Estudo da Experiência Estética no Cinema
Por: Shirley Goncalves • 20/2/2024 • Seminário • 577 Palavras (3 Páginas) • 53 Visualizações
Estudo da Experiência Estética no Cinema
O artigo discute a análise fílmica como procedimento de estudo da experiência estética no cinema contemporâneo. Com base no entendimento é imprescindível ordenar um caminho para o desafio desses conceitos no cinema.
A conexão emocional como o cinema é abordada desde os primórdios, HUGO MUSTERBERG afirma que “No cinema, mais do que no teatro, os personagens são, antes de tudo, sujeitos de experiências emocionais: a alegria e a dor, a esperança e o medo, o amor e o ódio, a gratidão e a inveja, a solidariedade e a malícia, conferem ao filme significado e valor” (MUSTERBERG, 1983 P 46).
As imagens nas telas desempenham funções múltiplas sendo uma delas a estética: “A imagem é destinada a agradar seu espectador a oferecer-lhe sensações específicas” (AUMOND 1993 P 80) o que é vista se transforma, é completado pela ação do sujeito que observa, ao mesmo tempo em que esse indivíduo tem seu olhar grudado pelas luzes e sombras da tela. A emoção, portanto, não depende de um elemento fílmico, mas sim de uma conexão entre uma imagem narrativa, e materialidade, que indica certos fenômenos da relação do espectador com o cinema, e são propostos segundo o que as obras apresentam, os temas dos quais se tratam, aquilo que representam.
Além disso, todas estas referências a imagem, podem ser interpretadas como ocorrências de performances de apresentação no tecido fílmico, pois elas colocam o espectador em contato com a materialidade da imagem. A utilização variada de procedimentos de performance, e a parcimônia de seu uso no decorrer dos filmes, mantêm a narrativa representacional, ao mesmo tempo que proporciona experiência estética contemporânea no cinema.
O espectador não é passivo enquanto assiste a um filme. Ele o faz a partir de seus próprios olhos, levando em consideração aquilo que é importante na sua vida, o que faz sentido para ele. O espectador é capaz de produzir suas próprias imagens enquanto assimila as do outro, ele entrosa como se fosse participar da cena em questão.
A desconstrução do que está imposto, é o que o cinema pode possibilitar, e isso está muito atrelado ao imaginário social, que nos propõe outro olhar sobre o que já está apresentado na sociedade, fazendo outras perguntas para os mesmos problemas, desmistificando olhares de significações dadas, ressignificando – as. Nesse sentido, é possível pensar o cinema, como algo maior do que a simples projeção, como provocador de questionamentos, dispositivo para pensar nossa vida, inserida em uma cultura, como nos aponta (ALMEIDA 2001, p. 41)
CONCLUSÃO:
O cinema – como o apreendemos e buscamos –, assim como a literatura, a pintura, a dança e a música, pode ser um meio para explorarmos os problemas mais complexos do nosso tempo, e da nossa existência, expondo e interrogando a realidade em que vivemos, impedindo que ela nos obscureça e nos submeta. Esta tese propõe compreender como o fenômeno estético das intensidades da imagem pode criar acontecimentos em suas relações com a experiências estéticas. O cinema que pensa pode propor novas formas de viver e habitar o mundo, um outro mundo, possível e necessário. Daí a simbiose que pode haver entre ética e estética nos terrenos da experiência e da aventura humana, nos processos educativos.
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