Exegese Do Texto De Colossensses 1.15

EXEGESE DO TEXTO DE COLOSSENSES 1.15:

“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação .”

Será que “primogênito” aqui não implica que o Filho foi em algum momento criado pelo Pai? E se isso vale para o Filho, também deve necessariamente valer para o Espírito Santo. Mas esses textos não exigem que acreditemos numa posição ariana. Colossenses 1.15, que chama a Cristo de “primogênito de toda a criação”, deve ser compreendido assim: Cristo tem os direitos ou privilégios do “primogênito”, ou seja, segundo os usos e costumes bíblicos, o direito de liderança ou autoridade na família durante sua geração. (Repare Hb 12.16, onde se diz que Esaú vendeu a sua “condição de primogênito” ou o “direito de primogenitura” – a palavra grega prototokia é cognata do termo prototokos, “primogênito” em Cl 1.15.) Assim Colossenses 1.15 significa que Cristo tem os privilégios da autoridade e do governo, privilégios pertencentes ao “primogênito”, mas concernentes a toda a criação. A NVI dá uma tradução elucidativa: “o primogênito sobre toda a criação”. Tanto no Antigo Testamento e no Novo Testamento o significado de “primogênito” é de uma posisão especial do filho mais velho era amplamente reconhecida no antigo Oriente Próximo, embora fosse rara a sua extensão a filhos de concubinas ou de escravos (Jz 11.1s.). Na época do AT, entre seus privilégios estavam herança maior(às vezes dobrada) que a dos outros filhos, benção paterna especial, liderança da família e posição de honra nas refeições. Jesus era o primogênito de Maria (Lc 2.7), e como Jesus foi oferecido a Deus no templo (Lc 2.22ss), Jesus é também descrito como o primogênito de seu Pai celestial no sentido de de ser preeminente e o agente da da criação, mas ele não foi criado (Cl 1.15). De modo semelhante, ele é o primogênito da criação por ter ressucitado dos mortos (Rm 8.29). O termo “prototokos”(primogênito) é uma forma derivada de protos (primeiro) e a raiz aoristo tek-(nascido). A forma ativa de prototokos significa “dar a luz o primogênito” .

AUTORIA: Há dois remetentes, Paulo e Timóteo (cf. Cl 1.1). No entanto, o autor principal é Paulo; Timóteo estava enviando seus cumprimentos como cooperador de Paulo e possivelmente (amanuensus). O testemunho externo quanto à autoria paulina de Colossenses é antigo e consistente, e a evidência interna também é muito boa. Ela não só reivindica ter sido escrita por Paulo (1.1, 23; 4.18), mas os detalhes pessoais e os escritos paralelos com Efésios e Filemon tronam o fato ainda mais forte. A literatura antiga é unânime que Paulo o Apóstolo era o autor: Marcião (que veio para Roma nos anos 140 A.D.), o herege anti-Antigo Testamento, a incluiu no corpo paulino. Estava listada com as cartas de Paulo no Cânon Muratoriano (uma lista de livros canônicos de Roma mais ou menos 200 A.D.), vários pais da igreja primitiva citam dela e identificam Paulo como autor Irineu (escreveu 177-190 A.D.) e Clemente de Alexandria (viveu 160-216 A.D.).

DATA E CENÁRIO: A data de Colossenses está vinculada a uma das prisões de Paulo (Éfeso, Filipos, Cesaréia ou Roma). Uma prisão romana enquadra melhor os fatos de Atos. A previsão mais fundamentada para a escrita de Colossenses (Efésios e Filemom) é a primeira prisão de Paulo em Roma no começo dos anos 60. (Filipenses foi a última das cartas da prisão, provavelmente escrita quase no meio dos anos 60). Colossos era um grande centro comercial antes da época de Paulo, originalmente a cidade de Colossos era parte do reino de Pérgamo dentro da Frígia. Em 133 a.C. foi dada ao senado de Roma. Colossos estava localizada no Rio Lico, um afluente do Rio Meandro, que corria junto a Éfeso, +160 km rio abaixo. Nesse vale estavam localizadas Hierápolis (+ 9,6 km de distância) e Laodicéia (+ 16 km de distância) (cf. 1.2; 2.1; 4.13,15,16). O vale em que Colossos estava localizada era importante produtor de lã do mundo mediterrâneo antigo, especialmente lã preta, lã tingida, púrpura e escarlate. Afora esta carta, Colossos não exerceu quase nenhuma influência na historia da igreja primitiva, é muito evidente que Paulo nunca chegou a visitar a igreja em Colossos, a qual foi fundada por Epafras (1.4-8; 2.1). A cidade era constituída principalmente de gentios (colonizadores frígios e gregos), mas havia numerosos judeus também. Josefo nos conta que Antíoco III (223-187 b.C.) levou 2.000 judeus da Babilônia para Colossos. Registros mostram que até 76 A.D., 11.000 judeus moravam no distrito do qual Colossos era capital. A visita e o relatório de Epafras refernte às condições em Colossos teriam inspirado esta carta. Ainda que os colossenses não tivessem sumcubido totalmente (2.1-5), uma heresia intromissora ameaçava a igrja colossenses predominantemente gentílica(1.21,27; 2.13). Aparentemente se tratava de um sistema religioso que combinava elementos de especulação grega (2.4,8-10), legalismo judaíco (2.11-17) e misticismo oriental (1.18-23). TEMA E PROPÓSITO: O tema retumbante em Colossenses é a preeminência e suficiê3ncia de Cristo em todas as coisas. O crente se completa unicamente nele, e nada lhe falta porque “nele habita corporalmente toda a plenitude da Deidade” (2.9). O propósito predominante de Paulo, pois, era refutar uma heresia ameaçadora que desvalorizava Cristo, fazendo uma apresentação positiva de seus verdadeiros atributos e realizações. Um conceito correto de Cristo é o antídoto para a heresia. Paulo os encorajava para permanecerem firmes na fé e queria que eles entendessem as implicações da preeminência de Cristo não só no tocante à doutrina, mas também no tocante à prática. A supremacia de Cristo é um lado da moeda – a submissão a Cristo é o outro. A posição dos crentes nele (3.1-4) fornece a base e o poder para uma vida transformada em todas as áreas. Palavras-chave para a preeminência de Cristo (2.9-10; 3.1-2).

CRISTOLOGIA: A divindade de Jesus Cristo têm sido considerados em alguns textos que têm tremendas implicações. Vamos nos voltar para alguns textos mais específicos que se referem a Jesus como Deus e afirmam que ele é, de fato, o Criador. Se puder ser demonstrado que Jesus é o Criador e o mantenedor do mundo, de acordo com a Bíblia, então teremos demonstrado que a Bíblia ensina que Jesus é divino. Mais ainda, se há passagens específicas que se referem a Jesus em termos especiais identificando-o como Deus, então o ensinamento bíblico sobre Jesus ficará claro. A igreja tem empregado o termo encarnação para referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne humana, a comprovação biblica da divindade de Cristo é bem ampla no Novo Testamento. Examinei sob algumas categorias: A palavra Deus (theos) atribuída

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