando seu Messias, Jesus introduziu uma nova mensagem, oferecendo descanso e serviço para todos os que cressem, começando assim uma nova família de fé que participará do Reino de Deus futuro.
Não creio ser essa diferenciação plausível. O “Reino dos Céus” é uma expressão semítica, na qual a expressão “céus” (ouranos) está sendo usada para substituir o nome divino – Deus.
Em Lucas 15.18, no relato do chamado “filho pródigo”, temos um exemplo disso. Ali quando diz “Pai pequei contra o céu e diante de ti” está claro que “céu” substitui Deus. É contra Deus que o filho está dizendo ao pai que pecou. Para Ladd desde que a tradição dos Evangelhos mostra que Jesus não criticou de modo consistente a palavra “Deus”, isto é, o uso do nome divino – Deus é possível que o “Reino dos Céus” seja uma expressão nativa judaico-cristã, a qual preservou a tradição do evangelho encontrada em Mateus, em lugar de refletir o uso real feito por Jesus. É possível que Ele tenha usado ambas as frases e os evangelhos que foram originalmente escritos para um público gentio, omitiram a expressão semítica, pois essa não faria sentido aos seus ouvidos. Mateus evita usar a palavra Deus, tal como muitos judeus do seu tempo, e a substitui pelo eufemismo “céus”. Assim, as duas expressões em significado são idênticas e tratam de um mesmo reino. Por toda a extensão dos Evangelhos Sinópticos a missão de Jesus é frequentemente interpretada como o cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Este fundo histórico precisa ser levado em conta ao considerar as expressões referentes ao Reino de Deus como uma realidade presente. Mas o que exatamente se fez presente, no que tange ao Reino de Deus, quando Jesus estava na terra? O texto chave para essa resposta é Mateus 12.28, 29: “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa”. O poder real de Deus atacando o domínio de Satanás e libertando os homens do poder do mal foi o que se fez presente, não o eschaton. Conforme o verso 29, Jesus declara que invadiu o reino de Satanás e “aprisionou” o homem valente, sendo esse aprisionamento uma metáfora que designa a vitória sobre Satanás de tal forma que o seu poder é freado.
Nos relatos dos Evangelhos, Satanás continua ativo sublugando a palavra do Reino na vida dos indivíduos que não a aceitam realmente (Mt 13.19), falando através de Pedro (mc 8.33), entrando em Judas (Lc 22.3), e desejou tomar posse da vida de Pedro também (Lc 22.31). Satanás
...