Diferença Religiosa

SURGIMENTO DAS ESCOLAS AMERICANAS E EUROPEIAS DO SERVIÇO SOCIAL

Seguros de seu poder e tomando por concreto algo profundamente abstrato, eterno poder de classe, a burguesia americana entendia que podia controlar o processo social, assim como controlava o processo econômico.

A “questão social” bastante reducionista, como manifestação de problemas individuais, passíveis de controle através de uma prática social cada vez mais nitidamente concebida como uma atividade “reformadora de caráter”.

Na importância do trabalho social, em especial em seu alcance quando realizado com pessoas individualmente, partindo que eram a base da sociedade, como princípio da organização social considerava-se as pessoas como seres individuais que deviam dirigir-se os esforços dos trabalhadores sociais, no sentido de manter o funcionamento adequado da sociedade.

Ao longo do tempo e como fruto de seu próprio desenvolvimento veio encapar a sociedade de organização da caridade americana, já na Europa o itinerário de busca do serviço social se fez por outra direção, a linha psicológica e psicanalítica, que caracteriza a abordagem individual americana, ali não teve grande ressonância, em vez de agir sobre os indivíduos e mantê-los ajustados a sociedade ,mais importante do que controlar conflitos ou desajustes individuais eram obterem a clareza na compreensão da estrutura da sociedade e dos problemas que nela ocorriam, buscando teorias e conceitos que permitissem a penetração no contexto social e a apreensão dos problemas em suas manifestações mais amplas.

Para tanto as organizações Europeias buscavam reforço nas ciências sociais, notadamente na sociologia, na economia e depois na pesquisa social.

Neste contexto do pensamento conservador que tornava traço dominante do serviço social europeu, a proposta americana de prática insistia em fazer presente infiltrando-se nas ações desenvolvidas pelos agentes sociais.

Assim, não obstante se ampliassem os limites de abordagem para a dimensão grupal, ou ao alcance dos objetivos para a administração dos conflitos sociais, a marca da função repressiva e de controle da prática social estava presente.

Mesmo procurando os trabalhadores em seus movimentos associativos, os agentes sociais não faziam atendimento a uma demandam deles. Não eram os seus interesses como classe que mobilizavam as suas ações, na verdade ao contrário eram os interesses da burguesia que estavam em jogo, que determinavam a direção da prática social.

Isso significava a tentativa de equacionar os conflitos e de recuperar o equilíbrio aparente de forma a garantir a regularidade do processo social.