Estudo Bíblico "Lições Na Casa Do Oleiro"

LIÇÕES DA CASA DO OLEIRO

(Jeremias 18.1-10)

Jeremias iniciou seu ministério no décimo terceiro ano de Josias (627 a.C) e morreu no Egito, provavelmente poucos anos depois da destruição de Jerusalém, ocorrida em 586 a.C. Profetizou em um dos períodos mais tristes da história de Israel.

Com a vitória do exército babilônico sobre o Egito, na batalha de Carquemis (605 a.C), a Babilônia deu um importante passo para a conquista do mundo. A tomada da Palestina, na qual estava o Reino de Judá, foi o passo seguinte.

Durante o cativeiro, Jeremias foi contemporâneo dos profetas Daniel e Ezequiel. Seu nome provavelmente significa “o Senhor exalta” ou “o Senhor derruba”. Profetizou, como se percebe, em uma época de decadência moral, social e espiritual. Não devemos esquecer que o cativeiro foi o maior dos castigos dados por Deus à rebelde Judá. Tal correção, entretanto, não objetivava a destruição, mas a perfeição (Hebreus 12.6,7). Nenhuma figura no livro demonstra isso tão fortemente como a de um vaso nas mãos do oleiro (capítulo 18).

I – A CASA DO OLEIRO

“O trabalho com cerâmica era muito comum por todo o oriente próximo e ninguém em Judá deixaria de entender as lições que Deus queria ensinar” (HARRISON, 1980, p.86).

Segundo o Comentário Bílbico Moody, a casa estava “provavelmente localizada no bairro dos oleiros, no extremo sul da cidade, perto da Porta do Oleiro e do Vale de Hinom” (p.42).

1. O oleiro

“Aquele que trabalha com barro” (BOYER, 2013, p.388). No texto bíblico, a palavra relaciona-se com aquele que molda, forma, estrutura, faz, cria, a partir de um propósito específico. O Senhor Deus é, nesse sentido, o Grande Oleiro (v.6; Isaías 64.8).

2. As rodas

“Eram usadas duas rodas de pedra. A inferior, que era impulsionada pelo artista, era ligada à superior por meio de um eixo, onde o barro era moldado” (MOODY, op. cit., p.42). Eram basicamente o único instrumento usado pelo oleiro. Deus trabalha de várias formas, para moldar a nossa vida: caráter, fé, pensamentos, vontade etc. (Isaías 64.4-8).

3. O barro

O vaso somos nós. Destaco, aqui, que o vaso era de barro, o que indica: utilidade (2 Timóteo 2.20,21), fragilidade (Isaías 45.9; Salmo 103.14), maleabilidade (Provérbios 29.1), pouco valor (2 Coríntios 4.7), aparência não tão vislumbrante (2 Coríntios 4.7).

"A Igreja não é chamada para ser eficiente, grande ou rica. Ela é chamada para ser fiel”

(Walter McAlister)

II – A IDA À CASA DO OLEIRO

O modo como Deus fala a Jeremias não pode ser negligenciado, visto que muito tem a nos ensinar, no que concerne à maneira como deve ser o nosso relacionamento com Ele.

1. A Palavra do Senhor veio

O versículo 1 é inconteste: Deus quer dirigir os nossos passos. Ele continua chamando pessoas para a Sua casa, Sua presença. Em Isaías 1.18, Ele chama para o perdão; em Isaías 55.1, chama os sedentos; em Mateus 11.28, é a vez dos cansados. Profeticamente, em Apocalipse 19.9, é dito: “[...] Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro”.

2. É preciso se levantar (v.2a)

A atitude denota ter disposição, agir. Em 1 Samuel 2.8, é dito que Deus é quem “levanta o pobre do pó”; em Provérbios 24.16, a Bíblia fala que “sete vezes cairá o justo e se levantará”. Aos Efésios, Paulo brada: “desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos” (5.14).

3. É preciso descer (v.2b)

Boa parte das cidades antigas foram construídas sobre montes, como Jerusalém, o que garantia segurança. Segundo GOWER, “em algumas cidades