FIDELIDADE A DEUS
Resenha: FIDELIDADE A DEUS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sirosaliello • 5/10/2013 • Resenha • 1.211 Palavras (5 Páginas) • 407 Visualizações
FIDELIDADE A DEUS
Depois das primeiras prédicas de Jesus, respeito aos trabalhos ingentes que a
edificação do reino de Deus exigia dos seus discípulos, esboçou-se na fraterna
comunidade um leve movimento de incompreensão. Quê? pois a Boa Nova
reclamaria tamanhos sacrifícios? Então o Senhor, que sondava o íntimo de seus
companheiros diletos, os reuniu, uma noite, quando a turba os deixara a sós e já
algumas horas haviam passado sobre o pôr do Sol.
Interrogando-os vivamente, provocou a manifestação dos seus pensamentos e
dúvidas mais íntimas. Após escutar-lhes as confidências simples e sinceras, o
Mestre ponderou:
Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filhoe o pai que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e
recíproca? Nós não podemos duvidar da fidelidade do Nosso Pai para conosco.
Sua dedicação nos cerca os espíritos, desde o primeiro dia. Ainda não o
conhecíamos e já ele nos amava. E, acaso, poderemos desdenhar a possibilidade
da retribuição? Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos, o fato de nos
deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação?
Como os discípulos o escutassem atentos, bebendo-lhe os ensinos, o Mestre
acrescentou:
Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde. Se vacilais receosos ante as
bênçãos do sacrifício e as alegrias do trabalho, meditai nos tributos que a
fidelidade ao mundo exige. O prazer não costuma cobrar do homem um imposto
alto e doloroso? Quanto pagarão, em flagelações íntimas, o vaidoso e o avarento?
Qual o preço que o mundo reclama ao gozador e ao mentiroso?
Ao clarão alvacento da Lua, como pai bondoso rodeado de seus filhinhos, Jesus
reconheceu que os discípulos, diante das suas cariciosa pérguntas, haviam
transformado a atitude mental, como que iluminados por súbito clarão.
Timidamente, Tiago, filho de Alfeu, contou a história de um amigo que arruinara a
saúde, por excessos nos prazeres condenáveis.
Tadeu falou de um conhecido que, depois de ganhar grande fortuna, se havia
tornado avarento e mesquinho a ponto de privar-se do necessário, para multiplicar
o número de suas moedas, acabando assassinado pelos ladrões.
Pedro recordou o caso de um pescador de sua intimidade, que sucumbira
tragicamente, por efeito de sua desmedida ambição.
Jesus, depois de ouvi-los, satisfeito, perguntou:
Não achais enorme o tributo que o mundo exige dos que se apegam aos seus
gozos e riquezas? Se o mundo pede tanto, por que não poderia Deus pedir-nos
lealdade ao coração? Trabalhamos agora pela instituição divina do seu reino na
Terra; mas, desde quando estará o Pai trabalhando por nós?
As interrogativas pairavam no espaço sem resposta dos discípulos, porque, acima
de tudo, eles ouviam a que lhes dava o próprio coração.
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Do firmamento infinito os reflexos do luar se projetavam no lençol tranqüilo do
lago, dando a impressão de encantador caminho para o horizonte, aberto sobre as
águas, por entre deslumbramentos de luz.
Enquanto os companheiros meditavam no que dissera Jesus, Tiago se lhe dirigiu,
nestes termos:
Mestre, tenho um amigo, de Corazim, que vos ouviu a palavra santificante e
desejava seguir-vos; porém, asseverou-me que o reino pregado pela vossa
bondade está cheio de numerosos obstáculos, acrescentando que Deus deve
mostrar-se a nós outros somente na vitória e na ventura. Devo confessar que
hesitei ante as suas observações, mas, agora, esclarecido pelos vossos
ensinamentos, melhor vos compreendo e afirmo-vos que nunca esquecerei minha
fidelidade ao reino!...
A voz do apóstolo, na sua confissão espontânea, se revelava tocada de
entusiasmo doce e amigo e o Senhor, aproveitando a hora para a semeadura
divina, exclamou, bondoso:Tiago, nem todos podem compreender a verdade de uma só vez. Devemos
considerar que o mundo está cheio de crentes que não entendem a proteção do
céu, senão nos dias de tranqüilidade e de triunfo. Nós, porém, que conhecemos a
vontade suprema, temos que lhe seguir o roteiro. Não devemos pensar no Deus
que concede, mas no Pai que educa; não no Deus que recompensa, sim no Pai
que aperfeiçoa. Daí se segue que a nossa batalha pela redenção tem de ser
perseverante e sem trégua...
Nesse ínterim, todos os companheiros de apostolado, manifestando o interesse
que os esclarecimentos da noite lhes causavam, se puseram a perguntar, com
respeito e carinho:
Mestre exclamou um deles —, não seria melhor exiJirmos do mundo para viver
na incessante contemplação
...