Morte E Teologia

Podemos pensar em duas dimensões teológicas para a morte: a morte física e a morte espiritual

Morte física: finitude da vida

Morte espiritual: separação de Deus

No Antigo Testamento acompanhamos três fases a partir da concepção antiga de morte. A saber:

a) Evento natural que se dá no fim da vida

b) Morte vista como passagem de um estado material para outro superior

c) Pecado introduz a morte como punição.

A. Impossibilidade de dispor da própria vida, vivente é mortal, deuses são imortais. Termo entendido como conclusão da vida naturalmente. Para os gregos o fim da existência e aniquilamento do ser humano.

B. Morte e imortalidade começam a se apresentar expressões de fé na imortalidade, discussões do ponto de vista filosófico, aparecimento do conceito dualista corpo/alma.

C. Morte vista como punição de Deus pela culpa da pessoa humana.

Para o NT portanto, a morte não é um processo natural, mas um evento histórico que coloca às claras a existência da pessoa humana como ela é, na sua realidade única e irrepetível. Sendo a morte conseqüência histórica do pecado do ser humano, deve-se levar em conta a profunda ligação existente entre a morte humana e a de todos os seres viventes não humanos, numa palavra, o cosmo como criação de Deus.

O SIGNIFICADO DA MORTE DE CRISTO. O sentido da morte é dado por Cristo que veio no meio de nós, assumindo a nossa condição humana, realizando o plano salvífico do Pai, submetendo-se à morte para reconciliar toda a humanidade com Deus e dar um sentido de vida a tudo aquilo que foi submetido ao pecado e à morte. Cristo fez isso como vencedor da morte e do pecado com sua ressurreição. A morte humana portanto, é o morrer do cristão como um morrer com Cristo (Rm 6, 8), um morrer no Senhor (1Cor 15,18).

O modo de morrer hoje, diferente do período medieval, onde a morte era preparada, sentida, hoje nos afastamos da morte, prevalece um medo geral até da lembrança do ente que morreu.