NÓS NA GUERRA
Seminário: NÓS NA GUERRA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mae41513682 • 12/5/2014 • Seminário • 2.047 Palavras (9 Páginas) • 264 Visualizações
CAPÍTULO 1
NÓS ESTAMOS EM GUERRA
David Searle conta em seu livro Na força do seu poder (Cultura
Cristã) que, ao eclodir na Europa a Segunda Guerra Mundial,
o médico Dr. Stott, pai do recentemente falecido pastor e teólogo
John Stott, imediatamente se alistou nas forças britânicas para defender a
pátria. Porém, seu filho John, na época com idade para entrar no exército,
afirmou que era um pacifista e que não iria se alistar. A guerra terminou, os
aliados foram vitoriosos e, durante sete anos, o pai de Stott não falou com
ele, pois achava que o filho havia cometido uma falha imperdoável contra
seu país. Anos mais tarde, os dois se reconciliaram e o pai finalmente foi à
capela de All Souls, em Londres, para ouvi-lo pregar.1
Embora respeitemos as ideias pacifistas, certamente esse tipo de atitude
não valeria para a guerra na qual a igreja está envolvida. Conforme o apóstolo
Paulo escreveu em Efésios 6.10-20, estamos numa luta sem tréguas contra
principados e potestades. Nesse caso, nenhum crente pode ser um pacifista
e dizer que não acredita em guerra, porque já está envolvido em uma. Ela
obviamente não é contra carne ou sangue, mas contra principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso. Queiramos ou
não, no momento em que nos tornamos cristãos ao receber a Cristo como
nosso Salvador, nós nos alistamos no seu exército para uma batalha de
dimensões por vezes acima da nossa compreensão.
Efésios 6.10-20 é a “ordem do dia” do nosso general, a convocação do
Senhor Jesus para que a igreja esteja pronta para esse combate no qual está
irreversivelmente envolvida. Essa é uma das passagens mais importantes
para a igreja evangélica brasileira atual. Nela o apóstolo Paulo esboça os
princípios básicos da luta da igreja de Cristo contra os espíritos malignos que
dominam este mundo tenebroso. Aqui podemos encontrar, mais do que em
qualquer outra parte das Escrituras, uma exposição detalhada do embate da
igreja com o diabo e seus anjos.
Batalha espiritual nova edição.pmd 15 14/05/2012, 09:54
16 Batalha Espiritual
Se hoje eu pedisse a alguns crentes que pintassem um quadro que
representasse o que seja a vida cristã, é bem possível que surgissem quadros
como aquele que nos mostra as pegadas de Jesus na areia da praia nos
carregando em seus braços nos momentos mais críticos da nossa vida. Já vi
um quadro que representava a vida cristã como um passarinho pousado
num galho que balançava sobre as poderosas cataratas do Niágara: a
fragilidade do pássaro contrastava com a impetuosidade da corrente; porém,
apesar dela, a avezinha parecia cantar tranquilamente. Já vi também quadros
que mostravam barcos à vela sobre um mar calmo, projetando-se contra um
horizonte azul. Sei que muitas pessoas pintariam a vida cristã dessa maneira.
Mas quantos a pintariam como um campo de batalha, com armas, instrumentos
de guerra, trincheiras, sentinelas vigiando, soldados correndo de um lado
para outro sob as ordens de um comandante? Quantos representariam a
igreja como um exército envolvido numa luta sangrenta e cruel? Creio que
não muitos, apesar de ser exatamente essa a descrição que o apóstolo Paulo
faz da igreja em Efésios 6.10-20.2 A passagem não transmite o conceito,
hoje tão popular, da igreja como um hospital onde se vai receber terapia. Ao
contrário, ela é descrita como um grande campo militar. Tampouco estou
dizendo que não existam soldados feridos precisando de tratamento e cura.
O problema é que existem muitos cristãos que passam todo o tempo na
“enfermaria”, como se a igreja fosse um grande pavilhão para tratamento
permanente de doentes. Na realidade, a igreja é mais como um exército no
campo de batalha e cada um de nós é chamado a estar pronto para resistir
aos ataques de Satanás. Cristianismo não é brincadeira, é questão de vida
ou morte; é muito sério e lida com realidades eternas que determinam o
estado futuro das pessoas. Assim, em Efésios 6.10-20, Paulo descreve a
igreja de Cristo em sua armadura completa, resistindo firme ao ataque feroz,
incessante, cruel e astucioso de um inimigo tremendamente poderoso. Por
isso, repito, temos de tomar toda a armadura de Deus. A igreja não é um
“piquenique”, não é um clube, mas um exército. É dessa maneira que devemos
entender a vida cristã.
A passagem nos convida a refletir que a igreja não está vivendo neste
mundo placidamente, em “berço esplêndido”. Quando os pastores e
estudiosos que nos legaram a teologia reformada disseram que
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