Manifestação religiosa através do Carnaval de Congo de Máscaras de Cariacica-ES

Manifestação religiosa através do Carnaval de Congo de Máscaras de Cariacica-ES

Considerada como a manifestação folclórica mais significativa do município de Cariacica-ES, o Carnaval de Congo de Máscaras nasceu nas procissões religiosas na região de Roda d’Água uma área de escravos refugiados (Quilombolas) no interior do município em homenagem a Nossa Senhora da Penha padroeira do estado do Espirito Santo. Esses habitantes eram religiosos e devotos que não tinham como se locomover até ao evento realizado no Convento da Penha, diante disso, passaram a homenagear a santa andando e cantando pelas ruas da região de Roda D’água, aos sons tambores de congo, esse Evento de fé, evidentemente influenciado pela religiosidade católica e de cunho importantíssimo cristã misturou-se às raízes negras e indígenas com os brancos também devotos da santa, com essa união deu-se origem ao carnaval de Congo de Máscaras. Ainda, de acordo com antigos moradores os escravos usavam as máscaras para não serem reconhecidos durante as procissões. Ao longo do tempo esse uso de máscaras transformou-se em brincadeira e agora os participantes somente retiram a máscara ao final da celebração. Dentre as máscaras mais usadas é a de João Bananeira, um personagem bem popular do Carnaval de Máscaras de Roda D’Água, ele trás em sua representação alegria e a resistência cultural do povo de Cariacica, caracterizando uma diferenciação e a originalidade das bandas de congo do município.

As bandas de congo (homens, mulheres, cantam, dançam, tocam tambores, cuíca, chocalhos, pandeiros, apitos e casacas) representam à cultura religiosa local, apresentam-se devidamente uniformizados em festas religiosas, homenageando além de Nossa senhora da Penha, a São Pedro, a São Benedito, a São Sebastião e outras festividades. Porém, o Carnaval de Congo de Máscara só acontece na região de Cariacica, guarda diversas marcas das culturas afro-brasileira, indígena e portuguesa, atraindo cultura, turismo e produção de conteúdo, os cânticos começam logo que a imagem de Nossa Senhora da Penha surge dando início a primeira procissão, depois acontece uma Missa, reverência à santa, cânticos santos ao som das casacas e tambores, num sincretismo inspirador para os participantes.

Uma das mais significativas devoções desse povo era a São Benedito (Santo dos Pretos) que é maciçamente louvado nos atos culturais de todo o congo capixaba. Essa devoção foi imposta e incentivada pela Igreja Católica que buscava catequizar os escravos na época substituindo suas crenças religiosas.