Experiência sagrada e instituição RELIGIÃO
Seminário: Experiência sagrada e instituição RELIGIÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carlabreda • 21/3/2014 • Seminário • 1.216 Palavras (5 Páginas) • 922 Visualizações
Trabalhoo Dee Fiilosofiiaa - Assunto : "RELIGIÃO"
A Experiência do Sagrado e a Instituição da RELIGIÃO
A Filosofia e as manifestações culturais - A filosofia se interessa por todas as manifestações culturais, pois, como escreveu Montaigne,
"nada do que é humano me é estranho". Um dos principais campos filosóficos relativos às manifestações culturais é a filosofia da Religião.
Religião - A palavra religião vem do latim: religio, formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular). A religião é um vínculo aonde o mundo profano e o mundo sagrado são as partes vinculadas. Também no cristianismo a religio é explicitada por um gesto de união. Através da sacralização e da consagração, a religião cria a idéia de espaço sagrado. O espaço da vida comum separa-se do espaço sagrado. A religião organiza o espaço e lhe dá qualidades culturais, diversas das simples qualidades naturais.
A Religião como narrativa da origem - A religião transmuta apenas o espaço. Também qualifica o tempo, dando-lhe a marca do sagrado. O tempo sagrado é uma narrativa. A narrativa sagrada é a história sagrada, que os gregos chamavam de mito. Este não é uma fabulação ilusória, uma fantasia sem consciência, mas a maneira pela qual uma sociedade narra para si mesma seu começo e o de toda a realidade, inclusive o começo ou nascimento dos próprios deuses. Embora a narrativa sagrada seja uma explicação para a ordem natural e humana, ela não se dirige ao intelecto dos crentes, mas se endereça ao coração deles. Porque se dirige às paixões do crente, a religião lhe pede uma só coisa: FÉ, ou seja, a confiança, adesão plena ao que lhe é manifestado como ação da divindade. A atitude fundamental da fé é a piedade: respeito pelos deuses e pelos antepassados. A religião é crença, não é saber. E tentativa para transformar a religião em saber racional chama-se teologia.
Ritos - Porque a religião liga humanos e divindade, porque organiza o espaço e o tempo, os seres humanos precisam garantir que a ligação e a organização se mantenham e sejam sempre propícias. Para isso são criados os ritos. O rito é uma cerimônia em que os gestos, palavras, objetos, pessoas e emoções determinadas adquirem o poder misterioso de presentificar o laço entre os humanos e a divindade. No entanto, uma vez fixada a simbologia de um ritual, sua eficácia dependerá da repetição minuciosa e perfeita do rito, tal como foi praticado na primeira vez, porque nela os próprios deuses orientaram gestos e palavras dos humanos. O rito é a rememoração perene do que aconteceu numa primeira vez e que volta a acontecer, graças ao ritual que abole a distância entre o passado e o presente.
Imanência e Transcendência - Quando estudamos o sagrado, vimos que, em inúmeras culturas, os seres e objetos sacros habitam o nosso mundo, são imanentes a ele. As primeiras experiências religiosas são por isso, panteístas, nelas tudo são deuses e estes estão em toda parte, espalhados pela Natureza. Para superar as dificuldades, o cristianismo fala na visitação de Deus através dos anjos e santos, e na inspiração do Espírito Santo, enviado pelo Pai.
Transcendência e Hierarquia - Pela lei divina, é instituída a ordem no mundo natural e humano. O conhecimento da lei e da vontade divinas é essencial para a narrativa da história sagrada e para a realização correta e eficaz dos ritos. Magos, astrólogos, videntes, profetas, xamãs, sacerdotes e pajés possuem saberes e poderes especiais. A religião realiza o encantamento do mundo, explicando-o pelo maravilhoso e misterioso. Nas religiões da transcendência, três são as conseqüências principais desse desenvolvimento histórico:
1. a formação de uma autoridade que detém o privilégio do saber, porque conhece a vontade divina e suas leis.
Com ela, surge a instituição sacerdotal e eclesiástica;
2. a formulação de uma doutrina religiosa baseada na idéia de hierarquia;
3. o privilégio do uso da violência sagrada para punir os faltosos ou pecadores.
A instituição sacerdotal tem o poder para punir heresias e o faz por três caminhos: a excomunhão, a obtenção da confissão de arrependimento do herege ou a condenação à morte. Assim, o sagrado dá origem à religião, enquanto a sociedade faz aparecer o poder teológico da autoridade religiosa.
Críticas à Religião - As primeiras críticas à religião feitas no pensamento ocidental
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